sábado, 30 de maio de 2009

DESPESAS COM JUROS BATEM RECORDE MÍNIMO

O MENOR PATAMAR DESDE MAIO DE 1998 PARA A RELAÇÃO DESPESAS/PIB

O jornal Valor Online ontem publicou a seguinte reportagem de Azelma Rodrigues:

Juro menor começa a reduzir endividamento público

“O efeito benéfico da queda dos juros sobre a dívida líquida do setor público tem sido amortecido pela variação cambial. Somente em abril, a queda de 5,92% na cotação do dólar gerou aumento de R$ 23,08 bilhões, enquanto a apropriação de juros teve queda de R$ 1,9 bilhão sobre o mês anterior.

De acordo com o Banco Central (BC), as despesas com juros atingiram 5,41% do Produto Interno Bruto (PIB) nos 12 meses terminados em abril, sendo o menor patamar desde maio de 1998 (5,38%) para a mesma relação.

A trajetória de redução da taxa básica Selic, conforme explicou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, passou a ter reflexos benignos sobre a dívida. Para cada 0,1 ponto percentual de queda na Selic, mantido por 12 meses, há uma diminuição de 0,28 ponto na relação dívida versus PIB.

Já o câmbio tem efeito inverso, porque o governo tem ativos atrelados ao dólar, como as reservas internacionais. Para cada 1% de queda do dólar, o impacto é de 0,14 ponto percentual do PIB na dívida, em sentido contrário, de forma imediata.

No mês passado, por exemplo, o dólar caiu 5,92% e o aumento na dívida foi equivalente a 0,8 ponto do PIB. A dívida saiu de 37,6% em março para 38,4% em abril.

Lopes comentou que os movimentos do câmbio sobre a dívida tem efeitos "pontuais", mesmo considerando que, desde janeiro, a apreciação do câmbio já elevou a dívida em R$ 36,9 bilhões.

Na análise do técnico do BC, o que importa para manter a relação dívida versus PIB em trajetória de queda "é um comportamento fiscal mais eficiente, de ações saneadoras do Estado nas contas públicas, e isso é o que tem sido visto nos últimos tempos", complementou.

Segundo o BC, a dívida bruta recuou de R$ 1,812 trilhão em março para R$ 1,797 trilhão em abril, tendo em vista resgate líquido de R$ 15,6 bilhões na dívida pública mobiliária federal interna.”

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