O jornalista Paulo Henrique Amorim ontem escreveu em seu blog “Conversa Afiada”:
“A Folha está uma fera com o presidente do Equador, Rafael Correa, que botou a Odebrecht para correr. Chama de “demagogo”, “teatral”, “bravateiro”. É tudo o que o presidente eleito José Serra deveria ser: demagogo, teatral e bravateiro, se tivesse um mínimo de coragem e enfrentasse a tragédia que foi a abertura da cratera da Linha 4 do metrô de São Paulo, onde morreram sete brasileiros.
A Odebrecht está lá, enterrada naquela cratera.. Na ilustre companhia da Andrade Gutierrez, Camargo, OAS e Queiroz Galvão. A fina flor do caixa-dois da política brasileira.
Lá no Equador, a Odebrecht construiu uma hidrelétrica que não dá luz. Aqui, a Odebrecht construiu um túnel que desabou por causa da chuva.
No Equador, o presidente da República manda a Odebrecht embora, prende os responsáveis pela obra malfeita, e ameaça não pagar o que deve por uma hidrelétrica que não dá luz.
Você pagaria, caro leitor? Ou pediria uma indenização?
O notável governador Leonel Brizola encampou uma empresa de energia do Rio Grande do Sul, a Bond & Share, em 1962, que também não dava luz.
O Serra paga tudo, contrata a Odebrecht para fazer mais obras, e fica mudo.
Até hoje, mesmo depois do laudo do IPT e do indiciamento proposto pelo Ministério Público Estadual, o presidente eleito não disse uma mísera palavra sobre a cratera do metrô.
Não tomou uma única medida que tivesse o efeito de punir ou recriminar publicamente os faltosos.
O Conversa Afiada quer deixar muito claro, caro leitor, que não contrataria a Odebrecht para derrubar uma parede no meu apartamento.
Corria o risco de derrubar o prédio, na primeira chuva.
Por isso, prefere a demagogia, a teatralidade e a bravata de Rafael Correa à pusilanimidade de José Serra.
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