terça-feira, 15 de novembro de 2011

SEM CONFRONTO NOS CÉUS DA EMBRAER


EMBRAER VAI REMOTORIZAR JATOS E EVITA [ADIA] BRIGA COM BOEING E AIRBUS

Por Cesar Bianconi, da agência norte-americana de notícias Reuters

“A Embraer informou que decidiu concentrar seus esforços no segmento de aviação comercial, por ora, na remotorização de seus jatos de 70 a 122 passageiros --e não no desenvolvimento de novo avião de maior porte.

Assim, a fabricante brasileira evita confronto direto com as gigantes Boeing e Airbus, com faturamento 10 vezes maior e que dominam o mercado de aeronaves de grande porte.

De acordo com a assessoria de imprensa da fabricante brasileira, o desenvolvimento de segunda geração da família de aeronaves E-Jets demanda aportes estimados em 2 bilhões de dólares -menos que os 3 bilhões de dólares para um avião totalmente novo. Não está claro quais serão as fontes de recursos que a companhia usará para os investimentos.

A Embraer já sinalizava que não iria apostar em jato maior. Em 4 de novembro, o presidente-executivo da empresa, Frederico Curado, afirmou que via dificuldade "na equação do retorno de investimentos" em avião maior.

A Embraer vinha postergando decisão sobre sua estratégia para a aviação comercial, à espera dos posicionamentos de Airbus e Boeing -que decidiram colocar novos motores em seus campeões de vendas A320 e 737, respectivamente, com promessa de economia significativa de combustível.

A canadense Bombardier, rival histórica da Embraer na aviação regional, está desenvolvendo a família CSeries, de 100 a 149 assentos, com previsão de ter as primeiras entregas no final de 2013, embora reconheça desafios para cumprir o cronograma.

No final de julho, a companhia aérea britânica Flybe -que lançou o avião Embraer 195, o maior produzido no Brasil- informou à Reuters que tinha grande expectativa de que a fabricante brasileira decidisse equipar os jatos com novo motor.

"A Flybe tem grande relacionamento com a Embraer... Estamos sempre compartilhando nossas ideias com a Embraer como parte dessa parceria e olhando à frente para novas tecnologias no mercado de aviação regional para além de 2016. Temos a forte expectativa de que um novo motor faça parte disso", disse, na época, o vice-presidente operacional da Flybe, Andrew Strong.

Analistas que acompanham a Embraer descartavam a chance de a fabricante ir para uma disputa com Boeing e Airbus. Além do porte e da musculatura financeira das fabricantes norte-americana e europeia, ambas têm forte apoio dos governos dos Estados Unidos e da Europa, o que desequilibra as forças, segundo relatado por executivos da Embraer.

A Embraer tem conseguido manter, e até elevar, sua carteira de pedidos na aviação comercial, com novas encomendas em ritmo igual ou superior ao das entregas de jatos.

Em entrevista à 'Reuters' em março, o presidente da fabricante disse ter visão de longevidade dos E-Jets.

"Os E-Jets são aviões que estarão no mercado durante décadas... Eu vejo nos E-Jets a história do Boeing 737, que é um produto que tem 40 anos, com três gerações", disse Curado na ocasião, ressalvando que, em algum momento, os aviões precisariam de nova versão.

A Embraer fechou encomendas firmes por mais de 1 mil unidades dos E-Jets desde o lançamento dos aviões, em agosto de 1999, tendo entregue quase 800 aeronaves desde 2004.”

FONTE: reportagem de Cesar Bianconi, da agência norte-americana de notícias Reuters. Transcrita no portal de Luis Nassif  (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/sem-confronto-nos-ceus-da-embraer#more) [imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

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