Uma pesquisa interessante foi publicada na Folha de São Paulo de ontem. Foi encomendada pelo governo brasileiro sobre a maneira como os argentinos vêem o Brasil. Eu a li no Blog do Nassif:
“Confirma o que todos os brasileiros que visitaram a Argentina nos últimos anos já tinham percebido: as relações afetivas entre os dois países estão cada vez mais fortes (futebol à parte).
Para 62% dos argentinos, a relação entre Brasil e Argentina deve ser a de "sócios" (33%), "amigos" (19%) ou de "irmãos" (10%).
Há alguns aspectos a se considerar. Historicamente, a música brasileira sempre exerceu um grande fascínio sobre os argentinos. O turismo ajudou muito também, especialmente depois que os argentinos descobriram Santa Catarina e o nordeste e os brasileiros se encantaram com Buenos Aires.
Em uma perspectiva mais longa, o fim da guerra fria ajudou. No pré-guerra e no pós-guerra, nos anos 40, havia uma disputa acesa entre Brasil e Argentina, para estabelecer o equilíbrio militar na região. As Forças Armadas brasileiras eram bastante desaparelhadas. Durante anos, Getúlio Vargas tentou convencer os Estados Unidos de que deveriam reaparelhar militarmente o Brasil, que era um parceiro muito mais confiável. Quase conseguiu.
O período Vargas-Peron foi de intenso conflito de bastidores. Depois, no período das ditaduras militares houve colaboração no pior sentido possível.
Finalmente, no período Menen-Cavallo, a Argentina se atrela integralmente aos Estados Unidos, a ponto de se cogitar no fim do peso e na adoção do dólar: o cúmulo da perda de soberania nacional.
O desencanto que se seguiu afastou o país da influência americana e o trouxe para perto do Brasil, um processo ao qual tem aderido não apenas o povo, mas intelectualidade argentina.
Caminha-se a passos largos parar o estreitamento de laços. Há cooperação nos planos nucleares, na fabricação conjunta de equipamentos militares, na ampliação da presença de empresas brasileiras na Argentina.
Repare que esse grau de aprovação do Brasil se dá em pleno processo de ampliação do espaço das empresas brasileiras por lá – o que poderia suscitar reações nacionalistas.
Enfim, em março do ano que vem uma grande comitiva de empresários argentinos estará por aqui, acompanhando a presidenta Cristina Kirschner. Tomara que tragam junto as riquezas culturais e musicais da Argentina.”
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