O jornal Folha de São Paulo ontem publicou a seguinte reportagem de Fábio Amato, da Agência Folha, em São José dos Campos:
APESAR DA RECUPERAÇÃO, GANHO É INFERIOR AO DE 2008
"Após amargar prejuízos por dois trimestres seguidos e demitir cerca de 4.200 funcionários, a EMBRAER anunciou ontem que voltou a registrar lucro no primeiro trimestre de 2009. Apesar da recuperação, o lucro líquido da empresa no período, de R$ 38,3 milhões, é 74,8% inferior ao de janeiro a março do ano passado (R$ 152,1 milhões).
O vice-presidente-executivo financeiro e de relação com os investidores da EMBRAER, Luiz Carlos Siqueira Aguiar, afirmou que as despesas da empresa com os cortes, que equivalem a 20% dos funcionários na época, atingiu US$ 50 milhões (cerca de R$ 109 milhões).
Disse que a EMBRAER obteve receita de US$ 20 milhões (cerca de R$ 43 milhões) com multas pagas pelo adiamento ou cancelamento de encomendas.
"O momento crítico foi no primeiro trimestre. Agora parece que houve uma parada [nos cancelamentos e adiamentos]. Mas o crédito no mercado continua escasso para os nossos clientes", disse Aguiar.
A falta de crédito para financiamento da compra de aeronaves é o principal motivo dos adiamentos e cancelamentos de pedidos enfrentados pela EMBRAER. A fabricante exporta mais de 90% de sua produção.
Para ajudar nas vendas de aviões, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está oferecendo crédito a clientes da EMBRAER. Segundo Aguiar, espera-se que o banco financie entre 25% e 29% do total de entregas de aeronaves neste ano.
O resultado do primeiro trimestre de 2009 interrompe a sequência negativa da empresa. No terceiro trimestre de 2008, o prejuízo da EMBRAER, o primeiro em 11 anos, foi de R$ 48,4 milhões. No quarto trimestre, ficou em R$ 40,6 milhões.
Em fevereiro, após anunciar 4.200 demissões, o presidente da EMBRAER, Frederico Curado, disse que o corte era consequência da redução de 30% na demanda externa por aviões.”
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