Li esse bom artigo no blog do Azenha, postado às 22h58 de ontem:
Eu respeito o deputado Fernando Gabeira. Acho que ele tem idéias interessantes. É uma pessoa correta. Porém, infelizmente, se deixou "instrumentalizar" pela mídia corporativa brasileira.
Funciona assim: toda vez que você fala alguma coisa que agrada aos donos de jornais ou das emissoras de rádio e de televisão eles te dão espaço. Mas tudo o que você disser que não combina com o discurso deles é suprimido.
E foi assim que o deputado Gabeira se tornou um darling dos intelectuais do Leblon, que sonham com o Rio de Janeiro de quando os túneis não haviam sido abertos e os pobres eram mantidos para além do morro.
Beber chope, fumar maconha e ser "de esquerda" fazia parte da cultura da praia.
Hoje a sociedade carioca é muito mais complexa, assim como o Brasil.
Porém, os intelectuais do Leblon continuam tomados pelo pensamento afrikaner.
Eles acreditam naqueles que desprezaram as pesquisas do FGV e do IPEA dando conta do surgimento de uma nova classe média brasileira.
Ao desprezar a pesquisa, pelo simples fato de que era notícia positiva para o governo Lula, deixaram de considerar a realidade: o Brasil está mudando. Devagar, mas está. E essas mudanças têm impacto eleitoral. Em vez de calibrar seu discurso político, tentam desconhecer a realidade.
É a cultura da auto-referência. Eles assistem a novela da Globo e acham que aquele lá é o Brasil.
Pior: deram os braços à elite francesa do Higienópolis e nosso grande intelectual,
Fernando Henrique Cardoso, um homem do século 20 com idéias do século 20.
Fernando Henrique foi ao Rio fazer campanha por Gabeira.
Hoje o deputado aparece com 4% das intenções de voto, de acordo com pesquisa do IBOPE.
FHC pediu: "Esqueçam o que escrevi". Esquecemos.”
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