MK Bhadrakumar
Por MK Bhadrakumar, no “Indian Punchline”, sob o título original “A turning point in Syria”. Traduzido pelo “pessoal da Vila Vudu” e transcrito no blog “Redecastorphoto”
Chuck Hagel
“A questão síria sofreu mudança significativa, depois dos últimos pronunciamentos dos EUA, de que teriam sido usadas armas químicas nos confrontos. A declaração dramática feita pelo secretário de Defesa Chuck Hagel 5ª-feira, durante visita a Abu Dhabi, e que desdiz o que ele próprio dissera no início da semana, somada à carta que a Casa Branca enviou ao senador John McCain, podem ter mudado, da noite para o dia e para pior, o quadro na Síria.
Segundo o que disseram os norte-americanos, o regime sírio teria cruzado a “linha vermelha” que, nas palavras do presidente Barack Obama, dispararia a intervenção ocidental.
John McCain
O senador McCain, imediatamente, exigiu que os EUA passem a fornecer [ainda mais] armas aos rebeldes sírios. Apesar de a carta da Casa Branca ainda repetir que é preciso esperar confirmações de fontes da inteligência dos EUA, não há dúvidas de que aumentam as pressões para que Obama “faça mais” na Síria.
Não há dúvida de que é novidade e ponto de virada. Não se pode esquecer que essa virada na posição dos EUA acontece imediatamente depois da reunião de ministros de Relações Exteriores da OTAN em Bruxelas, na qual a Síria foi o principal item da agenda. O secretário de Estado John Kerry disse diretamente que a OTAN prepare-se para responder.
John Kerry
Significativamente, Israel e Grã-Bretanha também acusaram o regime sírio de ter usado armas químicas. A declaração de Israel coincidiu com a visita de Hagel a Telavive. Tudo isso sugere alto grau de coordenação entre EUA, Grã-Bretanha e Israel, que explica essas declarações simultâneas.
Rússia e China serão pressionadas para que desistam e permitam que a ONU inicie processo de investigação. O secretário-geral Ban Ki-Moon já disse que a ONU prepara-se para acusar a Síria por uso de armas de destruição em massa [o mesmo falso pretexto utilizado para invadir o Iraque], o que, é claro, pode ser o primeiro passo rumo a uma arriscada intervenção na Síria – que muito provavelmente terá consequências tão daninhas e perigosas quanto a intervenção no Iraque.”
FONTE: escrito por MK Bhadrakumar, ex-diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão e Turquia. É especialista em questões do Afeganistão e Paquistão e escreve sobre temas de energia e segurança para várias publicações, dentre as quais “The Hindu”, “Asia Times Online” e “Indian Punchline”. Postado por Castor Filho no blog “Redecastorphoto” (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/04/siria-agrava-se-situacao.html). [Imagem (mapa) do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
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