quinta-feira, 21 de maio de 2009

NÚMERO DE POBRES CAIU NO BRASIL APESAR DE CRISE, DIZ IPEA

Li hoje no site “vermelho”:

“Apesar da atual crise econômica global, cerca de 316 mil brasileiros saíram da linha da pobreza entre outubro do ano passado e março deste ano, segundo estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O número de pobres caiu no Brasil durante os seis primeiros meses da crise financeira internacional.

Segundo Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), este desempenho social é inédito no Brasil, já que, nas outras grandes crises econômicas das últimas décadas, a pobreza subiu muito. Dados apresentados por Pochmann no XXI Fórum Nacional, no Rio de Janeiro, com base na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, mostram que 316 mil brasileiros saíram da condição de pobreza nas principais regiões metropolitanas de outubro de 2008 a março de 2009.

A linha de pobreza utilizada foi a de meio salário mínimo de renda familiar per capita. No mesmo período estudado, a taxa de pobreza entre os desempregados caiu 2,5%, enquanto o número de desempregados aumentou 16,5%. Pochmann atribuiu a redução da pobreza à ampliação do número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família e ao aumento do salário mínimo.

TAXA DE POBREZA

Segundo a pesquisa, nesses seis meses, 315.921 brasileiros deixaram a condição de pobreza nas seis maiores regiões metropolitanas do país — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador. Pelos critérios do Ipea, órgão ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, está abaixo da linha da pobreza quem tem rendimento domiciliar per capita menor que meio salário mínimo.

Segundo o Ipea, a taxa de pobreza nessas seis regiões em março deste ano ficou em 30,7%, 1,7% menor que a registrada em março do ano passado, o que representa uma redução de 670 mil pessoas na condição de pobreza. "Pela primeira vez na história do País, o pobre não está pagando a conta numa crise", disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que participou da divulgação do estudo.

Para o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, a redução da pobreza durante a atual crise se deve à adoção de políticas anticíclicas pelo governo. Como exemplos, ele citou a ampliação de programas de transferência de renda e o reajuste neste ano de 12% no salário mínimo, referência para a maior parte dos benefícios concedidos pela Previdência Social.

REGIÕES METROPOLITANAS

"De 1980 para cá essa é a primeira vez que estamos enfrentado a crise com políticas keynesianas", disse Pochmann. "Nas crises anteriores em vez de se ter políticas anticíclicas, nós aumentávamos os juros, reduzíamos os gastos, reduzíamos os investimentos e o salário mínimo não crescia", acrescentou ao ressaltar que 35% da população brasileira tem renda garantida independente do mercado de trabalho.

De acordo com o levantamento de outros períodos de crise, o contingente de pobres aumentava substancialmente no país. Entre 1998 e 1999, por exemplo, o número de pobres avançou no Brasil em 1,9 milhão. De 1982 a 1983 a estimativa do Ipea é que a quantidade de pobres expandiu-se em 7,7 milhões nas seis maiores regiões metropolitanas e, na crise de 1989 e 1990, o número de pobres teve incremento de 3,8 milhões de pessoas.”

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