quarta-feira, 20 de maio de 2009

CRIAÇÃO DE COMISSÃO É ATITUDE "IRRESPONSÁVEL", AFIRMA MINISTRO

O jornal Gazeta Mercantil ontem publicou:

“O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, qualificou ontem como irresponsável a atitude da oposição de insistir numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades tributárias na Petrobras.

"No afã de dificultar as coisas para o governo, pode prejudicar uma das maiores empresas do mundo. Mas não vão conseguir porque o governo vai continuar investindo na Petrobras e na área do pré-sal para manter a Petrobras como a grande empresa que é."

Apesar das considerações, Bernardo afirma que o governo vai fornecer todas as informações pedidas. "[Fazer a CPI] é um direito constitucional e que está no regimento do Congresso."

Para Bernardo, o PSDB gostaria mesmo era de privatizar a Petrobras, o que não conseguiu no governo anterior. "Provavelmente está querendo desmoralizar a empresa para fazer isso no futuro", disse. "Vamos acompanhar as ações da oposição sem paralisar as ações do governo. Nem as ações de investimento nem o Programa Minha Casa Minha Vida", completou.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. "Não era necessário", afirmou, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde abriu o 21º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).

Mantega lembrou que o Tribunal de Contas da União (TCU) já fiscaliza de forma permanente a estatal. Ele destacou que Petrobras é a maior empresa brasileira, considerada uma das melhores companhias do mundo e responsável por fazer um volume superior a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), Em 2009, ela estará investindo cerca de R$ 60 bilhões no país. Mantega espera, contudo, que a CPI não atrapalhe os investimentos da estatal.

O ministro da defesa, Nelson Jobim, negou que a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades tributárias na Petrobras seja uma retaliação às recentes demissões de indicados políticos na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), vinculada ao seu ministério. De acordo com Jobim, a aprovação da CPI no Senado representa uma antecipação dos debates em função das eleições presidenciais de 2010.

"Não vejo nenhuma ligação com isso. Isso aí é briga política, chama-se 2010", afirmou, garantindo que as demissões na Infraero vão continuar semanalmente. "Foram demitidas 28 pessoas e ainda haverá um conjunto de demissões semanais. As últimas serão na área da engenharia", acrescentou Jobim, que participou ontem, no Rio de Janeiro, da Conferência de Comandantes do Corpo de Fuzileiros Navais.

Jobim admitiu que terá problemas individuais "superáveis" com alguns membros do PMDB, mas negou que tenha conflito institucional com o partido.

"Posso ter problema com um ou outro, mas é superável. Em política, o dia de ontem é muito antigo. Com essa antecipação do processo eleitoral, vai haver uma enormidade de retaliações, que serão naturais e terão que ser vistas com naturalidade considerando a eleição de 2010", destacou.

Jobim descartou ainda a possibilidade de ser candidato à sucessão presidencial no ano que vem.”

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