“Editorial do ‘The New York Times’ disse, na segunda (15), que a "medicina amarga" da austeridade está matando a Europa. Sobre Portugal, por exemplo, prevê-se que "vai provavelmente ter um déficit orçamentário, este ano, maior que o acordado com a troika (...) porque as políticas nacionais, sem surpresa, causaram uma recessão mais profunda que o previsto".
Do “Esquerda.net”, de Portugal
Lisboa - "Há mais de dois anos que os líderes europeus
têm imposto um coquetel de austeridade orçamentária e de reformas estruturais
em países debilitados como Portugal, Espanha e Itália, prometendo que isso será
o remédio para curar as maleitas econômicas e financeiras, mas todas as provas
mostram que essas doses amargas estão matando o paciente", escreve o
Conselho Editorial do jornal norte-americano “The New York Times”, um
dos mais vendidos nos Estados Unidos da América.
O editorial explica que o principal problema de as medidas de austeridade não estarem já a ter o efeito pretendido – crescimento econômico – é, para além do aumento do desemprego, a criação de descontentamento popular que favorece grupos como o “Movimento Cinco Estrelas”, na Itália.
"O verdadeiro perigo para a Europa é que movimentos como esse aumentem e que os eleitores e os decisores vejam cada vez menos vantagens em permanecer no euro. Se os países começam a sair da moeda única, isso causaria pânico generalizado no Continente e bilhões de dólares em perdas para os governos, os bancos e os investidores na Alemanha e noutros países ricos europeus, já para não falar no resto do mundo", escreve o jornal, sublinhando que "se os líderes europeus deixarem esses grupos políticos ganharem força, todos no Continente, e não apenas os portugueses ou os italianos, ficarão pior".
Numa parte dedicada exclusivamente a Portugal, o jornal escreve que "o governo de Passos Coelho cortou a despesa e aumentou os impostos, tanto que o déficit orçamentário caiu cerca de um terço entre 2010 e 2012", e acrescenta que o resultado dessas e de outras reformas é que o desemprego subiu para os 18%. Assim, "os economistas dizem que Portugal vai, provavelmente, ter um déficit orçamentário, este ano, maior que o acordado com a troika (...) porque as políticas nacionais, sem surpresa, causaram uma recessão mais profunda que o previsto".
O editorial explica que o principal problema de as medidas de austeridade não estarem já a ter o efeito pretendido – crescimento econômico – é, para além do aumento do desemprego, a criação de descontentamento popular que favorece grupos como o “Movimento Cinco Estrelas”, na Itália.
"O verdadeiro perigo para a Europa é que movimentos como esse aumentem e que os eleitores e os decisores vejam cada vez menos vantagens em permanecer no euro. Se os países começam a sair da moeda única, isso causaria pânico generalizado no Continente e bilhões de dólares em perdas para os governos, os bancos e os investidores na Alemanha e noutros países ricos europeus, já para não falar no resto do mundo", escreve o jornal, sublinhando que "se os líderes europeus deixarem esses grupos políticos ganharem força, todos no Continente, e não apenas os portugueses ou os italianos, ficarão pior".
Numa parte dedicada exclusivamente a Portugal, o jornal escreve que "o governo de Passos Coelho cortou a despesa e aumentou os impostos, tanto que o déficit orçamentário caiu cerca de um terço entre 2010 e 2012", e acrescenta que o resultado dessas e de outras reformas é que o desemprego subiu para os 18%. Assim, "os economistas dizem que Portugal vai, provavelmente, ter um déficit orçamentário, este ano, maior que o acordado com a troika (...) porque as políticas nacionais, sem surpresa, causaram uma recessão mais profunda que o previsto".
O artigo defende, por isso, que
líderes como a chanceler Angela Merkel parem de insistir na austeridade e
"ajudem a aumentar a procura, por
exemplo, permitindo que os países mais frágeis possam emitir dívida pública
apoiada pela zona euro", o que, no entender desse Conselho Editorial
composto por editores e antigos diretores, e que responde diretamente ao
presidente do grupo detentor do “The New York Times”, ajudaria os países
a sair da "espiral recessiva".
"Os decisores políticos em Portugal e na Itália teriam a vida facilitada na defesa da necessidade de reformas se não tivessem de, ao mesmo tempo, cortar programas e apoios sociais", diz o texto, que argumenta que "um crescimento econômico mais rápido e um desemprego mais baixo criariam os recursos que podiam ser usados, mais tarde, para cortar a dúvida e reduzir o déficit".
FONTE: do
“Esquerda.net”, de Portugal (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21903). [Imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].
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