Por Virgínia Silveira,
no jornal “Valor”
“A empresa LH Colus, criada por um ex-funcionário
do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, da FAB) e da
empresa aeronáutica Akaer, em São José dos Campos, foi contratada pela
Embraer para desenvolver o projeto dos assentos e das macas do novo avião de
transporte militar KC-390.
Projetado para substituir os C-130 Hércules, da
Força Aérea Brasileira (FAB), o projeto do KC-390 tem um custo estimado de
US$ 2 bilhões. O voo inaugural do primeiro protótipo está previsto para
outubro de 2014.
O Ministério da Defesa estima que 300 aeronaves
KC-390 poderão ser comercializadas nos próximos 20 anos, o que representará
receita de US$ 22,5 bilhões e retorno de royalties para o governo brasileiro,
que é o detentor da propriedade intelectual do projeto. A Embraer prevê
produzir entre 12 e 18 aeronaves por ano.
A LH Colus é uma das oito empresas brasileiras (ou
com operações no Brasil) a ser contratada pela Embraer para a fase de
desenvolvimento do KC-390. A aeronave terá capacidade para 80 ocupantes em 40
assentos duplos, além de 74 macas. Parte do investimento que está sendo
aplicado no desenvolvimento do projeto será financiada pela Embraer.
O contrato com a Embraer, segundo o presidente da
LH Colus, Luís Colus, deverá responder por mais de 50% do faturamento da
empresa em 2013. Criada em 2008 pelo empresário, a LH Colus iniciou suas
atividades com o projeto de um avião agrícola para a empresa Planair, de
Curitiba (SP) e fazendo o dimensionamento estrutural da aeronave T-Xc,
desenvolvida pela Novaer, em São José dos Campos.
A produção dos bancos e macas do KC-390, segundo
Colus, será subcontratada da Equipaer, de Cotia, parceira da empresa. Colus
explica que a Equipaer também acumula experiência no setor aeroespacial,
fornecendo alvos aéreos, lançadores de foguetes, bombas e mísseis, além de
kits de sobrevivência na selva para a frota de Super Tucano da FAB.
Para vencer a concorrência da Embraer, disputada
com fabricantes internacionais de peso, como a inglesa BA Systems, segundo o
executivo, a LH Colus apresentou, como diferencial, além de ser brasileira, o
fato de ter grande conhecimento técnico em processos de certificação aeronáutica. "Temos
mais de 25 anos de experiência na área de certificação de projetos ou
modificações aeronáuticas junto às autoridades de certificação como o DCTA e
a ANAC", comentou.
As áreas de atuação da LH também incluem análises
de reparos estruturais, gerenciamento de programas de desenvolvimento no
setor aeroespacial e assessoria em processos de validação de aeronaves
estrangeiras no Brasil.
Para a Mectron Engenharia, a LH Colus trabalhou
no projeto e dimensionamento estrutural de lançadores. A TAM Aviação
Executiva contratou a empresa para fazer o desenvolvimento e aprovação de
reparos estruturais em aeronaves com fuselagem pressurizada.
O contrato com a Embraer, segundo Colus,
representará grande salto tecnológico para a empresa, que já está de mudança
para nova sede, no Parque Tecnológico de São José dos Campos. "O KC-390 é uma aposta muito promissora
para a LH Colus. Estamos galgando um patamar de empresa que ainda não
tínhamos", afirmou.
Os assentos do KC-390, por exemplo, explica
Colus, terão que ser projetados para resistir a um pouso de emergência. Um
dos testes de qualificação dos assentos será feito nos Estados Unidos e os
demais no Brasil, nos laboratórios do INPE, DCTA e IPT.
Com a nova sede, segundo ele, a empresa terá
espaço três vezes maior e o projeto do KC-390 já permitiu dobrar o número de
funcionários, hoje em torno de 10 pessoas, com nível de formação e
conhecimento altamente especializados. Para este ano, o executivo prevê um
total de 15 funcionários trabalhando nos novos projetos.
Colus informa que a experiência adquirida com o
KC-390 capacitará a empresa para fornecer novos itens de interiores de avião
para a Embraer e outros fabricantes aeronáuticos. "A nossa meta é transformar a empresa em um fornecedor de nível um,
com capacidade para fazer o projeto, análises estruturais, ensaios de
qualificação e certificação".
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FONTE:
reportagem de Virgínia Silveira no jornal “Valor Econômico”. Transcrita no
portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?page=notimp) [Imagem
do google e trechos entre colchetes adicionados por este blog
‘democracia&política’].
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