domingo, 31 de agosto de 2008

O PRÉ-SAL É ELEITOREIRO?

O jornal Folha de São Paulo publicou esta semana texto de Valdo Cruz que demonstra justamente o contrário. Se fosse eleitoreiro, Lula manteria as regras do jogo implantadas pelo governo tucano de FHC.

Vejamos o artigo da Folha:

TENTAÇÕES

“A oposição tem acusado o presidente Lula de usar o debate do pré-sal com fins eleitoreiros, para turbinar a campanha de 2010 e garantir a eleição de seu sucessor. Mais precisamente, a ministra Dilma Rousseff.

Tudo bem. Esse realmente será um tema da eleição, e Lula vai, sim, tentar tirar proveito dele na campanha. Sua equipe, contudo, diz que o discurso da oposição está totalmente desfocado.

Paulo Bernardo, por exemplo, afirma que, se o chefe realmente tivesse a intenção de faturar alto com o pré-sal, o melhor caminho seria o oposto do adotado. Seria manter tudo como é hoje. Daí, bastaria mandar leiloar as áreas do pré-sal imediatamente, dentro das regras atuais. Diante do potencial dessas reservas e da qualidade do óleo, choveriam propostas de compra, a excelentes preços. Resultado: muito dinheiro -muito mesmo- começaria a entrar nos cofres do Tesouro agora, e o presidente teria muita grana em caixa para investir e, aí sim, ninguém iria segurar o seu candidato.

Esse, na opinião do ministro do Planejamento, seria o caminho fácil, mas descompromissado com o futuro do país.

Não por outro motivo é o modelo norueguês aquele que mais atrai o governo brasileiro, baseado na criação de um fundo com a riqueza do petróleo para as futuras gerações. Se realmente for esse o roteiro a ser seguido, não há como não concordar com os argumentos do ministro. A dúvida é se ele realmente será cumprido, já que, até aqui, o governo gerou mais confusão do que clareza sobre o futuro da exploração do pré-sal brasileiro.

Afinal, tentações não faltam. Não é que recentemente circulou dentro do governo a idéia de antecipar uma parte da receita dessas reservas com o lançamento de títulos no exterior. Dizem, ainda bem, que a idéia não prosperou. Se vingasse -vai que volta, nunca se sabe-, seria gastar hoje a grana do amanhã. Brincadeira.”

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