Por Fernando Brito
“Os dados divulgados sexta-feira pela
“Eurostat”, o IBGE da Europa, confirmam que a
crise, no velho mundo, não apenas prossegue como se aprofunda e, em alguns
países, causa desemprego que supera o vivido pelos Estados Unidos na crise de
1929, quando chegou a 25%.
A Grécia não tem trabalho para 27%
de seus cidadãos em idade ativa. A Espanha, para 26,8% e Portugal para 17,8%.
Só para lembrar, o desemprego no
Brasil é de 6% da população ativa.
Dramáticos entre os trabalhadores em
geral, os números do desemprego entre os jovens têm ares de assassinato de uma
geração.
Na Grécia, a taxa de desemprego
jovem é de 62,5%. Na Espanha, 56,4%; em Portugal, a taxa é de 42,55% e na
Itália atinge 40,5%.
A Europa tem um exército de 26,6% de
pessoas sem emprego, 19,4% deles na Zona do Euro. Um quinto desses é composto por
jovens de menos de 25 anos.
França e Alemanha, semana passada,
lançaram um programa de
subsídios de seis
bilhões de Euros, na esperança de criar seis milhões de empregos para jovens.
Empresas que contratarem pessoas de menos de 25 anos terão acesso a juros
menores. O problema é que os juros europeus estão longe dos brasileiros: já são
baratos.
Poucos acreditam que isso vá
funcionar dentro da ideia recessiva que os dirigentes europeus – como a tropa ‘colonizada’ aqui – estão
aferrados.
A receita europeia para a crise é
essencialmente a conservadora. Arrocho, sim; crescimento, não.
O Banco Central Europeu lançou sexta-feira
a proposta de acabar, em relação a parte dos trabalhadores, com a
obrigatoriedade de um salário-mínimo.
Isso, depois de o país já ter, na linguagem que se usa aqui, “flexibilizado” as
leis trabalhistas.
A economia europeia, sob os cânones
neoliberais, repete Esparta e “elimina” os jovens que julga “incapazes” de
servir à neoservidão que se vai tomando conta do que foi, há décadas, o berço
da ideia de estado de proteção social.
Depois, não reclamem que as ideias
neonazistas brilhem no continente.”
FONTE:
escrito por Fernando Brito em seu blog “Tijolaço” (http://www.tijolaco.com.br/index.php/o-genocidio-dos-jovens-da-europa/).
Nenhum comentário:
Postar um comentário