Os mapas indicam somente até 1999 as contínuas invasões e usurpações por Israel do território palestino (em verde). Desde então, elas se agravaram. Se outro mapa de 1999 a 2012 fosse acrescentado, restariam quase invisíveis “manchas” em verde.
“Os chefes das delegações europeias em Ramala e Jerusalém advertiram Bruxelas de que está se fechando rapidamente a possibilidade de uma solução de “dois Estados” ao conflito entre israelenses e palestinos devido à progressiva apropriação da Área C da Cisjordânia por Israel.
Em documento interno elaborado pelos cônsules e diplomatas europeus ao qual a Agência [espanhola de notícias] EFE teve acesso, são sugeridas diversas medidas para que a União Europeia (UE) "apoie os esforços de construção estatal palestina" nessa área, que compreende 62% do território palestino ocupado da Cisjordânia [invadido geralmente à força por Israel, assim como todas as áreas apelidadas de A, B e C] e que os israelenses "estão progressivamente integrando a Israel".
O relatório, elaborado em julho e apresentado em Bruxelas em dezembro, aponta que, através de medidas administrativas e de planejamento urbano, Israel "mina a presença palestina na Área C", uma tendência que "piorou no último ano e que, se não for interrompida e corrigida, tornará mais remoto do que nunca o estabelecimento de um Estado palestino viável nas fronteiras anteriores a 1967".
[Com absurdo tato e delicadeza, a ONU apenas sugere a Israel, diplomática e suavemente, o seguinte:] Propõe “estimular Israel a mudar sua política e ajudar a reduzir a vulnerabilidade da terra e da população [palestinas invadidas], oferecer melhor coordenação do acesso [dos palestinos] a necessidades básicas, promover o desenvolvimento econômico e melhorar a ação humanitária e de desenvolvimento na Área C”.
Os acordos de paz de Oslo (1993) dividiram a Cisjordânia em três zonas: a C, na que Israel exerce absoluto controle administrativo e de segurança; a B, que compõe 20% do território cisjordaniano e na qual o Estado judeu tem o controle da segurança, e A (18% do território), governada pelos palestinos.
A Área C é o único território [palestino] contínuo e comunica as localidades isoladas das zonas A e B, nas quais residem 96% da população [os palestinos foram expulsos da C], motivo pelo qual sem ela os palestinos nunca teriam um Estado geograficamente viável e se veriam reclusos em uma série de pontos isolados.
O relatório europeu descreve em detalhes como Israel comete múltiplas violações da legislação internacional nessa área, entre elas a expulsão forçada dos palestinos, a demolição de suas casas e edifícios públicos, a proibição da construção e a restrição de seu acesso a grandes áreas.
O Exército israelense também impede o desenvolvimento de infraestruturas necessárias para o desenvolvimento [palestino] e incentiva e financia o estabelecimento de colonos [israelenses judeus] na região, que cada vez são mais violentos e perpetram mais ataques contra a população palestina local, segundo o documento.
Para contornar a situação, os diplomatas europeus pedem que "se persiga em nível político" a reclassificação de partes da Área C como A e B.
Também demandam que sejam realizadas ações como "’pedir’ a Israel [sic!] uma cessação imediata das demolições até que os palestinos tenham acesso a um ‘planejamento justo’ e não discriminatório", além de "apoiar a presença palestina oferecendo acesso à água potável [fontes usurpadas pelos israelenses] , alimentos e apoio psicossocial".
FONTE: Publicado pela agência espanhola de notícias EFE e transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=173092&id_secao=9). [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’]
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