quinta-feira, 18 de setembro de 2008

GRAMPO - JOBIM SUBIU NO MURO. ESTÁ ENROLANDO

Li ontem no blog do Noblat:

“Nelson Jobim, ministro da Defesa, subiu e não desceu mais do muro.

No depoimento ainda em curso na CPI dos Grampos, ele não recuou com todas as letras da afirmação de que a Agência Brasileira de Informação (Abin) teria comprado equipamentos capazes de fazer escutas telefônicas. Segundo Jobim, foi o que lhe informou o Exército no dia 1 de setembro, antes de sua reunião com Lula que decidiu pelo afastamento da direção da agência.

Mas Jobim afirmou há pouco que só mesmo uma perícia nos equipamentos poderá garantir se eles de fato servem para tal finalidade. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Armando Félix, ficou encarregado de periciar os equipamentos, adiantou Jobim.

- Se o equipamento tiver sido comprado exatamente como ele é vendido no site da empresa, ele é capaz de fazer escutas, - garantiu Jobim.

O general Jorge Félix voltou a garantir, hoje, que a Abin não tem equipamentos para escutas de telefones.

Jobim é um advogado competente. Tanto que chegou [comentário deste blog: pelas mãos de FHC]a ministro do Supremo Tribunal Federal depois de ter sido revisor da Constituição de 1988 e ministro da Justiça.

Como advogado competente, é necessariamente um hábil manipulador de palavras, fatos e versões. O depoimento dele, hoje, na CPI do Grampo significa um recuo, sim, em relação ao que ele dissera antes.

Jobim havia dito a Lula que a Abin dispunha de equipamentos de escuta - e foi principalmente por isso que Lula afastou o delegado Paulo Lacerda da direção da agência.

Mais tarde, depois de ter sido desmentido por Lacerda, pelo comandante do Exército e pelo general Jorge Félix, Jobim repetiu o que dissera a Lula.

Hoje, não. Vejam bem o que ele disse:

"Se o equipamento tiver sido comprado exatamente como ele é vendido no site da empresa, ele é capaz de fazer escutas..."

"O General Félix ficou com os documentos para fazer a perícia em cima dos equipamentos [para checar se eles podem fazer escutas]..."

Enrolar deputados e senadores é muito fácil. Além de despreparados, eles costumam ser coniventes com quem detém o poder [comentário deste blog: se este estiver ocupado por partidos diretistas]. Mas enrolar todo mundo não dá.”

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