domingo, 16 de junho de 2013

BRASIL BATE RECORDE DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS COM MENOR ESMATAMENTO EM 24 ANOS

“A presidenta Dilma Rousseff falou, no Café com a Presidenta’ de segunda-feira (10), sobre os R$ 136 bilhões em investimentos para o “Plano Safra da Agricultura e da Pecuária 2013/2014”, e destacou o desenvolvimento da agropecuária brasileira, combinado com a conservação ambiental. Em 2012, a produção de grãos cresceu quase 11%, chegando a safra recorde de 184 milhões de toneladas, e a área plantada aumentou 4,6%. Ainda assim, foi registrado o menor desmatamento na Amazônia nos últimos 24 anos.


DILMA: ANATER VAI LEVAR INOVAÇÃO TECNOLÓGICA PARA O CAMPO

"Nós vamos aumentar o acesso dos agricultores do nosso país ao conhecimento e à
tecnologia que vão ajudar a melhorar a produtividade no campo"

Além da criação da “Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural” (ANATER), a presidenta Dilma Rousseff também falou sobre a redução do desmatamento na Amazônia. Segundo ela, o Brasil atingiu, no ano passado, a menor taxa de desmatamento na Amazônia dos últimos 24 anos. Ao mesmo tempo, segundo ela, o país bateu recordes de produção de alimentos. Para a presidenta, isso mostra que o Brasil tem a capacidade de combinar o crescimento da produção agrícola com a proteção do meio ambiente. A presidenta disse ainda que uma das novidades do “Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2013/2014” é o aumento da capacidade de armazenamento da produção. Além dos investimentos nos armazéns da CONAB, o governo vai financiar a construção de armazéns privados, sendo seis deles no Nordeste. O objetivo é ampliar a capacidade de armazenagem do país em 65 milhões de toneladas nos próximos cinco anos.

TRANSCRIÇÃO

Apresentador: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um “Café com a Presidenta Dilma”. Bom dia, presidenta!

Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia para você que nos acompanha aqui no Café!

Apresentador: Presidenta, a senhora lançou, na semana passada, o” Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2013/2014”. A gente sabe que todo ano o governo destina recursos para financiar a produção. Como vai ser na próxima safra, presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, o “Plano Safra da Agricultura e da Pecuária”, que nós lançamos na semana passada, é o maior já visto neste país. Nós estamos destinando R$ 136 bilhões para financiar a safra de 2013/2014. Para você ter uma ideia, Luciano, em 2002/2003, o crédito era de apenas R$ 20,5 bilhões. Nesses dez anos, aumentamos o volume de crédito em sete vezes, Luciano, e chegamos a esses R$ 136 bilhões que eu estava lhe falando. Isso é muito importante, sabe por que, Luciano? Porque nós temos uma agricultura muito poderosa e ela tem de ser apoiada pelo governo. A nossa agricultura é tão importante, que eu não sei se você sabe, mas um em cada quatro produtos agrícolas do mundo é brasileiro. Por isso, Luciano, esse crédito vai ser usado para ajudar na safra, ajudar o custeio, os investimentos, a comercialização. E isso significa que nós estamos procurando cada vez mais apoiar a produtividade e a competitividade da nossa agricultura e da nossa pecuária. A nossa expectativa é atingir uma produção recorde de 190 milhões de toneladas de grãos no nosso país. Hoje, nós produzimos 184 milhões de toneladas de grãos; temos mais de 210 milhões de cabeças de gado. Pensa bem, Luciano, 210 milhões de cabeças de gado, são 13 milhões de toneladas de aves, 3,6 milhões de toneladas de suínos. Então, é muito importante esse processo de apoio à nossa agricultura e à nossa pecuária.

Apresentador: Presidenta, conte para nós quais são as novidades desse Plano Agrícola.

Presidenta: Olha, Luciano, a maior novidade é que nós vamos ampliar, em muito, a capacidade de armazenamento da nossa produção. E nós vamos fazer isso, Luciano, de duas maneiras: primeiro, financiando a construção de novos armazéns privados, que vão ser feitos pelos próprios produtores, ou pelas cooperativas, ou pelos cerealistas; e destinando recursos para construir e reformar armazéns públicos, que vão dobrar a capacidade de estoque da CONAB. Sabe, Luciano, a própria FAO considera que o Brasil tem poucos armazéns e nós precisamos aumentar a nossa capacidade, nesses cinco anos próximos, em 65 milhões de toneladas. Isso dá, mais ou menos, 13,5 milhões de toneladas de armazenagem/ano. E, por isso, nós colocamos R$ 25 bilhões em crédito para financiar a construção de novos armazéns nos próximos cinco anos. E os juros dos empréstimos são baixíssimos, de apenas 3,5% ao ano, e o prazo para pagamento é de até 15 anos.

Apresentador: E como vão ser feitos os investimentos nos armazéns da CONAB, presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, nós vamos investir R$ 500 milhões para construir novos armazéns públicos, novos armazéns da CONAB e também para modernizar aqueles que existem. Vamos dar prioridade, Luciano, às regiões consideradas importantes, estratégicas para o abastecimento e para a oferta de alimentos, principalmente as regiões mais sensíveis, mais fragilizadas. Por exemplo, o Nordeste, onde nós vamos construir seis novos armazéns da CONAB. O que é que nós queremos com isso, Luciano? Nós queremos com isso, com esses armazéns, garantir que haverá milho, forragem de milho e outros tipos de alimentos, por exemplo, para o rebanho, para alimentá-lo quando a seca ataca e a produção local não é suficiente. Os armazéns funcionam como uma espécie de segurança. Assim, Luciano, durante a estiagem, a gente vende o milho estocado a um preço adequado e garante alimentação dos animais no Nordeste. Isso é muito importante para quem vive na região do semiárido.

Apresentador: Presidenta, no início do “Café”, a senhora falou que os investimentos do Plano Agrícola vão aumentar ainda mais a produtividade da agricultura brasileira. Como vai ser isso?

Presidenta: Olha, Luciano, uma agricultura produtiva e eficiente depende sempre de tecnologia e isso significa levar para o campo modernas técnicas de cultivo, de irrigação, melhoria genética do nosso rebanho. Nossa agricultura e pecuária já vêm fazendo isso, Luciano, mas nós queremos aumentar a escala. Para você ter uma ideia, na safra atual, a produção de grãos aumentou quase 11% enquanto a área plantada aumentou 4,6%. E nós sabemos que podemos fazer mais ainda. Por isso, nós criamos o INOVAGRO. O INOVAGRO, Luciano, é uma linha de financiamento que apóia a adoção de inovações tecnológicas pelos produtores rurais. Nós vamos financiar três linhas principais nesta safra: primeiro, o cultivo protegido, que é a produção de hortifrutigranjeiros em áreas cobertas, por exemplo, em estufas, em pomares cobertos; vamos financiar a agricultura de precisão, em segundo lugar, que usa a tecnologia para calcular, por exemplo, a quantidade de adubo de cada tipo de solo. Vamos também financiar a automação da agricultura e da pecuária; por exemplo, automatizando granjas de aves. Fazendo esses investimentos, Luciano, nossos agricultores modernizam suas propriedades e conseguem produzir mais e melhor. O resultado é o aumento da renda e uma vida muito melhor no campo e, ao mesmo tempo, grande competitividade da agricultura brasileira.

Apresentador: Mas a assistência técnica também é muito importante para o aumento da produtividade, não é, presidenta?

Presidenta: Claro que é, Luciano. E foi por isso que nós criamos a “Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural”, a ANATER. A ANATER é uma novidade, Luciano. Com ela, nós vamos aumentar o acesso dos agricultores do nosso país ao conhecimento e à tecnologia que vão ajudar a melhorar a produtividade no campo. A ANATER vai trabalhar muito ligada à EMBRAPA. Uma, a EMBRAPA, pesquisa, cria tecnologias, inova processos e produtos; a outra, a ANATER, difunde essa tecnologia, esses processos e esses novos produtos, e faz com que o agricultor, o pecuarista tenha acesso ao que há de melhor em matéria de inovação e novas práticas. A ANATER vai atender a toda agricultura brasileira, pequenos, médios e grandes produtores.

Apresentador: Por falar nos médios produtores, quais as novidades do novo Plano Agrícola para eles, presidenta?

Presidenta: Sabe, Luciano, nós melhoramos ainda mais o PRONAMP, que é o “Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural”. Nessa próxima safra, o PRONAMP vai ter R$ 13,2 bilhões para financiar a produção dos médios agricultores, e os juros serão ainda menores, Luciano, porque nós reduzimos a taxa de 5% para 4,5% ao ano. Desde a safra passada, nós temos procurado oferecer aos médios produtores condições de crédito cada vez melhores, porque não queremos deixar ninguém de fora. O meu governo reconhece a força e a capacidade dos nossos médios agricultores, e todos eles podem contar com o nosso apoio.

Apresentador: Presidenta, com uma agricultura que cresce a cada ano, como fica a questão da preservação ambiental?

Presidenta: Olha, Luciano, foi muito bom você ter tocado nesse ponto, porque eu tenho uma notícia muito boa, Luciano, para os nossos ouvintes. No ano passado, nós atingimos a menor taxa de desmatamento na Amazônia dos últimos 24 anos. Ao mesmo tempo, Luciano, nós batemos recordes de produção de alimentos no Brasil. Isso mostra que nós temos a capacidade de combinar o crescimento da produção agrícola com a proteção do meio ambiente. E neste Plano Agrícola, Luciano, nós ampliamos ainda mais o Programa ABC, que significa “Agricultura de Baixo Carbono”. Esse programa, Luciano, vai ter R$ 4,5 bilhões para financiar práticas sustentáveis na agricultura, como, por exemplo, o plantio direto na palha, a recuperação de pastagens degradadas, a plantação de florestas. Esse programa, o ABC, “Agricultura de Baixo Carbono”, tem interessado muitos produtores. Para você ter uma ideia, Luciano, nos dez meses desta safra que está terminando agora, nós emprestamos R$ 2,6 bilhões para a linha de crédito da “Agricultura de Baixo Carbono”. A procura foi tão alta que resolvemos aumentar em 1/3 esse crédito para a próxima safra. Você sabe por que esse programa tem feito tanto sucesso, Luciano? Porque a “Agricultura de Baixo Carbono” é extremamente eficiente. O produtor que adota práticas sustentáveis de produção, que respeita o meio ambiente sai ganhando, porque consegue produzir com melhor qualidade e com menor custo. E os benefícios são também para todos nós, Luciano.

Apresentador: Presidenta, a conversa está ótima, mas, infelizmente, o nosso tempo chegou ao fim.

Presidenta: Olha, Luciano, antes de terminar o “Café” de hoje, eu queria dizer para os agricultores de todo o Brasil que podem contar com o meu governo. Nós colocamos R$ 136 bilhões nesta safra e vamos colocar mais, o recurso que for necessário para atender os nossos produtores rurais. Esse é o meu compromisso com quem batalha todos os dias para produzir alimentos, ajudando o Brasil a crescer e a se desenvolver. Essa extraordinária agricultura e pecuária que produz para o mercado interno e hoje é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Luciano, uma boa semana para você e um grande abraço para os nossos ouvintes! E até, Luciano, à semana que vem!

Apresentador: Obrigado, presidenta. Você que nos ouve pode acessar o “Café com a Presidenta” na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!”


Nenhum comentário: