sábado, 9 de agosto de 2008

BRASIL E ÁFRICA DO SUL DESENVOLVEM PEQUENO MÍSSIL PARA DEFESA DE AVIÕES

Li no site “DEFESA@NET” o artigo abaixo, do site “Engineering News”, postado ontem, 08 de agosto. O texto é de Keith Campbell, correspondente DEFESA@NET em Pretoria–África do Sul. Trata-se daqueles pequenos mísseis que normalmente se vê nas pontas das asas dos aviões de caça.

ÁFRICA DO SUL E BRASIL PROCURAM RELACIONAMENTO DE LONGO PRAZO COM PROGRAMA DE MÍSSEIS

“O programa conjunto da África do Sul e o Brasil para desenvolver o míssil ar-ar (AAM), de quinta geração de guia térmica A-Darter, é para o Brasil, a oportunidade de lançar um relacionamento com a África do Sul. É também um importante momento para o Brasil recuperar a “expertise” que teve neste campo no passado e perdeu.

“Nós vemos como uma boa oportunidade para iniciar um bom e duradouro relacionamento com um país que é similar ao nosso em termos de tecnologia, cultura e em quase tudo,” afirma o gerente do Projeto do Míssil A-Darter pelo Brasil, o Coronel Nelson Silveira. “Eu vejo como um marco no relacionamento entre os dois países.” Ele admite publicamente que os brasileiros foram surpreendidos pelos avanços da tecnologia da África do Sul.”

“Nós tivemos uma forte indústria de defesa antes da Guerra do Golfo (1991),” ele explica, sobre a expertise brasileira. “Nós tínhamos empresas fortes, desenvolvendo uma ampla gama de produtos.” Entretanto, o setor era muito dependente do mercado internacional, nos quais as empresas brasileiras operavam naufragaram após 1991 (o Iraque era um importante mercado).

Com poucas encomendas no mercado interno, o setor encolheu com muitas companhias desaparecendo e outras sobrevivendo com dificuldades. O conhecimento em muitas áreas foi perdido. Os programas de desenvolvimento foram suspensos ou avançaram de forma muito lenta.

“Nós tivemos muitos anos sem a indústria ter avançado de forma significativa,” ele completa – e este é um setor onde o avanço no conhecimento é mandatório para permanecer competitivo. “O Brasil focou, entretanto, o desenvolvimento de um programa civil de foguetes espaciais. Então para nós este programa, tem o objetivo de recuperar a tecnologia, que nós tínhamos, mas perdemos.” Assim os brasileiros estão trabalhando ativamente no desenvolvimento do míssil, “para nós é mais que um programa de transferência de tecnologia”, ele afirma.

O grupo de técnicos brasileiros que trabalham junto com os engenheiros e técnicos da África do Sul, na DENEL Dynamics, é composto por 35 pessoas: 15 membros da Força Aérea Brasileira, e 20 pessoas de empresas da área de defesa. As empresas são: MECTRON, a “missile house brasileira, responsável pelo programa nacional do míssil ar-ar, guia térmica, MAA-1 Piranha, que equipa atualmente os caças da FAB e que deverá ser substituído pelo A-Darter. A equipe da MECTRON é de 14 pessoas. Outras quatro pessoas são da AVIBRAS, uma empresa com grande experiência em motores de foguetes.

Completando o grupo brasileiro estão dois técnicos da Optoeletronica. Complementando a equipe há os chamados “grupos espelho” localizados no Brasil.“Os técnicos brasileiros passaram da fase de aprendizagem à participação no desenvolvimento,” relata Silveira. “O grupo da Força Aérea Brasileira chegou primeiro, e está totalmente integrado com o grupo da África do Sul. O grupo da MECTRON seguiu, e foi rapidamente integrado. As equipes da AVIBRAS e Optoeletronica serão integrados tão rápido quanto possível.”

O Projeto A-Darter também é significativo para o Brasil pois é o primeiro programa de tecnologia de defesa que recebe fundos além do Ministério da Defesa – também está sendo financiado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. O desenvolvimento do A-Darter permitirá à Força Aérea Brasileira um salto de toda uma geração de mísseis ar-ar, passando da terceira para a quinta geração.

O programa tem sido tão exitoso até o momento que o Brasil está negociando com a África do Sul participar do desenvolvimento conjunto do Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), UAV na sigla em inglês”.

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