IDH do Brasil supera o dos BRICS
CRÍTICA AO RELATÓRIO DO IDH/2012
Por Diogo Costa
“A falta de análise crítica da velha
mídia é uma chaga nacional. As notícias veiculadas sobre o IDH referente ao ano
de 2012 beiram a má-fé... Vejamos o caso de nossos vizinhos do Cone Sul. Chile,
Argentina e Uruguai SEMPRE tiveram indicadores sociais melhores do que o
Brasil. Onde está a novidade? A novidade é que o Brasil (que segundo a própria ONU tinha em 1980 um IDH similar ao do Paraguai)
vai subindo e alcançando paulatinamente esses três países que SEMPRE tiveram
indicadores superiores aos de Pindorama.
Segundo o relatório, os três países
latino-americanos que mais avançaram percentualmente no índice de IDH entre o
período 2000/2012 foram, respectivamente, Nicarágua, Venezuela e Cuba. Também
segundo o relatório, os três países do mundo que mais avançaram percentualmente
no índice de IDH entre o período 2000/2012 foram, respectivamente, Afeganistão,
Serra Leoa e Etiópia. Constatações essas que não vimos serem veiculadas em
nenhum 'grande' meio de comunicação.
O que causa espécie não é o
relatório em si. Mas a base de dados que os organizadores utilizam para
classificar, por exemplo, o Brasil. Como é possível que o relatório utilize
dados de que apenas 26.000 crianças estão na pré-escola se o Brasil tem hoje
mais de 4.600.000 crianças estudando na pré-escola? Como é possível que o relatório
aponte explicitamente a utilização do FUNDEF em Pindorama, sendo que o FUNDEF
sequer existe mais?! O FUNDEF foi extinto em 2007 e substituído pelo
FUNDEB!
O FUNDEF era um fundo restrito ao
ensino fundamental, onde o governo federal fazia repasses da ordem de 300
milhões de reais aos estados e municípios. O FUNDEF foi extinto em 2007 e
substituído pelo FUNDEB, que é um fundo que atende a pré-escola, o ensino
fundamental, médio e a educação de jovens e adultos (EJA). Os valores
repassados pelo governo federal através do FUNDEB saltaram de 300 milhões
(FUNDEF) de reais para 4,6 BILHÕES de reais! Os recursos aumentaram em mais de
15 vezes para a educação! O relatório, simplesmente, desconsidera a existência
do FUNDEB e ainda está no longínquo tempo do já extinto FUNDEF. Isso é uma
fraude estatística, não há outro nome para esse embuste do relatório do
IDH.
Como é possível que o relatório
utilize dados estatísticos do distante ano de 2005, sendo que estamos, obviamente,
em 2013? Enfim, o governo brasileiro tem que tomar providências sérias com
relação ao pessoal que elabora esse relatório. Não é possível que as pessoas,
em especial os cidadãos brasileiros, continuem sendo enganados por um
pseudorelatório que utiliza antigas bases de dados, sem nenhuma serventia, como
por exemplo, o FUNDEF. Se os organizadores utilizarem uma base de dados atual,
veremos que o Brasil estará colado na Argentina e no Chile, aliás, permitam-me
corrigir, penso eu que o Brasil já ultrapassou a Argentina e o Chile nesse quesito
do IDH, mas isso carece de melhor verificação...
É preciso analisar criticamente esse
relatório, não porque ele agrade uns e desagrade outros em função de
posicionamentos ideológicos. É preciso criticá-lo porque entra ano e sai ano e
a base de dados continua a mesma! É praxe dos relatórios de IDH a utilização de
dados existentes dois anos antes do ano a que se refere o relatório. Por
exemplo, agora em 2013 foi divulgado o relatório do IDH 2012, os dados (deveria ser assim) que normalmente se
utilizam são os do ano de 2010, para todos os países. O relatório do IDH 2011
utiliza dados de 2009. O IDH 2010 utiliza os dados de 2008, e assim
sucessivamente. Ocorre, no caso brasileiro, que desde 2007 os
"gênios" que elaboram esse relatório utilizam dados do ano de 2005,
que nunca mais foram atualizados! Como conviver com tamanho acinte, que torna o
relatório para o Brasil uma estatística sem utilidade alguma?
Não é preciso ser nenhum expert em
ciências estatísticas para saber que os recursos do FUNDEB são 15 vezes maiores
do que os recursos do antigo FUNDEF. Tampouco é preciso ser um notável em
matemática para saber que os índices de emprego, PIB, PIB per capita, inflação,
mortalidade infantil, mortalidade materna, longevidade, entre outros tantos, da
primeira década do século XXI, são IMENSAMENTE superiores aos mesmos índices
obtidos nesses quesitos na década de 90. Os números estão aí, para quem quiser
ver e conferir. Aí, vem um relatório totalmente defasado e diz que o IDH
brasileiro cresceu mais na década de 90 do que na primeira década do século
XXI! Como é possível tamanha farsa estatística? Justamente porque o IDH 2012
utiliza dados de 2005 e não de 2010! É um absurdo sem nome o que estão a fazer
com o Brasil.
Por fim, quero dizer que me sinto
envergonhado, não pelos números obtidos pelo Brasil, mas me sinto envergonhado
por ser obrigado a conviver com uma estatística falaciosa e constatar a
impotência do governo brasileiro em sentar com os responsáveis pelo relatório e
mostrar-lhes, educadamente, que o Brasil tem quase 200 vezes mais crianças
matriculadas na fase da pré-escola, que o Brasil aplica 15 vezes mais recursos
em educação básica do que o relatório aponta, que no Brasil não existe mais o
FUNDEF (que o relatório cita inúmeras
vezes) e que ele foi substituído pelo FUNDEB desde o ano de 2007,
etc.
Enfim, mostrar para os organizadores
que os dados que eles utilizam estão defasados há CINCO anos! Não dá para
aguentar a paralisia do governo federal, mais precisamente do Ministério da
Educação, em tomar providências contra uma situação que vem se repetindo desde
2007. O Brasil foi um dos três países do mundo que mais cresceram no índice
PISA (de avaliação da educação) nos
últimos dez anos! Como é que pode uma situação dessas não aparecer no relatório
do IDH 2012?
Ministro Aloísio Mercadante, faça um
bem ao povo brasileiro, mostre os dados corretos do país. O que estão fazendo
com o Brasil com esse tal de IDH é indigno e ultrajante. E o pior é que esse
ultraje vem desde 2008. Isso tem que ser corrigido!”
Conheçam o Relatório de
Desenvolvimento Humano de 2013. Leiam, comparem, tirem suas próprias
conclusões!: http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh-2013.pdf
FONTE: escrito por Diogo Costa no portal de Luis
Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-falhas-no-relatorio-idh-brasileiro). [Imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].
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