Radar Saber M60
Por Virgínia Silveira, no
jornal “Valor”
“A Orbisat, controlada pela Embraer, anunciou terça
feira a venda de 17 radares de vigilância terrestre para o Exército Brasileiro
e de quatro radares de vigilância Aérea “Saber M60” para a Força Aérea
Brasileira (FAB). A empresa registrou faturamento de R$ 57 milhões no ano
passado.
O contrato com a FAB, segundo o presidente da
Orbisat, Maurício Aveiro, está avaliado em R$ 25 milhões e inclui treinamento,
peças de reposição e assistência técnica. Os equipamentos serão integrados ao
Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).
A entrega dos radares da Aeronáutica deverá
acontecer em 18 meses, segundo informou o executivo. O radar M-60 permite
rastrear alvos em um raio de 60 quilômetros, transmitindo informações em tempo
real para um Centro de Operações de Artilharia AntiAérea.
"Esse
tipo de radar auxilia o trabalho de proteção a pontos e áreas sensíveis como
indústrias, usinas, instalações governamentais, mas também pode ser usado em
grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo", explica o
presidente da empresa.
Radar Sentir M-20
O fornecimento do radar para o Exército, denominado
“Sentir M-20”, faz parte do “Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras”
(SISFRON), cujo projeto piloto é executado pelo consórcio TEPRO, formado pela
Orbisat e pela Savis Tecnologia e Sistemas, também controlada pela Embraer.
SISFRON (aplicar 'zoom' para visualizar)
O comandante do Exército, general Enzo Martins
Peri, disse que o SISFRON terá este ano R$ 240 milhões de recursos do orçamento
da Defesa. Desde 2011, segundo ele, o projeto absorveu R$ 214 milhões. O
contrato com a Orbisat está embutido no valor do projeto piloto executado pelo
consórcio TEPRO, estimado em R$ 839 milhões.
As empresas foram contratadas para fazer o
monitoramento de aproximadamente 650 quilômetros quadrados de fronteira
terrestre na divisa do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e Bolívia.
O SISFRON compreende a vigilância e proteção de uma
área total de quase 17 mil quilômetros quadrados, que se estende por dez
estados e 27% do território nacional. O projeto piloto do SISFRON, segundo o
comandante Peri, deverá ser concluído em 2015.
"A cada
etapa do projeto vamos fazer um novo processo de seleção de empresas".
O projeto, segundo o general, tem atraído a atenção de empresas do mundo
inteiro, interessadas em um investimento total avaliado em US$ 12 bilhões.
Para participar do processo, o comandante explica
que as exigências incluem índice de nacionalização de, no mínimo, 76% e a
liderança do projeto deve estar com uma empresa brasileira.
O general disse que o SISFRON já chamou a atenção
dos governos de vários países, que têm muito interesse em conhecer o sistema de
funcionamento das informações. "Esperamos
que a próxima etapa do projeto seja lançada dentro de dois anos",
afirmou.
O Exército também está concluindo a análise das
informações enviadas por vinte empresas que participam do processo de seleção
para o projeto “Proteger”, sistema de proteção das instalações estratégicas do
país, como usinas hidrelétricas e refinarias.
O lançamento do edital desse projeto, que conta com
mais de sete mil páginas de informações enviadas pelas empresas, segundo o
comandante do Exército, deverá acontecer até o fim do mês. "Para este ano, devemos contar com R$ 44
milhões para o ‘Proteger’." A implantação de todo o sistema, em 12
anos, custará US$ 9,5 bilhões.”
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