sexta-feira, 14 de junho de 2013

MÍDIA INCORRE EM CRIME CONTRA ECONOMIA POPULAR


NOTÍCIAS MANIPULADAS SÃO CRIME CONTRA ECONOMIA POPULAR

Por Fernando Branquinho, no “Observatório da Imprensa”

“Virou prática comum organismos de imprensa de grande alcance propagarem notícias falsas, ou manipuladas, para alterar o funcionamento do mercado, buscando ganhos para alguns grupos ou perdas para outros. O nome disso é crime contra a economia popular, previsto na lei 1521/51, em seu artigo 3º:

“VI – provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias, títulos públicos, valores ou salários por meio de notícias falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício.”

A verdadeira campanha de notícias falsas ou manipuladas com o sentido de favorecer grupos, como os banqueiros e especuladores, pela alta dos juros, ou desestimular a economia através da sistemática propaganda de maus indicadores, é crime. Quem ganha, por exemplo, quando se diz que a “inflação está fora de controle” e propaga que “todos os setores estão aumentando preços e indexando”, a partir da constatação de uma alta da inflação que, no mês seguinte, recuou? Ou usar o preço do tomate, um único gênero da cesta básica, para dizer que “o governo perdeu o controle da economia”?

Eis um exemplo de notícia manipuladora da economia. A economia se move por expectativas. Na segunda-feira (10/6), por exemplo, o jornal “O Globo” dá um show de manipulação ao publicar em destaque que o governo gastou apenas 17% do que foi programado para 2013 até o mês de abril. Esse dado é o que fará parte de toda a sua extensa capilaridade de meios de comunicação, associado à tese política de “baixo PIB”, de “perda de credibilidade no exterior”, de “falta de investimentos em infraestrutura” e outros elementos que fazem parte da verdadeira campanha de quebra de expectativas na economia com intuito eleitoral e promoção, em especial, do remédio de sempre: aumento dos juros, para agradar aos patrocinadores de boa parte dos seus veículos.

DIREITO DE RESPOSTA

No próprio corpo da matéria, há uma declaração do Ministério do Planejamento desmentindo o uso desse dado. Afinal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias só foi regulamentada em abril. Pouca gente sabe que o gasto dos governos fica parado esperando a lei e que o país só começa mesmo a pagar seus investimentos a partir de abril/maio.

No início do ano, tentou-se apagar o país através da veiculação de notícias alarmistas sobre “falta de energia”, que devem ter feito empresas mudarem suas estratégias de investimento, prejudicando a si próprias e à economia em geral. A “Folha de S.Paulo” chegou a falar em reuniões emergenciais do governo para discutir o iminente apagão. “O Globo” estampou que empresários iriam comprar geradores. No final das contas, o preço da energia baixou, não houve apagão, os níveis dos reservatórios hoje estão iguais aos do ano passado e quem acreditou nesse sensacionalismo certamente perdeu. E quem mentiu ficou impune.

Essa má-fé na desinformação de cunho político é crime. Repetida milhares de vezes, vira verdade, como fazia a propaganda nazista nas mãos de Joseph Goebbels. O resultado não é só a destruição da credibilidade de um governo, mas o solapamento das expectativas na economia, tanto pelo lado dos empresários como dos consumidores. É a manipulação de toda a cadeia produtiva com notícias falsas e manipuladas. Será que ninguém se toca para propor medidas judiciais que enquadrem, ou como propaganda política fora de hora, ou crime contra a economia popular?

O mínimo que o governo poderia fazer é exigir o direito de resposta garantindo os mesmos espaços. É ocupar espaços nos telejornais para repor a verdade. Não é censura, nem cerceamento à liberdade de expressão. Quando se chega a esse ponto de partidarização e de sabotagem econômica, o mínimo que as autoridades devem fazer é repor a verdade.”

FONTE: escrito por Fernando Branquinho, engenheiro, no “Observatório da Imprensa”. Transcrito no portal de Luis Nassif   (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/noticias-manipuladas-sao-crime-contra-economia-popular).

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