segunda-feira, 15 de setembro de 2008

“ÉPOCA” ENTRA NO GOLPE DE “ESTADO DE DIREITA”. MAS, CADÊ O ÁUDIO?

Paulo Henrique Amorim, com sua típica fina ironia, postou em seu blog “Conversa Afiada” o seguinte interessante texto:

“Da vala negra que corre pelas páginas da revista Veja, a última flor do Fascio, surgiu a primeira “bomba”: foi a Abin quem fez o grampo da conversa entre o Supremo Presidente Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres.

Para surfar a onda golpista, o Ministro de Tudo, o serrista Nelson Jobim, apresentou a prova definitiva: a Abin tem uma “máquina”, construída pelo Sobrenatural de Almeida, que grampeia, plurigrampeia, multigrampeia, grampeia com som digital – uma máquina das Arábias.

O Presidente que tem medo ficou impressionado com o Ministro de Tudo e fez o que nunca antes na História de seu Governo tinha feito: demitiu, no ato, o diretor da Abin, o ínclito Delegado Dr. Paulo Lacerda.

O Golpe deu certo.

Mas, cadê o áudio ?

Depois, na vala negra que percorre as páginas da revista Istoé, Daniel Dantas e Leonardo Attuch, por elipse, trouxeram a segunda “bomba”: foi a Polícia Federal quem fez o grampo, na figura do araponga Ambrósio.

A Polícia Federal dos amigos de Dantas pegou o coitado do Ambrósio e seqüestrou-o para um depoimento secreto, clandestino e exigiu: confessa!, confessa!, foi você quem fez!

E o Ambrósio não confessou.

E, cadê o áudio?

A Veja ajudou a dar o Golpe, a Istoé ajudou, faltava a Época, a terceira do PiG entre as revistas semanais.

Porque a Carta Capital é de outro mundo, como se sabe.

Faltava a Época, das Organizações (?) Globo.

E lá estão hoje nas páginas pretas da Época Rodrigo Rangel e Andrei Meireles a assinar um novo Golpe de “Estado de Direita”.

O Golpe da Veja não colou.

Cadê o áudio?

O Golpe da IstoÉ não colou.

Cadê o áudio?

Aí, os rapazes da Polícia Federal de Daniel Dantas armaram o Golpe de “Estado de Direita” na Época.

Consiste em dizer que o ínclito Delegado Dr. Protógenes Queiroz usou os serviços de inteligência do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para investigar o santinho-do-pau-oco Daniel Dantas.

Cadê o áudio?

Deixa isso prá lá, Paulo Henrique.

Pobre Daniel Dantas.

As Forças Armadas do Brasil contra o cotadinho do Daniel Dantas.

As Forças Armadas!

Cadê o áudio?

Isso não interessa.

A “bomba” que a Polícia Federal de Dantas entregou à Época é a seguinte:

Protógenes pediu à inteligência do Exército para confirmar se a contratação de um oficial do Exército por Daniel Dantas configurava mais do que uma simples contratação profissional ou se tinha caroço embaixo de desse angu.

Uma cogitação razoável, numa investigação sobre um criminoso de multi-atividades, com o nome Daniel Dantas.

A quem o Dr. Protógenes deveria fazer essa pergunta?

Rodrigo Rangel e Andrei Meireles respondem: ao Renato Aragão, é claro.

Outra “denúncia” da “Época”: o Dr. Protógenes queria informações sobre os vários barcos e veleiros de Daniel Dantas e usou a inteligência da Marinha.

A quem o Dr. Protógenes deveria fazer essa pergunta?

Ao Mussum, é claro, responderam Rodrigo Rangel e Andrei Meireles.

O Dr. Protógenes, ao investigar um criminoso, provavelmente o maior criminoso de colarinho branco, nunca antes na História do Brasil, queria informações sobre os aviões particulares e o aluguel de aviões de grande porte por Daniel Dantas.

Dantas alugou, inclusive, pasme amigo leitor, um Airbus, “igual ao do Presidente Lula”.

Dantas é assim – Lula e ele, de igual para igual.

O Dr. Protógenes pediu informações à Aeronáutica.

A quem o Dr. Protógenes deveria pedir as informações, se não fosse um “truculento”, como dizem Rodrigo Rangel e Andrei Meireles?

Ao Dedé, respondem, em coro Rodrigo Rangel e Andrei Meireles.

E, cadê o áudio, caro leitor?

A estratégia do Golpe de “Estado de Direita” é obvia.

Chuta uma.

Não cola, chuta outra.

Não cola, chuta outra.

Tem sempre um Marcio Aith, a redação inteira da Veja, um Mino Pedrosa, um Hugo Marques, um Leonardo Attuch, um Rodrigo Pimentel e um Andrei Meireles à disposição.

As Forças Armadas integram o Sistema Brasileiro de Inteligência.

O que o Dr. Protógenes fez foi um ato de rotina.

Agora, durante toda a semana vindoura, o PiG e seus representantes no Congresso se dedicarão a discutir se o Dr. Protógenes deveria ter recorrido ao Exército ou ao Renato Aragão.

E, cadê o áudio?”

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