COLUNISTA DA 'FOLHA' COBRA 'ESPÍRITO REPUBLICANO' DIANTE
DE 'CARTEL' EM SP
Do “Jornal GGN”
“Em artigo publicado no sábado (10), o colunista André
Singer, da ‘Folha de S. Paulo’ [apesar de ser tucano-serrista], cobrou “espírito republicano” tanto das
instituições quanto da população que foi às ruas, em junho, se manifestar
contra a corrupção após a série de protestos contra o aumento da tarifa do transporte
coletivo em São Paulo.
Para ele, as denúncias de ‘formação de cartel’ [eufemismo para tratar da corrupção nos governos tucanos] em São Paulo envolvendo o setor metroferroviário, com propinas estimadas em R$ 40 milhões e que atingem as lideranças tucanas, é equivalente em importância ao chamado “escândalo do mensalão” do PT, que, segundo as denúncias, desviou R$ 30 milhões para abastecer apoio no Congresso.
Singer afirma que o momento é propício para observar como se comportará “a faixa da população que dialoga intensamente com os meios de comunicação” e questiona: “Estarão lá as bandeiras verde-amarelas?”. Leia o artigo na íntegra:
“TESTE REPUBLICANO
André Singer
Às vésperas de o STF reiniciar as sessões sobre a ação penal 470, notícias referentes ao cartel dos trens, montado em São Paulo entre 1998 e 2008, colocam à prova o sentido republicano das instituições e grupos sociais que se têm mobilizado contra a corrupção no último período.
Terão a mesma energia, ou o ímpeto revelado irá esmorecer, agora que são outros os personagens na berlinda?
Observe-se a equivalência dos dois escândalos. Em um, acusa-se o partido no poder federal de ter desviado algo em torno de R$ 30 milhões para montar um esquema destinado a permanecer no governo em que se encontra há dez anos. No segundo, fala-se em propinas da ordem de R$ 40 milhões para financiar o partido no Executivo estadual paulista há quase duas décadas.
Ao que parece, movido pela convicção de que era necessário aplicar punições exemplares a figuras do PT de modo a desencadear uma onda de renovação moral no país, Joaquim Barbosa conseguiu imprimir ao julgamento do mensalão um sentido de "Operação Mãos Limpas". Em alguma medida teve êxito, como se pôde ver em junho, com a profusão de bandeiras nacionais nas ruas.
Como os manifestantes são uma faixa da população que dialoga intensamente com os meios de comunicação, cabe observar o comportamento desses [meios] nas duas situações.
No caso dos petistas, foi evidente, além da farta cobertura, a simpatia ao procedimento radical de Barbosa. Já no que tange ao "affaire" peessedebista, foi preciso que a ‘Folha’ rompesse, uma semana atrás [porém mais de uma semana após a “IstoÉ”], um verdadeiro muro de silêncio para que o assunto, praticamente público há anos, alcançasse repercussão em outros veículos importantes do sistema da grande mídia.
Mas tendo furado o bloqueio inicial, como seguirá o acompanhamento de um roteiro que coloca o PSDB em situação dificílima? Exemplo: Geraldo Alckmin afirma que é o primeiro interessado em apurar os fatos, mas bloqueia a criação de CPI na Assembleia Legislativa. Em 2005, a denúncia de Jefferson foi investigada por três CPIs no Congresso Nacional. Será o governador objeto da mesma pressão midiática para aprovar uma [CPI]?
Se, até o momento, não é explícito o envolvimento direto de altas figuras do PSDB com propinas, registre-se que a tese do “domínio do fato”, que acabou por prevalecer sob a batuta de Barbosa, prescinde de provas materiais. Basta deduzir que estrutura de tal porte não poderia ser desconhecida pelos que comandavam o aparelho de Estado para propor condenações.
O “Movimento Passe Livre” já convocou manifestação a respeito do cartel dos transportes para quarta-feira. Estarão lá as bandeiras verde-amarelas?”
Para ele, as denúncias de ‘formação de cartel’ [eufemismo para tratar da corrupção nos governos tucanos] em São Paulo envolvendo o setor metroferroviário, com propinas estimadas em R$ 40 milhões e que atingem as lideranças tucanas, é equivalente em importância ao chamado “escândalo do mensalão” do PT, que, segundo as denúncias, desviou R$ 30 milhões para abastecer apoio no Congresso.
Singer afirma que o momento é propício para observar como se comportará “a faixa da população que dialoga intensamente com os meios de comunicação” e questiona: “Estarão lá as bandeiras verde-amarelas?”. Leia o artigo na íntegra:
“TESTE REPUBLICANO
André Singer
Às vésperas de o STF reiniciar as sessões sobre a ação penal 470, notícias referentes ao cartel dos trens, montado em São Paulo entre 1998 e 2008, colocam à prova o sentido republicano das instituições e grupos sociais que se têm mobilizado contra a corrupção no último período.
Terão a mesma energia, ou o ímpeto revelado irá esmorecer, agora que são outros os personagens na berlinda?
Observe-se a equivalência dos dois escândalos. Em um, acusa-se o partido no poder federal de ter desviado algo em torno de R$ 30 milhões para montar um esquema destinado a permanecer no governo em que se encontra há dez anos. No segundo, fala-se em propinas da ordem de R$ 40 milhões para financiar o partido no Executivo estadual paulista há quase duas décadas.
Ao que parece, movido pela convicção de que era necessário aplicar punições exemplares a figuras do PT de modo a desencadear uma onda de renovação moral no país, Joaquim Barbosa conseguiu imprimir ao julgamento do mensalão um sentido de "Operação Mãos Limpas". Em alguma medida teve êxito, como se pôde ver em junho, com a profusão de bandeiras nacionais nas ruas.
Como os manifestantes são uma faixa da população que dialoga intensamente com os meios de comunicação, cabe observar o comportamento desses [meios] nas duas situações.
No caso dos petistas, foi evidente, além da farta cobertura, a simpatia ao procedimento radical de Barbosa. Já no que tange ao "affaire" peessedebista, foi preciso que a ‘Folha’ rompesse, uma semana atrás [porém mais de uma semana após a “IstoÉ”], um verdadeiro muro de silêncio para que o assunto, praticamente público há anos, alcançasse repercussão em outros veículos importantes do sistema da grande mídia.
Mas tendo furado o bloqueio inicial, como seguirá o acompanhamento de um roteiro que coloca o PSDB em situação dificílima? Exemplo: Geraldo Alckmin afirma que é o primeiro interessado em apurar os fatos, mas bloqueia a criação de CPI na Assembleia Legislativa. Em 2005, a denúncia de Jefferson foi investigada por três CPIs no Congresso Nacional. Será o governador objeto da mesma pressão midiática para aprovar uma [CPI]?
Se, até o momento, não é explícito o envolvimento direto de altas figuras do PSDB com propinas, registre-se que a tese do “domínio do fato”, que acabou por prevalecer sob a batuta de Barbosa, prescinde de provas materiais. Basta deduzir que estrutura de tal porte não poderia ser desconhecida pelos que comandavam o aparelho de Estado para propor condenações.
O “Movimento Passe Livre” já convocou manifestação a respeito do cartel dos transportes para quarta-feira. Estarão lá as bandeiras verde-amarelas?”
FONTE: Do “Jornal
GGN” (http://www.jornalggn.com.br/blog/colunista-da-folha-cobra-espirito-republicano-diante-de-cartel-em-sp). [Título, imagem do google e trechos entre colchetes adicionados
por este blog ‘democracia&política’].
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