O jornalista Paulo Henrique Amorim escreveu com argúcia e ironia ontem em seu blog “Conversa Afiada”:
Seria recomendável o presidente eleito Jose Serra suspender a leitura dos colonistas [colunistas colonizados] paulistas do PiG [Partido da Imprensa Golpista].
É um louvaminha.
Recomenda-se o presidente eleito Jose Serra ler, neste domingo, um carioca e um mineiro.
O horizonte de São Paulo não vai além de Taubaté.
O mineiro é Mauro Santayana, no Jornal do Brasil, pág A2, que trata da candidatura a Presidente da República do Supremo Presidente Gilmar Mendes (clique aqui).
E do serrista Nelson Jobim, o Ministro de Tudo, que foi apanhado numa mentira.
Sobre o Presidente Supremo Gilmar Mendes, diz Santayana: “O Presidente do Supremo continuou sendo o mesmo jurista que serviu, com coerência pragmática, ao Governo Fernando Collor e ao de Fernando Henrique, de acordo com sua biografia conhecida (haverá uma biografia não-conhecida, Mauro ? PHA). Empenha-se, a serviço de suas convicções, em combater a Polícia Federal e a Abin. Pronuncia-se sobre fatos menores, quando deveria guardar o verbo para a alta tribuna a que foi conduzido pelo reconhecimento dos serviços prestados a quem o nomeou.”
Outro que o presidente eleito deveria ler é Janio de Freitas, que escreve na página A13 da Folha (da Tarde *2) “Grampos políticos, a investida contra Lula não parte da Oposição, mas de duas alas inusitadas de infantaria: Mendes e Jobim” (clique aqui).
E, como Santayana, Janio trata Jobim e Mendes como candidatos a Presidente da República.
Vamos supor que, apanhado na mentira, Jobim esteja provisoriamente fora do jogo.
Vamos nos concentrar no Presidente Supremo, Gilmar Mendes.
“Assessor jurídico de Fernando Collor, adversário do ‘impeachment’, figura relevante do lado mais duro do governo Fernando Henrique, Gilmar Mendes transparece conformação muito mais ideológica do que política, isto é, submete o componente político de suas atitudes ao serviço da ideologia”, diz Jânio de Freitas.
Quer dizer, a crise do grampo é uma fraude eleitoral.
É o marketing da campanha de Gilmar Mendes à condição de Mussolini brasileiro.
Mendes não engana mais ninguém.
Ele é um candidato de extrema direita a Presidente da República e usa o Supremo Tribunal Federal como palanque e o PiG como trombone.
O Conversa Afiada, como o Salgueiro, não é melhor do que ninguém – é apenas diferente.
Foi o Conversa Afiada o primeiro órgão de imprensa a colocar a faixa presidencial em Mendes.
O primeiro a vesti-lo de Mussolini.
Mendes nunca enganou o Conversa Afiada.
Agora, é possível que engane o Presidente eleito José Serra.
Serra, como se sabe, faz um Governo sem precedentes na historia dos tucanos de São Paulo.
Ele consegue ser pior do que todos eles.
Não tem uma única obra – material ou política, cultural ou moral – a apresentar como original e relevante.
Serra não inspira.
Serra não lidera.
Dedica-se a vender a Cesp e a trazer o petróleo do Rio para São Paulo, e arrumar uma grana para fazer Obras.
Em qualquer outro lugar do Brasil, Serra não se re-elegeria vereador.
Aqui em São Paulo, pode re-eleger o prefeito da capital, Geraldo Kassab, que se notabiliza por tirar os out-doors das ruas ... – e re-eleger a si próprio.
São Paulo é feito o Kansas (*3) – por mais que sofra, mais vota na Direita.
Acontece que, para desespero dos moradores da “Chuíça” (*4), São Paulo sozinho não elege um Presidente da República.
Logo, Serra que se cuide.
A “Chuíça” e o PiG o consideram muito “preparado” (“preparado” para que ?) e virtualmente eleito em 2010.
É só sentar na cadeira do Presidente que tem medo.
Não é bem assim.
Ainda mais que o Supremo Presidente do Supremo, Gilmar Mendes, tem feito uma campanha irrepreensível.
Ao contrário de Serra, ele entrega a mercadoria.
Branco, rico e de olho azul consegue HC em 48 horas !
Algema só em preto, pobre e p ...
Grampo só em preto, pobre e p ...
Serra não entrega.
Fica trancado nas trevas do Palácio – já de si um mausoléu – a tramar expedientes para vender a Cesp com a ajuda de Daniel Dantas e Naji Nahas – clique aqui para ler.
O Presidente Supremo do Supremo, não: ele sai à luz do sol – e executa.
Ele segue aquele slogan com que Nelson Jobim, de forma desrespeitosa e arrogante, tratou Waldir Pires: “aja ou saia da frente !”.
Gilmar Mendes aje e tirou o Presidente Lula da frente.
Sem falar no Ministro da Justiça, Abelardo Jurema, que se tornou seu aspone.
Mendes é o nosso Mussolini.
Vai assumir a liderança da Direita e deixar Serra envolto em sombras a telefonar, de madrugada, para os colonistas do PiG (de São Paulo)”.
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