sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

CRUZ VERMELHA ELOGIA BRASIL E DIZ QUE URIBE VETOU CHÁVEZ

Li no jornal Folha de São Paulo de 11 fev a seguinte reportagem de Hudson Corrêa:

"Para o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), o Brasil soube "ser discreto e neutro" na missão que retirou das selva reféns libertados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), na semana passada. Segundo a entidade, o país entrou na operação após veto de Bogotá à participação da Venezuela.

As informações são dos chefes de delegações do CICV, Michel Minnig, baseado na Argentina, e Christophe Beney, na Colômbia, que estão em Brasília para, segundo disseram, agradecer ao governo brasileiro pela participação e abrir perspectivas de novas operações.

Minnig e Beney se reuniram ontem com o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty, e devem falar hoje com Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência.

O Exército brasileiro deu apoio logístico à missão cedendo dois helicópteros Cougar e 18 militares para transporte de seis reféns -sem envolver-se em negociações com as Farc.

Beney e Minnig confirmaram que os voos militares colombianos provocaram tensão no primeiro dia da missão, em 1º de fevereiro. "Tive de entrar em contato com o Ministério da Defesa [colombiano], com o ministro mesmo, para que ele parasse todos os voos na zona. Depois que acionei o ministro, os voos pararam. A tensão baixou um pouco", disse Beney.

Para o governo Álvaro Uribe, tratou-se de um "erro de boa-fé". Os voos provocaram controvérsia entre Bogotá e os mediadores e adiaram por um dia a libertação de um dos reféns.

Os brasileiros envolvidos na missão não se pronunciaram sobre os voos. Para Beney, o país "compreendeu muito bem o valor de ficar no seu lugar como um protagonista fundamental neutro e humanitário".

Durante os preparativos da missão, o grupo de mediadores Colombianos pela Paz queria repetir a participação da Venezuela, que atuou em libertações unilaterais em 2008, em meio a intensa troca de acusações entre Hugo Chávez, então próximo das Farc, e Uribe. "O governo colombiano disse não." Como a guerrilha não aceitou o envolvimento do Exército colombiano, o CICV fez o convite, e "o Brasil respondeu em um dia", disse Minnig.

O comitê disse continuar em negociações com as Farc, mas não opinou sobre a proposta de intercambio humanitário encampada pela guerrilha (troca de reféns por rebeldes presos).”

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