sábado, 31 de julho de 2010

EUA SURRUPIARAM 95% DOS US$ 9,1 BILHÕES ORIUNDOS DO PETRÓLEO DO IRAQUE


“EUA NÃO CONSEGUEM PRESTAR CONTAS DE FUNDOS IRAQUIANOS

O Departamento de Estado norte-americano “não é capaz de prestar contas” [sic] de mais de 95% dos US$ 9,1 bilhões de recursos provenientes do petróleo iraquiano “que os Estados Unidos direcionaram para a reconstrução do país” [sic], segundo um relatório de auditoria divulgado esta semana.

O relatório do Investigador Especial dos Estados Unidos para a Reconstrução do Iraque oferece uma visão sobre o contínuo ‘descontrole’ [eufemia para atos escusos] sobre como esses fundos são empregados num país onde o povo reclama da falta de serviços básicos como energia elétrica e água potável, sete anos após a invasão liderada pelos Estados Unidos que derrubou Saddam Hussein.

A auditoria descobriu relatórios feitos de maneira precária pelo Departamento de Defesa, que não permitem que o Pentágono preste contas de forma completa de US$ 8,7 bilhões que retirou, entre 2004 e 2007, de um fundo especial estabelecido pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Dessa quantia, o Pentágono "não pode fornecer documentação para confirmar como gastou US$ 2,6 bilhões". Esses fundos não fazem parte dos US$ 53 bilhões alocados pelo Congresso para a ‘reconstrução’ do Iraque [para as tropas norte-americanas].

O relatório foi divulgado durante um período complicado para o Iraque. Apesar dos ganhos em segurança conquistados desde 2008, ataques com bombas continuam a ocorrer quase diariamente, somando-se às frustrações e temores dos iraquianos, cada vez mais cansados da atual crise política que, segundo alguns, refletem como os políticos do país [e o Pentágono] estão mais interessados em seus próprios interesses dos que nos da nação.

Os políticos chegaram a um impasse desde as eleições parlamentares de 7 de março, que não tiveram um vencedor claro. Eles não foram capazes de formar um novo governo, já que o primeiro-ministro Nouri al-Maliki, um xiita, parece determinado a permanecer no cargo, enquanto influentes partidos xiitas querem que ele deixe o governo [a interferência dos EUA, visando colocar somente ‘marionetes’ deles no governo, inviabiliza a solução política].

‘INCAPACIDADE’

A auditoria cita vários fatores que contribuíram para a incapacidade de prestar contas da maior parte do dinheiro retirado pelo Pentágono do Fundo de Desenvolvimento para o Iraque. O documento diz que a maior parte das organizações do Departamento de Estado que receberam dinheiro do fundo foram incapazes de seguir as regras do Departamento do Tesouro, como é exigido [pois as regras impediriam ‘embolsar’].

Além disso, o relatório diz que nenhuma organização do Departamento de Estado foi designada para supervisionar a prestação de contas e os gastos dos fundos. "O colapso dos controles deixaram os fundos vulneráveis para usos inapropriados e perdas não detectadas", diz o documento.

A auditoria descobriu que os Estados Unidos continuam a manter em seu poder cerca de US$ 34,3 milhões [ínfima parcela comparada com os bilhões surrupiados], apesar de ter recebido o pedido para devolver o dinheiro ao governo iraquiano. Mas a auditoria [santamente] não indica que os investigadores acreditem que tenha havido exemplos de fraude envolvendo os gastos desses recursos.

PROGRAMA

Os recursos do Fundo de Desenvolvimento para o Iraque [não são norte-americanos] vêm das exportações de petróleo e gás do país, bem como dos bens congelados e dos fundos excedentes do Programa Petróleo por Comida, da época de Saddam Hussein.

Com o estabelecimento da “Autoridade Provisória de Coalizão” [na prática, o Cmt da tropa dos EUA], que governou o Iraque no período logo depois da invasão, em 2003, até meados de 2004, cerca de US$ 20 bilhões foram somados ao fundo.

O governo iraquiano [o tal “marionete”] havia concordado em permitir que os Estados Unidos continuassem a ter acesso aos fundos após a dissolução da “autoridade provisória”, em 2004, mas revogou essa autorização em dezembro de 2007. “

FONTE: publicado no “Estadão.com.br” e reproduzido no site “DefesaNet “ [título, imagem, aspas e trechos entre colchetes colocados por este blog].

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