“O Presidente da agência de risco
diz que o Brasil teria crescido menos que 0,9% sem os incentivos federais.
Sede da Standard & Poor’s, em
Nova Iorque
Por Ricardo Leopoldo, da “Agência
Estado”
A presidente da agência de
classificação de risco “Standard & Poor's” no Brasil, Regina Nunes, avalia
como "positiva" a gestão da economia pelo governo da presidente Dilma
Rousseff.
"O governo vem dando continuidade à atuação pragmática que fez com que o
País conquistasse o grau de investimento", disse Regina Nunes.
"Destaco a harmonia das políticas fiscal e monetária, que agiram para
estimular o nível de atividade no ano passado", comentou, em
entrevista ao “Broadcast”, serviço em tempo real da “Agência Estado”.
"Se os juros não fossem reduzidos em 2012, bem como se não tivessem sido
adotadas várias medidas de desonerações tributárias para vários setores
produtivos, o PIB teria crescido menos de 0,9%. E isso seria negativo para o
País, com repercussões para a renda das famílias e o caixa das empresas e
traria efeitos ruins até para a saúde dos bancos", ponderou.
Regina Nunes ressaltou que permanece
estável na agência S&P a perspectiva de avaliação do ‘rating’ do Brasil,
bem como sua nota soberana, que atualmente é BBB.
Como é de praxe, ela não comenta
qual seria a tendência da avaliação da agência de ‘rating’ sobre o Brasil no
decorrer de 2013. "Algumas pessoas
falam de falta de previsibilidade do governo, mas essa não é a minha avaliação.
Ao contrário. Vejo grande coerência em relação à gestão da política econômica e
também a outros temas, como o interesse do Poder Executivo em ampliar os
investimentos em infraestrutura, com maior participação do setor privado",
apontou Regina.
Segundo ela, é muito difícil para a
administração federal realizar projetos de concessões públicas em rodovias,
portos e aeroportos e acertar rapidamente qual é a demanda de retorno dos
projetos pelas companhias privadas.
"É um processo de aprendizado. O governo faz uma oferta, as empresas
particulares se manifestam e, dessa interação, é encontrada uma taxa de retorno
atrativa para os investidores e que, ao mesmo tempo, maximiza os benefícios
sociais dos projetos", afirmou Regina.
"O Poder Executivo não pode fazer as coisas com pressa, isso pode
colocar em risco o patrimônio público por um prazo longo, de 30 anos."
Nesse contexto, ela também avaliou
como "adequada" a postura do governo Dilma Rousseff de agora
administrar a Petrobrás em uma busca de uma equalização dos preços dos
combustíveis no Brasil com os praticados no mercado internacional.
"Não há país nenhum no mundo onde as diretrizes do setor de energia não
sejam influenciadas pelo Estado, mesmo que o segmento seja 100% dominado pelo
setor privado. Trata-se de uma questão vital de desenvolvimento econômico",
afirmou.
"No entanto, essa política do governo em relação à Petrobrás é correta.
Além de existir uma questão importante de governança, é fundamental adotar
medidas que viabilizem o programa de investimentos de longo prazo de US$ 230
bilhões da companhia, um dos maiores do mundo", destacou.
Regina afirmou, no entanto, que
seria importante que o governo adotasse medidas pontuais para simplificar a
estrutura tributária. "Isso ajudaria
a estimular os investimentos no País", destacou.
Ela acha que a administração federal
tem agido bem ao buscar mudanças específicas na estrutura de tributos nacional,
como buscar a unificação federal das alíquotas interestaduais de ICMS.”
FONTE: reportagem de Ricardo Leopoldo, da “Agência
Estado”. Transcrita no portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/standard-poors-elogia-pragmatismo-do-governo-dilma) [Imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].
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