quarta-feira, 11 de março de 2009

MANTEGA DESISTE DE META DE 4% PARA O PIB, MAS DESCARTA RECESSÃO

O portal UOL ontem publicou:

“O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista coletiva que o PIB do país não deve mais crescer 4%, como o governo previa, mas descartou que haja recessão neste ano.

Ele concedeu a entrevista para comentar a queda de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no último trimestre de 2008, a maior desde 1996. No ano passado todo, o PIB cresceu 5,1%.

Mantega afirmou que o resultado, considerando o ano todo, foi "excelente". "O resultado do quarto trimestre não comprometeu o PIB de 2008. Conseguimos completar crescimento acima de 5%, é um resultado excelente para a economia brasileira."

"Ficou difícil atingir aquela meta de 4% de crescimento que eu vinha falando a vocês", afirmou o ministro. Ele disse que o governo continuará tomando medidas para impulsionar a economia da melhor maneira possível.

Segundo o ministro, "no primeiro trimestre deste ano, já há uma recuperação em relação ao quarto trimestre. Deveremos ter um desempenho melhor, o que nos deixa distantes de um possível problema de déficit técnico".

De acordo com suas previsões, o PIB no primeiro trimestre pode subir até mais de 1,5%. "Mesmo os mais pessimistas falam em crescimento de 1%, 1,5% para o primeiro trimestre. Então, acredito que podemos ter mais que isso."

Analistas ouvidos pelo UOL preveem mais queda no PIB e recessão na economia (por contração de dois trimestres seguidos).

OTIMISMO

Mesmo abandonando a previsão de 4%, Mantega não quis fazer novas estimativas e disse que em 20 de março, quando haverá o novo texto do Orçamento, já será possível ter indicações mais claras.

"Até lá teremos um cenário um pouco mais definido e deveremos trazer alguma estimativa para o PIB não definitiva. Mas posso dizer que o Brasil será um dos poucos países que terá expansão em 2009", afirmou.

Para ele, o mundo vai sofrer muito, mas o Brasil está bem. "O ano de 2009 será um dos mais difíceis dos últimos 70 anos. Mas, para o Brasil, isso não é verdade. Ele se distingue dos demais países em vários aspectos porque acumulou reservas em volume elevado, tem situação fiscal mais sólida, tem estrutura produtiva dinâmica, ganhou musculatura em períodos de expansão e, portanto, tem gordura para queimar, tem banco público e regras financeiras que impedem que sejam cometidos os desatinos que foram vistos em países avançados", declarou.

PRIMEIRO SEMESTRE

O ministro previu um primeiro semestre fraco. "No primeiro semestre, devemos ter um quadro de economia moderado, inferior ao desempenho do ano passado. A economia vai estar mais desacelerada no primeiro semestre, e, no segundo, deve retomar o crescimento, quando uma série de medidas que estamos tomando deverão surtir efeito."

Mantega disse que o país continua "com problemas de crédito, o custo financeiro continua elevado".

Ele avaliou que a desaceleração mais forte foi da índústria, "porque ela responde mais rapidamente" à situação da economia.

Já com relação à agricultura, Mantega mostrou-se otimista, apesar de ter previsto safra menor que a do ano passado.

"O setor agropecuário é um dos que estão melhores nessa equação. A safra foi toda plantada, e o governo tomará as medidas necessárias para que a comercialização seja eficiente. A safra será menor que a de 2008, mas é normal, porque uma economia não costuma repetir recorde de safra agrícola", disse.”

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