quarta-feira, 16 de novembro de 2011

REVELADO O PORQUÊ DE OS DEMOTUCANOS, BANCOS E ‘GRANDE MÍDIA’ SEREM CONTRA REDUÇÃO DA SELIC

Rentismo

SETOR FINANCEIRO DETÉM MAIS DA METADE DOS TÍTULOS DO GOVERNO FEDERAL

“Mais da metade do que a União deve está nas mãos do setor financeiro. Segundo o Tesouro Nacional, as instituições financeiras e os fundos de investimento detêm 56,6% da dívida em títulos do governo federal no mercado interno, o que equivale a quase R$ 1 trilhão.

De acordo com o último relatório da dívida pública, a dívida mobiliária (em títulos) federal somava R$ 1,723 trilhão em setembro, dos quais R$ 976,28 bilhões estavam em poder do segmento financeiro. Desse total, R$ 524,85 bilhões (30,45%) pertenciam a bancos, corretoras e distribuidoras e R$ 451,43 bilhões (26,19%) estavam sob a posse de .

Em terceiro lugar entre os detentores da dívida mobiliária, estão os planos de previdência aberta e fechada, com R$ 267,36 bilhões (15,51%).

Os estrangeiros detinham R$ 194,65 bilhões (11,29%).

Por meio de fundos administrados pela União, como ‘Fundo de Amparo ao Trabalhador‘ (FAT), ‘Fundo de Garantia do Tempo de Serviço’ (FGTS) e o ‘Fundo Soberano do Brasil’ (FSB), o governo federal possuía, em setembro, R$ 155,32 bilhões (9,01%).

Apesar das iniciativas nos últimos anos, a proporção de pessoas físicas na dívida pública continua pequena. O estoque do Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet, somou R$ 6,722 bilhões em setembro, o que corresponde a apenas 0,4% da dívida mobiliária interna.

Assessora política do ‘Instituto de Estudos Socioeconômicos’ (INESC), Eliana Graça, avalia que a predominância do setor financeiro entre os detentores dos títulos federais é estimulada pelos juros altos, que, segundo ela, tornaram-se fonte de lucro fácil para os bancos e fundos de investimento. “Observamos um círculo vicioso. Não é o cidadão que detém os títulos da dívida, mas o mercado financeiro, que lucra com isso”.

Para a especialista, essa postura dos bancos afeta o crédito, à medida que as instituições financeiras preferem comprar em títulos públicos a emprestarem dinheiro. “Os bancos querem ficar no mesmo circuito e especular com títulos públicos, em vez de emprestar para o setor produtivo”.

 Segundo o Tesouro Nacional, os investidores preferem tipos diferentes de títulos públicos de acordo com o perfil. As instituições financeiras têm 49,2% dos títulos públicos em sua carteira corrigidos por taxas prefixadas – definidas com antecedência. Os fundos de investimento possuem 54,1% de seus títulos vinculados à SELIC, taxa básica de juros da economia.

Em relação aos fundos de previdência, 69,3% dos papéis em seu poder estão atrelados a índices de preços. As pessoas físicas também preferem títulos indexados à inflação, que respondem por 50,55% do estoque do Tesouro Direto.

Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, se compromete a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa SELIC (juros básicos), da inflação ou do câmbio.”

FONTE: reportagem de Wellton Máximo, da Agência Brasil (edição: Rivadavia Severo) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-11-13/setor-financeiro-detem-mais-da-metade-dos-titulos-do-governo-federal) [título e imagem do google adicionados por este blog ‘democracia&política’].

Nenhum comentário: