quinta-feira, 23 de junho de 2011

FISCALIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS DO BRASIL


Com 15.719 km de fronteiras [terrestres] com dez países, o Brasil, além de exposto ao contrabando de mercadorias, está na rota do tráfico de drogas e armas.

Nas zonas fronteiriças mais povoadas do Sul, esses crimes têm sido combatidos com alguns resultados, mas a entrada no Brasil de cocaína [maconha, heroína] e outras drogas se faz, principalmente, através de vias terrestres ou fluviais em regiões de florestas ou escassamente habitadas, na fronteira com a Bolívia e o Paraguai, bem como no chamado ‘trapézio amazônico’, na confluência das fronteiras do Brasil com o Peru e a Colômbia.

Agora, depois de o orçamento da Polícia Federal ter sido ameaçado de corte, o governo anuncia um ‘Plano Estratégico de Fronteiras’, prevendo verba de R$ 120 milhões para sua implementação este ano.

"O compromisso com esse programa é tão grande", disse a presidente Dilma Rousseff, que o vice-presidente Michel Temer foi escolhido para coordená-lo. Espera-se que a iniciativa sinalize o fim de longo período de imobilismo com relação à vigilância e fiscalização das fronteiras nacionais.

Na realidade, não se trata, exatamente, de plano detalhado, mas de diretrizes para as ações que o governo federal pretende empreender para fortalecimento dos controles na faixa de fronteira e combate à criminalidade. O grande peso desse trabalho continuará recaindo sobre a Polícia Federal, que deverá ser consideravelmente reforçada. O primeiro eixo do plano é a ‘Operação Sentinela’, de caráter permanente, que contará com o dobro dos efetivos da Polícia Federal que nela atuam atualmente. Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o governo já identificou 34 pontos em que exercerá patrulhamento mais rigoroso.

A maior novidade foi o acordo assinado pelos ministros da Justiça e da Defesa prevendo inédita ação coordenada dos órgãos federais de segurança pública e das Forças Armadas. A autorização legal para essa atuação conjunta já existia desde 2004 (Lei 117/04), mas era praticamente ignorada, e poderá ser decisiva, tanto sob o aspecto logístico, uma vez que os traficantes traçam caminhos em áreas de difícil acesso, como também sob o aspecto de inteligência e ação militar, já que o Exército mantém 22 Pelotões Especiais de Fronteira (PEF) em seis Estados.

A tecnologia também avança nos dois Ministérios. O ‘Sistema de Proteção da Amazônia’ (SIPAM), gerido pelo Ministério da Defesa, conta com radares que podem interceptar aviões sob suspeição de tráfico ou contrabando. E a Polícia Federal deverá utilizar, ainda este ano, dois veículos aéreos não tripulados (VANT) para patrulhamento de fronteiras.

O governo, também, dá novo escopo à ação integrada entre os órgãos federais e estaduais. Uma experiência de conjugação de esforços que teve início em Foz do Iguaçu (PR), em abril, foi o modelo dos ‘Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteira’ (GGIF), a serem instalados em todos os Estados fronteiriços, e que funcionarão no âmbito do Ministério da Defesa. Isso concorrerá para facilitar ações emergenciais, como as previstas pela ‘Operação Ágata’, mobilizando contingentes da Polícia Federal, das Forças Armadas, das Polícias Militares dos Estados e, eventualmente, da Força Nacional de Segurança. Será criado. Também. um ‘Centro de Operações Conjuntas’ (COC).

O ministro José Eduardo Cardozo prometeu divulgar, periodicamente, os resultados das ações conjuntas. De fato, a imprensa tem divulgado a apreensão aqui e ali de grandes volumes de drogas e armas nas áreas de fronteiras e a detenção de pessoas incriminadas, mas não existem balanços oficiais que permitam comparação com períodos anteriores e avaliação consistente dos esforços do governo.

Seja como for, o que se espera é o controle das fronteiras, e isso dependerá, em grande medida, da cooperação dos governos dos países limítrofes, não só para a troca de informações, como para iniciativas policial-militares conjuntas. Para isso, serão necessários entendimentos diplomáticos.”

FONTE: publicado no “O Estado de São Paulo” e transcrito no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=19/06/2011&page=mostra_notimpol) [imagem do Google, título e entre colchetes adicionados por este blog].

2 comentários:

Probus disse...

Maria Tereza, você viu isso??

22 de Junho de 2011

Deputada Jô Moraes (PCdoB): Recursos das Forças Armadas não podem ser contingenciados

O fato de o Brasil não ter adversários não pode servir de argumento para se tirar recursos orçamentários das três Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica. O desenvolvimento tecnológico, as pesquisas e a defesa do território nacional são fundamentais não só para a garantia de um país livre e soberano quanto para a sua própria inserção no mundo, afirmou hoje (22), a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG).

Em discurso da tribuna da Câmara, ela apelou aos seus pares para que o Orçamento a ser aprovado até o final do ano leve em consideração esta realidade e que setores e programas essenciais hoje em desenvolvimento nas Forças Armadas sejam liberados do contingenciamento.

Entre os quais ela citou o desenvolvimento do submarino nuclear; o programa de pesquisa científica realizado na Antártica, os acordos de transferência de tecnologia e o sistema de monitoramento de fronteiras.

Jô Moraes apontou ser nada menos do que 16 mil quilômetros de fronteiras secas por onde passam armas ilegais, drogas. “A proteção dos nossos jovens começa por essas longas e extensas fronteiras”, alertou.

íntegra do pronunciamento da deputada federal Jô Moraes no link abaixo:

http://www.outroladodanoticia.com.br/inicial/16932-jo-moares-pcdob-mg-recursos-das-forcas-armadas-nao-podem-ser-contingenciados.html

Unknown disse...

Probus,
Obrigada pela informação do texto e do link. Concordo com o posicionamento expresso pela Deputada Jô Moraes.
Maria Tereza