Salário-mínimo, o vilão econômico da direita. E de Eduardo Campos
Por Fernando Brito
"Não é de hoje que a elevação do salário-mínimo dá arrepios à direita brasileira.
Algumas vezes expressos claramente, como no "Manifesto dos Coronéis", no segundo governo Vargas, onde o aumento de 100%, depois de passar todo o governo anterior, de Eurico Gaspar Dutra, sem um centavo de ajuste, provocou a derrubada de João Goulart do Ministério do Trabalho.
A maioria deles, porém, silenciosa e disfarçada sob uma série de argumentos econômicos, todos, claro, focados na “estabilidade econômica”: gerar déficit para a Previdência, quebrar as administrações municipais e, o maior de todos, que salário-mínimo maior vai gerar desemprego.
Agora mesmo, após a aprovação da "PEC das Domésticas", ouvimos a cantilena: iria haver uma legião de mulheres pobres, sem qualificação profissional, atiradas ao desemprego por patrões de classe média que não seriam capazes de arcar com o mínimo e seus encargos.
Óbvio que nada disso aconteceu e, ao contrário, na última pesquisa do IBGE a categoria dos trabalhadores domésticos foi a que maiores ganhos reais de salário registrou: aumento de 5,1% acima da inflação.
Novamente, me socorro do trabalho do professor João Sicsú, no gráfico acima que ilustra este 'post' para mostrar que está longe de ser, em si, o aumento dos salários causa de desemprego.
Diz ele, em seu 'Facebook':
“Nos últimos anos, ocorreu um fenômeno inexplicável para a teoria do liberalismo econômico. Houve aumento real do salário mínimo e queda drástica do desemprego. Para os neoliberais, um aumento do salário mínimo provocaria demissões devido à elevação dos custos com a mão-de-obra. E mais: um trabalhador com baixa qualificação não seria contratado já que a sua produtividade não seria capaz de compensar o custo empresarial do salário mínimo.”
Mas, apesar de a realidade econômica brasileira estar mostrando o contrário, os adversários da política de elevação do valor real do mínimo acabam de ganhar um novo adepto: Eduardo Campos, o doublé de Marina Silva como candidato, em sua entrevista na [tucana] "Folha", domingo, declarou-se contra o ganho real do salário mínimo estar definido em lei.
“O presidente do PSB se mostra contrário ao método de reajuste do salário mínimo automático, com base na inflação do período e no crescimento do PIB de dois anos antes. Concorda em garantir ganho real [menor?] ao trabalhador, sem indexação.”
Ou seja, a volta do “o que der, quando der”, que nunca dava.”
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/index.php/salario-minimo-o-vilao-economico-da-direita/).[Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
Por Fernando Brito
"Não é de hoje que a elevação do salário-mínimo dá arrepios à direita brasileira.
Algumas vezes expressos claramente, como no "Manifesto dos Coronéis", no segundo governo Vargas, onde o aumento de 100%, depois de passar todo o governo anterior, de Eurico Gaspar Dutra, sem um centavo de ajuste, provocou a derrubada de João Goulart do Ministério do Trabalho.
A maioria deles, porém, silenciosa e disfarçada sob uma série de argumentos econômicos, todos, claro, focados na “estabilidade econômica”: gerar déficit para a Previdência, quebrar as administrações municipais e, o maior de todos, que salário-mínimo maior vai gerar desemprego.
Agora mesmo, após a aprovação da "PEC das Domésticas", ouvimos a cantilena: iria haver uma legião de mulheres pobres, sem qualificação profissional, atiradas ao desemprego por patrões de classe média que não seriam capazes de arcar com o mínimo e seus encargos.
Óbvio que nada disso aconteceu e, ao contrário, na última pesquisa do IBGE a categoria dos trabalhadores domésticos foi a que maiores ganhos reais de salário registrou: aumento de 5,1% acima da inflação.
Novamente, me socorro do trabalho do professor João Sicsú, no gráfico acima que ilustra este 'post' para mostrar que está longe de ser, em si, o aumento dos salários causa de desemprego.
Diz ele, em seu 'Facebook':
“Nos últimos anos, ocorreu um fenômeno inexplicável para a teoria do liberalismo econômico. Houve aumento real do salário mínimo e queda drástica do desemprego. Para os neoliberais, um aumento do salário mínimo provocaria demissões devido à elevação dos custos com a mão-de-obra. E mais: um trabalhador com baixa qualificação não seria contratado já que a sua produtividade não seria capaz de compensar o custo empresarial do salário mínimo.”
Mas, apesar de a realidade econômica brasileira estar mostrando o contrário, os adversários da política de elevação do valor real do mínimo acabam de ganhar um novo adepto: Eduardo Campos, o doublé de Marina Silva como candidato, em sua entrevista na [tucana] "Folha", domingo, declarou-se contra o ganho real do salário mínimo estar definido em lei.
“O presidente do PSB se mostra contrário ao método de reajuste do salário mínimo automático, com base na inflação do período e no crescimento do PIB de dois anos antes. Concorda em garantir ganho real [menor?] ao trabalhador, sem indexação.”
Ou seja, a volta do “o que der, quando der”, que nunca dava.”
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/index.php/salario-minimo-o-vilao-economico-da-direita/).[Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
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