“Narram as lendas que, numa de suas últimas noites na Casa Branca, desmoralizado sob acusações de crimes políticos, à espera da cassação, Richard Nixon passou pela fileira de fotografias de antecessores. Deteve-se ante a de John Kennedy, dizendo: "Os Estados Unidos são Richard Nixon, não os Kennedy".
E TINHA RAZÃO
A diferença entre os dois é que o fundador da dinastia, conhecido como Jack, o ladrão, enriquecera com falcatruas durante a vigência da lei seca, não se detendo diante de nenhuma vedação dos códigos. Por isso, acumulou grande fortuna, o que poupou os filhos de imitá-los, pelo menos na formação de fortuna mal reunida.
Isso me lembra a pregação de campanha de Barack Obama, em que ele parecia falar a um diretório acadêmico. Ele pretendia ser um Kennedy, embora de cor negra, bem diferente de George W. Bush. Acabaria a guerra no Iraque, fecharia o centro de torturas de adversários políticos de Guantánamo e preservaria os direitos civis.
Logo vi que era o presidente dos Estados Unidos, e não seu ditador. Não exercia o poder, que continua em mãos dos industriais de armamentos, os fazedores de guerra, dos financistas e do lobby sionista.
PODER
Viu que não podia contrariar a vontade do povo americano. Desgastou-se pela notória infidelidade aos compromissos de campanha. Os Estados Unidos continuam matando afegãos pela guerra, orientais, pela tortura e negação de quaisquer direitos humanos. Continuou como o antecessor a baixar o cacete, apenas tendo o cuidado de pedir licença a quem iria espancar ou matar. Nada de maus modos. O resultado era e é o mesmo. Quando se aproxima a época da eleição, Obama aparece como o novo Bush, apenas bem educado, apelando contra a violência, a guerra, embora tendo em vista ser o líder de grande potência em declínio. Não mais detendo o único poder universal como o antecessor parecia deter.”
FONTE: escrito por Lustosa da Costa em sua coluna no Diário do Nordeste (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=972695).
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