sexta-feira, 4 de novembro de 2011
MINISTRO DA DEFESA ASSISTE AO 1º TESTE DO MOTOR DO NOVO VLS
ENSAIO VISA A AVALIAR MUDANÇAS NO PROJETO APÓS A TRAGÉDIA DE 2003 EM ALCÂNTARA
PLANO É VOO EXPERIMENTAL EM 2012
Por Arthur Costa, em São José dos Campos
“O ministro da Defesa, Celso Amorim, fez ontem (3) a sua primeira visita oficial à região desde que assumiu o cargo, em agosto deste ano, após a saída conturbada do colega Nelson Jobim.
Amorim chegou a São José dos Campos por volta de 10h40, no aeroporto do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, da FAB). O motivo da visita foi o primeiro teste de motor do novo VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), que o governo planeja realizar voo experimental em 2012.
[...] Apesar da expectativa de empresários da região, a agenda oficial de Amorim não incluiu nenhuma visita a indústrias do polo aeronáutico e de defesa, que aguardam posicionamento do ministro sobre o desfecho da concorrência para renovação da frota de caças da Aeronáutica, batizada de F-X2 e que se arrasta desde o governo FHC.
PROJETO
O novo VLS-1 foi quase que, praticamente, todo reformulado após duas tentativas fracassadas de voo na última década.
Em 1997, o primeiro protótipo teve problemas no ignitor do primeiro estágio. Em 1999, uma falha do propulsor do segundo estágio frustrou a segunda tentativa
[OBS deste blog 'democracia&política: aquele 2º lançamento, em 1999, foi realizado após sucessivos exercícios de forte estrangulamento dos projetos espaciais brasileiros de lançadores de satélites, foguetes de sondagem científica e centros de lançamento, ocorrido no governo FHC/PSDB/DEM por ordens de origem (interna ou externa) por nós desconhecida. O governo FHC passou a direcionar os recursos brasileiros para o projeto norte-americano da estação ISS. Grande parte dos remanescentes engenheiros (teoricamente 'estagiários') do projeto VLS recebia congelados ínfimos salários (cerca de R$ 600,00) e, mesmo assim, estavam há mais de seis meses sem receber. Os recursos governamentais foram, praticamente, zerados. O projeto persistia movido pelo patriotismo dos seus pesquisadores e técnicos que ainda sobreviviam ao estrangulamento governamental].
Já em 2003 [ainda dentro do quadro de caos causado pelo governo demotucano], um incêndio na torre de lançamento, em Alcântara (MA), destruiu a estrutura do VLS, causando a morte de 21 técnicos e especialistas do IAE
[OBS deste blog 'democracia&política: O relatório da comissão da Câmara que investigou o acidente, assinado por deputado do próprio PSDB, concluiu que a causa do acidente e mortes foi o drástico corte de recursos financeiros e humanos ocorrido nos anos anteriores (governos FHC/demotucanos)].
RETOMADA
Depois do acidente, o projeto de lançamento passou por processo de revisão elaborado por empresa russa. No final de setembro, no 'Laboratório de Integração de Propulsores' do IAE, foi realizado o ensaio de separação dos quatro propulsores do primeiro estágio do VLS-1.
O teste de ontem, denominado ‘Operação Uirapuru’, visa a avaliar modificações realizadas no propulsor do protótipo. Serão analisados desempenhos específicos, como impulso, empuxo, velocidade de queima e o desgaste das proteções térmicas do propulsor.
INVESTIMENTO
O desenvolvimento do VLS-1 faz parte do investimento [nele e em outros projetos no Brasil] de R$ 2,1 bilhões do PPA (Plano Plurianual) elaborado pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para o período de 2012 a 2015, sendo R$ 393 milhões somente para o próximo ano.
CONHEÇA O VLS:
Objetivo
Desenvolver veículo lançador capaz de inserir satélite de 115 kg a 750 km de altitude, em órbita circular de 25 graus de inclinação
Justificativa
VLS-1 permitirá a consolidação de tecnologia indispensável à satelitização de engenhos espaciais de significativa importância para o país
Descrição
O VLS-1 é composto por quatro estágios de propulsão; utiliza combustível sólido em todos os estágios e está enquadrado na classe dos lançadores de pequeno porte. É composto de sete subsistemas
Histórico
1997: voo do primeiro protótipo, com falha do ignitor;
1999: voo do segundo protótipo, com falha do propulsor;
2003: acidente na preparação do terceiro protótipo mata 21 funcionários em Alcântara.
Situação Atual
O projeto encontra-se na fase de implementação de modificações decorrentes da revisão."
"O TESTE (de 3 nov)
Durante o ensaio, o processo de queima durou 62 segundos – o tempo previsto. O teste avaliou as modificações realizadas na proteção térmica flexível do domo dianteiro do motor (parte da chamada tubeira móvel) e serviu para determinar, entre outros parâmetros, o impulso específico, o empuxo e a aquisição de dados pelo sistema de telemetria embarcado em voo – de modo a permitir a comparação com os dados obtidos pelo sistema de medição em solo. Ao todo, foram registrados 75 parâmetros físicos.
CARACTERÍSTICAS DO PROPULSOR S43TM [o VLS utiliza seis deles em seus quatro estágios]:
Massa de Propelente: 7.100 quilos
Comprimento do Propulsor: 8.000 milímetros
Diâmetro externo do Propulsor: 1007 milímetros."
FONTE: publicado no jornal “O Vale” e transcrito no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=03/11/2011&page=mostra_notimpol). Também há artigo no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/space/noticia/3432/Experimento-da-Aeronautica-mostra-evolucao-do-programa-espacial-brasileiro) [pequenas adaptações no texto (em face de o evento já ter ocorrido ontem) e trechos entre colchetes adicionadas por este blog ‘democracia&política’].
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