Do jornal
“Brasil 247”
ACORDOS TUCANOS NO METRÔ DARIAM CADEIA NO STF
“Curiosamente,
o caso de denúncias de favorecimento e acordos com empresas em licitações do
metrô e trens no Estado de São Paulo, que gerava propina a políticos do PSDB, é
muito parecido com o de Ivo Cassol (PP), primeiro senador condenado no País
pelo Supremo Tribunal Federal, na quinta-feira 8. Seu crime? Fraudes ao
direcionar licitações em obras e serviços de engenharia em benefício de algumas
empresas, quando era prefeito do município de Rolim de Moura, em Rondônia; pena: quatro anos e oito meses.
Caso fosse
julgada no Supremo Tribunal Federal, a denúncia de cartel e favorecimento a
empresas em licitações do metrô e trens de São Paulo daria cadeia a políticos
do PSDB. Isso porque governadores tucanos direcionaram licitações, impedindo a
livre concorrência de mercado entre as empresas e recebendo propina em troca. A
denúncia é da alemã Siemens, que disse fazer parte do esquema.
Embora envolva
muito mais dinheiro, o caso, curiosamente, é semelhante com o julgado na
quinta-feira 8 pela corte suprema, que terminou com a primeira condenação de um
senador no País. Ivo Cassol, do PP de Roraima, foi considerado culpado por
todos os dez ministros que estavam no tribunal por direcionar licitações em
obras e serviços de engenharia quando era prefeito do município de Rolim de
Moura entre 1998 e 2002.
A natureza
dos desvios nos dois casos é a mesma:
fraudes em licitações públicas que geram benefícios pessoais e políticos aos
corruptos. Como detalhou a relatora do caso, a ministra Cármen Lúcia, o
parlamentar direcionou doze licitações em benefício de construtoras locais,
fazendo com que apenas as empresas que faziam parte da fraude participassem da
execução de obras viárias em contratos de R$ 2,7 milhões.
No caso das
fraudes praticadas pelo governo paulista, há algumas revelações importantes: a multinacional francesa Alstom
distribuiu US$ 20 milhões em propina no Brasil. Um dos nomes da lista e
principais beneficiários era "RM", que representa Robson Marinho,
braço direito do ex-governador Mario Covas. Investigação da Polícia Federal
aponta que outra beneficiária foi a Secretaria de Energia do Estado, comandada
então por Andrea Matarazzo, que acabou sendo indiciado por corrupção passiva.
Outra
denúncia da Siemens dá conta de que o ex-governador José Serra ofereceu um
acordo à empresa em uma licitação da CPTM que tratou da compra de 40 novos
trens para o Estado. O objetivo era não travar o processo. O nome de Serra e o
acordo são citados num email trocado entre executivos da companhia alemã. O
esquema foi negado ontem pelo tucano, que garantiu que
prevaleceram, no caso, a concorrência e os preços mais baixos.
A verdade é
que a compra de equipamentos e composições bilionários não seria entregue nas
mãos de funcionários do segundo escalão da estatal paulista, e que um esquema
de corrupção desse porte não poderia, claro, deixar de ter o comando de
grãos-tucanos do PSDB. Ivo Cassol foi condenado a quatro anos e oito meses
de prisão pelo mesmo crime.”
FONTE: jornal “Brasil 247” (http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/111146/Acordos-tucanos-no-metr%C3%B4-dariam-cadeia-no-STF.htm).
[Título acrescentado por este blog ‘democracia&política’].
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