AL GORE: A IV FROTA VAI COMBATER TERRORISMO, TRÁFICO DE DROGAS E DE PESSOAS E A CRIMINALIDADE NA AMÉRICA DO SUL...
O site “Direto da Redação” publicou esta semana (11/08) o interessante artigo aqui postado a seguir. O autor é Nelson Franco Jobin, professor de jornalismo e de relações internacionais:
“Quem quer que seja eleito presidente dos Estados Unidos em 4 de novembro deve se aproximar do Brasil, previu o ex-embaixador Jeffrey Davidow ao participar da mesa-redonda "A Relação EUA-América Latina: Segurança Regional e Política Energética", promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) no Memorial Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Davidow vê grandes oportunidades para a eliminação a curto prazo da tarifa de 62% cobrada sobre o etanol importado do Brasil. “Chegamos à conclusão que não devemos mais proteger o álcool de milho”.
O próximo governo dos EUA vai se aproximar do Brasil e de outros países da região, antevê o embaixador, para desenvolver a produção de etanol de cana-de-açúcar. Um grande esforço será feito para desenvolver a produção de álcool de outros fontes, como celulose.
Ao fazer um balanço da situação atual o embaixador observou que “os EUA importam 70% do petróleo que consomem. Seus três maiores fornecedores – México, Canadá e Venezuela – não reduziram o consumo nem aumentaram a produção. Os EUA reduziram a produção, aumentaram o consumo e mandam bilhões de dólares para países que não gostam de nós”.
“Não podemos perfurar as regiões mais produtivas do Golfo do México, tanto em terra como no mar, por razões ambientais. O mesmo vale para a Costa Oeste e o Alasca”, reclamou o ex-embaixador Davidow.
“Em todos os casos, há uma coalizão de ambientalistas e autoridades locais ou estaduais, o que nos deixa numa posição difícil”.
Como o governo George W. Bush tinha uma postura cética em relação à mudança do clima, não partiu para alternativas além da energia produzida a partir do carbono – petróleo, gás e carvão.
“Nenhum especialista acredita que os EUA possam aumentar sua produção de energia mais de 20% na próxima década”, constata Davidow. “Encorajados pelo Brasil, os EUA partiram para o etanol. É apenas uma porcentagem, mas é muito. Nem sempre é uma boa idéia pegar o seu jantar e encher o tanque do carro. Mas, por causa do federalismo americano, os estados agrícolas são muito poderosos e os políticos lhes prometeram montanhas de dinheiro dos biocombustíveis”.
No início da campanha presidencial, lembra o embaixador, ambos os candidatos eram contra a exploração de petróleo perto da costa e em outras áreas de proteção ambiental. O senador John McCain mudou de posição há três meses, quando o presidente Bush começou a falar nisso como uma defesa de seu governo, jogando na oposição democrata a culpa pelo preço da gasolina.
Quatro dias atrás, Obama mudou de posição. “Pode ser útil, em sete, dez anos.”
“O ex-vice-presidente Al Gore falou em eliminar o carbono como fonte de combustível em 10 anos. É ridículo”, protesta. “A eletricidade nos EUA é gerada 20% por usinas nucleares, 20% por hidrelétricas, 50% por carvão e 10% por outras fontes. Isso significa que mais da metade é gerada por carbono”.
Para o embaixador, essas propostas mirabolantes tiram a racionalidade do debate: “Em 25 anos, teremos uma nova matriz energética. Minha preocupação é com a capacidade do sistema político americano de nos ajudar a nos concentrarmos no que seja necessário fazer para chegar lá.”
Os EUA não olham para o Sul com preocupações de segurança, afirma Davidow: “Para alguns, a volta da 4ª Frota faz parte de um plano esperto para tomar o petróleo, o oxigênio e a água do Brasil. Mas pode ser uma oportunidade para cooperação na área de segurança. Os dois países têm interesses comuns no combate ao terrorismo, ao tráfico de drogas, ao tráfico de pessoas e à criminalidade em geral.”
Nos últimos cinco ou seis anos, constata, surgiu uma nova imagem do Brasil nos EUA: o governo Lula, as descobertas do Brasil na área de energia, seu sucesso econômico. Finalmente o Brasil ocupa o lugar que sempre reivindicou.
O próximo presidente será movido por vontade política e realismo. Eles não serão apresentados no dia da posse, mas “haverá um aumento da cooperação além de tudo o que vimos nos últimos anos”.
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