domingo, 11 de agosto de 2013

FHC: “EU NÃO! EU SOU DEUS!”

charge acordabrasil

Por [*] Laerte Braga, jornalista (postado no “Redecastorphoto”

Laerte Braga

“Quando o ex-presidente Fernando Henrique diz que “o PSDB não é farinha do mesmo saco”, não estava querendo defender o partido. Isso é o que pode parece à primeira vista. Estava defendendo a si, largando os “amigos” (que não tem; tem cúmplices) na chuva e cuidando de sua própria pele.

É Deus, privatizou o mundo em seis dias e depois foi a ‘Camp David’ passar o sétimo com Bill Clinton, onde recebeu a unção pelos serviços prestados.

O que está dizendo é que não o confundam com Serra, com Alckmin, com Aécio, com Álvaro Dias, com Portelinha, Azeredo e toda a corja. Ele não. É Deus e está acima do bem e do mal. O que fez não importa se eivado de corrupção, importa que ele é “Deus”.

Parênteses.

No caso de Aécio estar no PSDB, é falta de vergonha na cara, ou já está num estado de depauperação mental irrecuperável. Tancredo tinha horror de FHC.

charge viomundo

Fernando Henrique percebeu a gravidade do caso do metrô paulista e sente o cheiro da podridão que exala da “Rede Globo”, donde podem surgir segredos aterradores do seu governo; falo da sonegação fiscal de 600 milhões.

A “Globo” sempre foi fétida, só que agora o cheiro está chegando, insuportável, às ruas.

São as duas grandes questões pontuais que vive o País neste momento, e são elas que devem fazer parte de qualquer bandeira de protesto, onde quer que se vá. No território nacional, ao lado das grandes causas, a Constituinte Popular, por exemplo.

Globo e Metrô/CPTM de São Paulo são produtos da podridão e da falência do Estado desde a época da ditadura militar.

Um corpo corroído muito mais pelos corruptores, principais acionistas desse Estado (bancos, grandes empresas, latifúndio, templários evangélicos), do que pela corrupção, que é consequência. A bancada evangélica é uma espécie de ordem dos templários da Idade Média, mas caricata; latifúndios são pistoleiros do velho oeste; banqueiros; mas grandes empresários são a ‘Opus Dei’.

 Propinoduto do PSDB arromba o Cofre Público (Latuff/2013)

O sistema político eleitoral brasileiro permite que os corruptores elejam e mantenham a maioria das casas legislativas, as prefeituras, esses adereços desnecessários chamados câmaras municipais, os governos estaduais, as assembleias e as duas casas legislativas nacionais, uma delas chamada ‘representação popular’, a Câmara dos Deputados, e a outra, outro adereço desnecessário, o Senado, representação dos estados de uma federação que não existe exceto no papel.

Nosso sistema judiciário é uma teia que não resolve nada e isso é proposital. Quem vai ter peito de encarar o ‘mea culpa’ no erro (ou ma fé, ou incompetência) do “mensalão?

Todo o arcabouço do Estado brasileiro guarda consigo “preciosidades” do Brasil colônia, do Brasil império e das várias “repúblicas” que tivemos ao longo de nossa História, mas sempre sob o controle das elites econômicas. O caráter democrático, que é também o caráter humano que deveria prevalecer, não existe.

'Rede Globo' e a sonegação (Saraiva 13) [Sonegação é nome suave para roubo do dinheiro público já na sua origem. O roubo da 'Globo' equivale a 30 mensalões]

E aí, entra FHC, como entra o grupo “Globo”, como entram os que compram e se beneficiam do que, na verdade, é a diferença de classes que, por sua vez, nos remete à luta de classes, necessária e fundamental para a construção de um Estado democrático. Aquele em que o trabalhador decide ao invés de ser alvo de gás lacrimogêneo ou gás de pimenta, além da borduna no lombo promovido pela excrescência que são as Policias Militares, “preciosidade” trazida de antanho.

Neste momento, temos o que se chama de “condições objetivas” para buscar mudanças estruturais indispensáveis, a não ser que queiramos aceitar o papel de zumbis em função dos interesses dos donos. Não mudanças totais, plenas, mas abrir portas para a construção de um futuro decente.

No Brasil e em quase todos os países, há um problema complicado: a classe média. Come arroz e feijão, deve horrores ao banco, e arrota faisão. Pior, lê VEJA (segundo eles, a melhor revista do mundo em língua portuguesa, mas já bastante decadente) e acha que o “Jornal Nacional” (com índices de audiência em queda livre) é o ponto de referência da verdade absoluta. E adora trazer seus cães pra defecar pelas ruas...

No caso específico de FHC, um safardana de grande porte, amoral, logo destituído de qualquer principio e que, em sua versão fumante de charuto cubano, acredita que tudo é obra dele.

charge serranuncamais

E que numa frase, como a que disse, falou para fora uma coisa, falou para dentro outra coisa, até porque se chegarem a ele respingos desses processos do Metrô/CPTM/SP, da “Globo”, o risco de retaliação é imenso. É detentor de segredos, desde alcovas a gabinetes escuros e sombrios como aqueles que Drácula usa, e não vai ter escrúpulos em esgrimi-los a seu favor.

É característica do amoral.

Foi o que ele quis dizer.

“Eu não! Eu sou Deus!”.

O PSDB não é farinha do mesmo saco só, é um tipo de farinha venenosa e que, ao invés de alimentar, mata.”


FONTE: escrito por Laerte Braga [*], jornalista; trabalhou no ‘Diário Mercantil’ e no ‘Diário da Tarde’ de Juiz de Fora, para os ‘Diários Associados’ e pela ‘agência Meridional’ (primeira grande agência de notícias do Brasil) e também dos ‘Diários e Emissoras Associadas’, tendo sido correspondente do ‘Estado de Minas de Juiz de Fora e Zona da Mata’, e também trabalhou como freelancer para revistas e jornais do Brasil e de outros países. Laerte escreve sazonalmente para a ‘redecastorphoto’. Postado por Castor Filho em seu blog “Redecastorphoto”  (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/08/fhc-eu-nao-eu-sou-deus.html). [Trecho entre colchetes adicionado por este blog 'democracia&política'].

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