Por Lustosa da Costa, no “Diário do Nordeste”
“O mais poderoso complexo militar que o mundo conheceu, servido pela aparelhagem tecnológica mais sofisticada, permitiu, depois de dez anos, de bilhões de dólares gastos, milhares de árabes trucidados, que o presidente americano Barack Obama, de seu gabinete, assistisse ao fuzilamento de Bin Laden, eleito o inimigo número um dos ianques, há dez anos.
FEITO HEROICO
O triunfo militar americano foi saudado com festas por todo o país, dando o terrorismo como extinto depois da morte do combatente da Arábia Saudita. Logo, alguém de bom senso, nos Estados Unidos, mostrou que a morte poderia servir à reeleição de Barack Obama, mas não livraria o povo americano de severas represálias, principalmente de filhos de países árabes invadidos pelos exércitos ianques para o saque de seu petróleo, como Iraque e Líbia.
QUE GIGANTE!
Bin Laden foi pintado como superman todo poderoso que comandava exércitos contra os Estados Unidos, a ponto de enfrentar, verbalmente, seus presidentes. Nada disso. Não comandava exército nenhum de sua casa no Paquistão. Com a mulher, sem seguranças, sem telefone, sem acesso à internet, comandava quem?
SEM EXÉRCITO
Al Qaeda nunca foi exército, senão denominação dada por George W. Bush ao antiamericanismo que grassa no mundo inteiro. Bin Laden era um herói solitário que acreditava poder desmoralizar o Golias americano e o fez durante dez anos. Mesmo morto, infunde medo a Barack Obama, aos americanos em geral. E quem sabe o que seu martírio não poderá gerar de desejos de vingança e cobrança?
MEDO
O próprio presidente americano fez questão de ver a execução da sentença de morte de Bin Laden, em território do Paquistão, à revelia da legislação mundial. E quando ele ou um sucessor decidir matar alguém na Venezuela, que também produz petróleo, bateremos palmas à ilegalidade?
SÓ, COM A MULHER
Vocês viram a insistência com que a televisão repetiu, centenas de vezes, primeiro que Bin Laden usara a mulher como refém. E que ele foi fuzilado, só, [desarmado], sem guarda-costas, sem seguranças, na companhia da mulher. Era este homem que metia medo em todo o Exército americano.
CASA 'MILIONÁRIA'
Depois, ouviram que a nossa televisão, repetindo a americana, falava da casa de um milhão de dólares de Bin Laden, que nasceu filho de um bilionário de petróleo. Muito mais valor dei eu ao apartamento de um milhão de dólares que a revista Época divulgou como tendo sido adquirido por Fernando Henrique Cardoso a um banco amigo, para morar só, com o dinheirinho das propinas da Fundação Ford e suas "economias". Este, sim, pode não ter petróleo, mas mora como os milionários do petróleo.”
FONTE: escrito por Lustosa da Costa e publicado em sua coluna no “Diário do Nordeste” (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=975126) [imagem do Google adicionada por este blog].
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