sexta-feira, 30 de julho de 2010

SABATINA: MERCADANTE CRITICA A "OLIGARQUIA" TUCANA DE SP


“Vice-líder nas pesquisas de intenção de voto, Aloizio Mercadante (PT), candidato da coligação Coligação ‘União Para Mudar’ (PT, PC do B, PDT, PR, PRB, PSDC, PTN, PRP, PT do B e PRTB) ao governo de São Paulo, disse quarta-feira (28) que é capaz de romper o que chamou de “oligarquia” tucana no Estado, referindo-se aos 16 anos de governo do PSDB.

O candidato participou da sabatina promovida pelo portal UOL e jornal Folha de S. Paulo. Ele foi sabatinado pelos jornalistas Irineu Machado, editor-executivo do UOL Notícias, Fernando Canzian, repórter especial da Folha, Mônica Bergamo, colunista da Folha e Denise Chiarato, editora de Cotidiano do jornal.

Mercadante, que aposta na alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para crescer nas pesquisas, disse que o PT está pronto para ocupar o Palácio dos Bandeirantes. "A oligarquia mais longa da história do Brasil recente é do PSDB em São Paulo”, afirmou o petista. “Hoje o Brasil aplaude o governo Lula. Estamos mais maduros, mais preparados", disse.

GOVERNO LULA É UM DIFERENCIAL IMPORTANTE

Questionado sobre um suposto conservadorismo do eleitor paulista, Mercadante afirmou: "Primeiro, a máquina do governo é muito forte; de outro lado, nós temos de ser um pouco mais competentes na mensagem. O grande diferencial é que nós não estamos dizendo que vamos fazer, estamos mostrando o que fizemos [no governo Lula]".

Mercadante comparou as atuações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente Lula durante a campanha. “Eu não vejo o FHC na campanha e eu vejo uma disputa pelo Lula”, afirmou, ao apontar políticos de partidos da oposição que buscam se associar ao presidente.

O petista afirmou que os setores “modernos” do PMDB, do PPS, do DEM e do PSC em São Paulo estão ao seu lado na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. “Por que tem tanta dissidência do lado de lá? Porque as pessoas querem mudar São Paulo”, afirmou.

SEGURANÇA: TODAS AS OCORRÊNCIAS NA INTERNET

O candidato do PT afirmou que vai colocar todos os relatos de crimes do Estado de São Paulo na internet, com a localização exata de onde ocorreu o delito. “Quero colocar todas as ocorrências de polícia online e georeferenciadas. Você vai saber se houve aumento na criminalidade na sua região”, disse.

O petista admitiu que seu partido já teve dificuldades de diálogo com a polícia, mas acredita que a categoria quer uma mudança no governo. Segundo Mercadante, existe uma solução imediata para o policiamento ostensivo. “[Precisamos] aumentar a jornada de trabalho. Eu prefiro pagar mais para melhorar rapidamente a presença do efetivo”, disse.

Questionado sobre a unificação das polícias Civil e Militar, o senador, eleito com mais de 10 milhões de votos em 2002 e que aceitou disputar o governo paulista apenas neste ano, a pedido de Lula, desconversou. "Isso não compete ao governador, depende da Constituição brasileira".

EDUCAÇÃO: TUCANOS PROMOVEM POLÍTICA DISCRIMINATÓRIA

Mercadante prometeu acabar com a “aprovação automática” nas escolas paulistas se for eleito, mas não promoverá uma política de repetência dos estudantes da rede pública. “Vamos acabar com a aprovação automática imediatamente. Se o aluno está indo mal, vai ter que ter uma política de reforço. Mas escola que não avalia não ensina”, disse.

“[Esse sistema] não é para reprovar. É para dizer que não está satisfatório e tem que haver uma política de recuperação desse aluno. Na aprovação automática você finge que aprovou, mas a vida reprova”, completou o petista, que ainda prometeu instalar em São Paulo um sistema similar ao da prefeitura do Rio de Janeiro. Lá, os alunos usam um cartão para entrar nas escolas, e um chip determina se o estudante está presente ou não.

"E no futuro podemos estimular a integração dos pais com a escola. O pai pode receber um SMS no celular para saber que o filho dele não veio à aula", afirmou Mercadante. "Se eleito, quero que a minha avaliação como governador seja as notas dos alunos das escolas da rede pública", completou.

O petista acusou a gestão tucana do Palácio dos Bandeirantes, até poucos meses atrás ocupada pelo presidenciável José Serra (PSDB), de promover uma política discriminatória ao pagar bônus aos professores da rede estadual, mas não viabilizar um plano de carreira.

O petista também denunciou o descaso com o funcionalismo no estado e a falta de reajustes salariais, que vem contribuindo para um desânimo dos trabalhadores. “Você, na Folha, fica cinco anos sem receber reajuste?”, disparou o candidato para a jornalista que o indagou se, no caso de ser eleito, aumentará o salário dos professores.

Ainda sobre este tema, o petista afirmou não ser contra bônus por desempenho, "mas não adianta se não tiver carreira”, disse. “Os professores de São Paulo estão cinco anos sem receber reajuste. Aí tem um bônus que só 20% da categoria pode ganhar. Quem ganha, só pode ganhar de novo dali quatro anos. É um pau de sebo, não chega nunca”, criticou.

COPA 2014: VAMOS "SAIR DO MURO"

Sobre a polêmica em relação à Copa 2014, da qual São Paulo corre o risco de ficar de fora, o candidato petista disse que "primeira coisa" que vai fazer "é sair do muro".

"Futebol é uma coisa fundamental na cultura do paulista. Eu quero só lembrar que Tóquio ficou fora da Copa (do Japão e da Coreia, em 2002) por causa da mesma indefinição que existe aqui", disse.

ESTRADAS E PEDÁGIOS: AS TARIFAS SÃO ABUSIVAS

Mercadante deu ênfase a um assunto que tem sido muito repercutido na campanha: as tarifas abusivas dos pedágios em São Paulo. "Há um abuso nas tarifas (de pedágio) (...) Existe uma cláusula de equilíbrio econômico e financeiro que permite alterar o contrato", diz o petista, que propõe a implementação do sistema de pagamento de pedágio pelo quilômetro efetivamente rodado.

Ainda na área dos transportes, citando pesquisa Ibope, Mercadante diz que, "em 16 anos de PSDB, as pessoas perderam 1 ano e meio no trânsito em São Paulo".

Ele defendeu o transporte ferroviário, como fundamental para o Estado, seja para garantir fluidez ao trânsito, economia ao usuário e o desenvolvimento do interior. Disse ter planos para construir linhas ferroviárias entre Ribeirão Preto e Campinas, Sorocaba e São Paulo e Bauru e São Paulo. Pretende implementar o Bilhete Único Metropolitano e inserir o Governo Estadual no projeto do trem-bala, que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro.

EDINHO: TV LEVARÁ MERCADANTE PARA O 2º TURNO

Edinho Silva, presidente estadual do PT-SP e um dos coordenadores de campanha de Aloizio Mercadante, disse estar confiante de que com o início do horário eleitoral no rádio e na TV, os resultados das pesquisas vão mudar. No último final de semana, pesquisa Datafolha apontou Geraldo Alckmin (PDSB) com 49% das intenções de voto, seguido de Mercadante, com 16% e Celso Russomano (PP), com 11%.

"Essas pesquisas de início de campanha são um 'recall', fazem apenas uma fotografia do candidato. Com o início da campanha no rádio e na TV isso tende a mudar", disse Edinho, que também é candidato a deputado estadual pelo PT.

Segundo o petista, pesquisas internas feitas pela campanha de Mercadante mostram um alto grau de insatisfação da população com a gestão tucana, especialmente na capital e na região metropolitana. No interior, a situação é diferente, segundo ele, devido ao "distanciamento" que a população tem dos governos estaduais.

"No interior os eleitores pensam primeiro no voto para presidente e deixam para depois a escolha do governador", disse o coordenador.

Questionado sobre a participação de Celso Russomanno (PP) na disputa, Edinho disse respeitar o candidato, "até porque o PP é um partido da base da candidata Dilma Rousseff", mas acredita que a disputa "será polarizada entre os candidatos do PT e PSDB".

Para ele, com o início da campanha na TV e no rádio, as demais candidaturas tendem a colaborar com a queda do candidato tucano nas pesquisas. "Acho que as outras candidaturas são importantes. O Paulo Skaf (PSB) tem uma representatividade, e o Russomano é mais popular, mais conhecido. Eles vão crescer na campanha e a tendência é o candidato tucano cair", disse Edinho, apostando no segundo turno entre Mercadante e Alckmin.”

FONTE: publicado no site do PT-SP e no portal “Vermelho”.

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