Li hoje no site “Carta Maior” o seguinte artigo de Flávio Aguiar, correspondente internacional da Carta Maior.
“A pergunta preside a Conferência promovida pela Attac-Alemanha, a seção germânica da ONG européia. A grande novidade é a formulação do tema, num continente em que qualquer proposta alternativa ao capitalismo era dada por letra morta.
Chegou o fim do capitalismo? A pergunta – mais do que qualquer eventual resposta – é muito significativa, partindo de quem parte. É a pergunta que preside a Conferência (nós diríamos Congresso, Simpósio, Seminário) promovida pela Attac-Alemanha, a seção germânica da ONG européia. Seu pano de fundo, é claro, é a crise financeira mundial.
Mas a grande novidade é a formulação do tema, num continente em que qualquer proposta alternativa ao capitalismo era dada por letra morta (a não ser entre grupos muito extremistas e nichos acadêmicos) faz muito tempo, pelo menos trinta anos, desde que os partidos social-democratas, socialistas ou trabalhistas começaram a se render às propostas neoliberais, para não falar dos remanescentes dos partidos comunistas.
Na Alemanha as novidades não param de aparecer. Primeiro foi o surgimento da Linke, “A Esquerda”, partido que reúne dissidentes do Partido Social-Democrata (SPD) e remanescentes do Partido Comunista Alemão, sobretudo da ex-República Democrática Alemã (DDR). A Linke se afirmou como uma força partidária a ser levada em conta rapidamente, com presença em vários parlamentos estaduais e no nacional também.
Agora, depois da crise e da última edição do Fórum Social Mundial, em Belém/janeiro de 2009, a Attac-Alemanha (www.attac.de) promove uma reunião cujo tema há algumas décadas seria impensável em terras ignotas de Europa.
Os organizadores são claros: a pergunta é provocativa, mais do que afirmativa. É formulada como pergunta, conotando dúvida sobre a própria pertinência da pergunta, o que também, certamente, estará em debate.
O encontro começa nessa sexta feira, às 19 horas, na Universidade Tecnológica de Berlim, com uma mesa reunindo Frank Bsirske, moderados, mais Saskia Sassen, da Universidade de Colúmbia, dos EUA, Alexander Buskalin, da Universidade de Moscou, e a escritora Daniela Dahn. A seguir, no sábado e do domingo, haverá mais de cem mesas e painéis conectados ao tema central, abordando meio-ambiente, crise financeira, fronteiras, desenvolvimento sustentável, alternativas energéticas, entre muitas outras possibilidades, num modelo (isso é muito significativo) semelhante ao dos Fóruns Sociais Mundiais, desde o primeiro, em Porto Alegre, 2001. Entre outros palestrantes, esperam-se Bernard Cassen, do Le Monde Diplomatique, e Ana Éster Ceceña, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Patrocinam ou apóiam a reunião a Fundação Heinrich Böll, a Fundação Otto Brenner e a Fundação Rosa Luxembourg, com ajuda da Frankfurter Rundschau.”
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