Do jornal online “Brasil 247”
Dados estatísticos revelam que o desempenho das contas públicas no Brasil foi muito pior nos oito anos do governo FHC do que nos 12 de Lula e Dilma, seja pelo conceito de resultado primário (sem as despesas com juros) ou nominal (que inclui todos os gastos); a despeito disso, economistas ligados ao antigo regime, como Pedro Malan e Gustavo Franco, têm criticado a política fiscal de Guido Mantega. A pergunta é: será que eles merecem algum crédito neste debate?
Preste atenção à imagem abaixo:
Trata-se, como se vê, da manchete da [tucana] "Folha de S. Paulo" de quarta-feira – uma das mais alarmistas e editorializadas, com viés político, já publicadas em toda a sua história. Segundo o jornal, a "desconfiança no governo Dilma faz dólar ter forte alta".
Um leitor menos atento poderia imaginar que o Brasil estivesse vivendo uma nova maxidesvalorização, como acontecia na década de 80. Mas era uma alta de 2% da moeda americana, que fechou quarta-feira cotada a R$ 2,29.
O motivo, segundo a "Folha", seria "a deterioração das contas públicas brasileiras". A ancorar a reportagem, uma declaração do insuspeito Gustavo Franco. "O governo colhe o que plantou. Quando há credibilidade, pode-se cometer pequenos erros, mas, quando a credibilidade se esgota, qualquer pequeno erro é um grande problema. A política fiscal é uma sucessão de equívocos e maquiagens", disse ele.
Para quem não se lembra, Gustavo Franco foi presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique/PSDB e não se contentou em cometer pequenos erros. Para sustentar uma cotação artificial do real, queimou mais de US$ 45 bilhões em reservas, elevou os juros à lua, cunhou a expressão "saco de maldades", para falar dos instrumentos de que dispunha, e, literalmente, ajudou a levar o Brasil à bancarrota, caindo no colo do Fundo Monetário Internacional.
Não por acaso, os números fiscais dos oito anos de governo FHC/PSDB foram muito piores do que os registrados nos 12 anos de governos Lula e Dilma.
O "247" levantou os dados do resultado primário (sem despesas com juros) e nominal (com todas as despesas) do setor público, ano a ano. Eis os dados de FHC: média de superávit primário de 1,5% e de déficit nominal em 5,1%. Agora, os de Lula e Dilma: superávit primário de 3,1% do PIB e déficit nominal em 3,1% também. Ou seja: a comparação – estatística, diga-se de passagem – é bastante favorável aos governos mais recentes.
Diante dos números, será que foi mesmo a "perda de confiança no governo Dilma" que fez o dólar subir ontem? Detalhe: na quarta, a moeda americana caiu e fechou cotada a R$ 2,28. Voltaram a confiar?”
FONTE: jornal online “Brasil 247” (http://www.brasil247.com/pt/247/economia/120047/Crise-fiscal-no-Brasil-S%C3%B3-se-for-coisa-do-passado.htm).
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