quarta-feira, 18 de maio de 2011
MAL DE FHC/PSDB À SOBERANIA BRASILEIRA: DEPENDÊNCIA ESPACIAL
[OBS INICIAL DESTE BLOG ‘DEMOCRACIAPOLÍTICA’: Antes de apresentar o texto abaixo, este blog 'democraciapolitica' relembra, por oportuno, nossas postagens de 19/10/2010 e 26/07/2008:
“A Embratel/Telebras não foi somente “privatizada” no governo FHC/PSDB/DEM. Foi estrangeirizada, vendida 100% para empresa dos EUA (MCI), que depois a revendeu para grupo mexicano.
“O Brasil, naquela loucura “neoliberal”, fez algo surpreendente e inédito no mundo, sendo por isso ‘muito elogiado’ pelos governos das grandes potências estrangeiras, e aqui também... O governo FHC/PSDB desprezou totalmente a Segurança Nacional. Passou (por valores bondosamente baixos) 100% da propriedade e controle de todos os serviços de telecomunicações de longa distância do país (EMBRATEL/Telebras etc) para somente uma empresa norte-americana! A presenteada foi a pré-concordatária MCI, ex-WorldCom, que veio a ser famosa no mundo pelas gigantescas fraudes contábeis em seus balanços.” (Depois, a MCI, já com outro nome [Verizon], vendeu a “ex-nossa” EMBRATEL/Telebras para a mexicana Telmex, sem consultar ou dar satisfação ao governo brasileiro).
Assim, toda comunicação de longa distância no Brasil (militar, diplomática, comercial, particular) passa pelos satélites B1, B2, B3, B4 e outros mais que eram da Embratel/Telebras e que, graças a FHC, agora são de propriedade de um investidor do México (o Carlos Slim). O México, ressalta-se, é país fortemente dependente dos EUA (NAFTA etc). É 'muito aliado' e submisso aos interesses norte-americanos”.]
Sobre o assunto, na última segunda-feira [16/05], o blog “Os amigos do Brasil” postou o seguinte:
COM 13 ANOS DE ATRASO, IMPRENSA “DESCOBRE” QUE SATÉLITE DEVE SER ESTATAL
“A revista IstoÉ traz reportagem em tom de denúncia, dizendo que o Brasil depende da empresa ‘Star-One’, de Carlos Slim, para suas comunicações por satélite.
“Descobriram” (atrasados) que satélites sob controle estrangeiro comprometem a segurança nacional. A rigor, o bilionário Slim pode desligar os satélites, deixando às cegas a comunicação entre boa parte do Brasil.
Nós já cansamos de falar isso, criticando a privatização da Telebrás.
Em 1998, quando o governo Fernando Henrique Cardoso privatizou a Embratel de “porteira fechada”, incluiu todos os satélites, até os de uso militar. Caso inédito no mundo de entreguismo militar.
Ainda que quisesse seguir a cartilha neoliberal, o mínimo que qualquer chefe de estado teria obrigação de fazer era passar os satélites de uso militar para o Comando da Aeronáutica.
Mas a chamada grande imprensa ficou toda caladinha durante estes 13 anos de crime de lesa-pátria [Agora, começa a falar]:
Trechos da reportagem da IstoÉ:
“Sem um satélite próprio, o País depende de estrangeiros para proteger suas riquezas, fluir informações militares e até controlar o tráfego aéreo.
…
Desde que o Brasil perdeu o controle sobre seus satélites, com a privatização da Embratel em 1998, nenhum caso semelhante ocorreu.
…
Ao contrário das principais nações desenvolvidas e emergentes do mundo, o Brasil não tem controle, nem ao menos sobre um dos quase mil satélites que estão em órbita no mundo hoje. A Índia, por exemplo, tem seis deles dedicados a ela e a China, outros 60.
….
“Não há como negar, é uma ameaça à segurança nacional”, diz o engenheiro José Bezerra Pessoa Filho, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e ex-diretor da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB).
…
Em 1982, durante a Guerra das Malvinas, um dos satélites meteorológicos que fornecia imagens para o governo brasileiro foi reposicionado pelos Estados Unidos e deixou de fornecer informações sobre o clima em todo o Hemisfério Sul durante dois meses. Em 2005, por conta do furacão Katrina, os americanos precisaram usar toda a potência de varredura de seus satélites para rastrear o fenômeno, reduzindo a frequência das imagens da América do Sul e do Brasil. “Se fossemos atingidos naquela época por um evento da magnitude do ciclone Catarina, que varreu a região Sul em 2004, ficaríamos no escuro”, afirma Villela [Thyrso Villela, diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB)].
…
A história de dependência começou com a privatização do sistema Telebrás, em 1998. A Embratel, que operava os satélites BrasilSat, passou às mãos da norte-americana ‘Verizon’ e depois da ‘América Movil’, do magnata mexicano Carlos Slim, dona da ‘Star One’.
…
Há, logicamente, salvaguardas pelas quais a operação desses satélites é feita somente por brasileiros. Mas os militares não têm controle sobre esses equipamentos, não podem desligar o satélite ou mudar sua posição.”
OBS do “Os amigos do Brasil”:
De reportagem a rePORCAgem:
“A partir de certo ponto a reportagem da IstoÉ vira rePORCAgem, quando deprecia o programa de satélites ativo da Agência Espacial Brasileira.
O Brasil continua pesquisando e desenvolvendo satélites próprios. Tem satélites em operação, em parceria com a China. Desenvolve um satélite em parceria com a Argentina, e tem acordos com Índia e África do Sul, entre outros países.
Outro erro da revista: o desenvolvimento de satélite em si não depende do Foguete lançador (VLS) brasileiro. São projetos à parte. Apesar de o VLS ser uma conquista importante no domínio da tecnologia espacial, satélites nacionais podem ser desenvolvidos e colocados em órbita por foguetes estrangeiros.”
[OBS FINAL DESTE BLOG ‘DEMOCRACIAPOLÍTICA’: o problema relacionado com a opinião do blog ‘Os amigos do Brasil’ no último parágrafo acima é que, sem lançador nacional para colocar em órbita seus satélites, o Brasil depende de ser autorizado para usar foguetes estrangeiros (geralmente, dos EUA e da França). Para os lançamentos já feitos, todos no Exterior, desde os pequenos e simples satélites SCD de coleta de dados do INPE até os maiores, de comunicações, comprados no Exterior, cobraram-nos preços elevadíssimos, e com exigências abusivas. Além disso, esses países não lançariam satélite brasileiro para fins militares.
O desenvolvimento e exploração de foguetes espaciais para colocar satélites em órbita é atividade altamente rendosa para o país lançador, pelo seu altíssimo valor agregado e pelo espraiamento por toda a indústria nacional (spin off) e forte multiplicação do valor investido, especialmente com inovações em produtos civis.
Os EUA e demais países que detêm essa tecnologia não admitem perder para novos competidores negócios tão lucrativos . Assim, há dezenas de anos utilizam todos os pretextos, meios lícitos, ilícitos, acusações, estranhos acidentes, para impedir a capacitação e o acesso do Brasil nesse mercado. Toleram que façamos satélites simples no INPE, mas permitem somente que sejamos cliente pagante para eles de bilionários lançamentos. Assim tem sido há décadas com os nossos satélites de telecomunicações e os do INPE, todos lançados no Exterior por valores nababescos e condições draconianas.
Como sempre, muitos brasileiros e a grande mídia se solidarizam com os interesses norte-americanos. Assim, nos anos FHC/PSDB/PFL, o programa nacional de desenvolvimento de lançadores de satélites (VLS) foi gradativa e fortemente desmantelado pelo próprio governo, estrangulado em recursos financeiros e humanos, chegando quase a zero em 1999.
VLS
Desde o início dos anos 90, as autoridades brasileiras, simpáticas, dóceis e vulneráveis às pressões e ameaças dos EUA, nem ousam pensar em aplicar em projeto verdadeiramente nacional montantes semelhantes aos que pagamos lá fora para lançar nossos satélites. Tentaram matar o VLS, asfixiando-o até o último suspiro. E até hoje ainda ridicularizam, em sintonia com a nossa “grande” imprensa, os normais insucessos iniciais em lançamentos de protótipos nacionais. Lançamentos esses feitos sem recursos financeiros e humanos, que foram cortados e novas admissões foram proibidas. Lançamentos ocorridos graças a surpreendente, miraculoso e despojado esforço de nossos poucos cientistas que restaram da grande evasão imposta naquela década de 90].
FONTE: blog “Os amigos do Brasil” (http://osamigosdobrasil.com.br/2011/05/16/com-13-anos-de-atraso-imprensa-descobre-que-satelite-deve-ser-estatal/) [imagens do Google e trechos inicial e final entre colchetes adicionados por este blog “democraciapolitica”].
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14 comentários:
Maria Tereza
Se FHC não fez nada pela área espacial, infelizmente o Governo Lula também não ficou muito à frente, a não ser tristes episódios de marketing político como aquele bisonho envio do astronauta à ISS, que nada agregou ao Brasil em termos tecnológicos.
Outra : o programa com a Ucrania está á deriva, dizem que ela já está procurando outro país para lançar seu vetor (Cyclone4).
O que falta na área espacial (aliás como em várias áreas do Governo) é uma liderança competente e única que tome decisões de modo integrado da área espacial como um todo e saiba para onde está indo, não esse "samba do crioulo doido" aí.
Se o Brasil não perder o medo de investir na área tecnologica como fazem a China e India, nunca sairá dessa condição de anão tecnologico.
Iurikorolev,
Relativamente ao final do governo FHC, o governo Lula aumentou muito o orçamento para a área espacial. Contudo, a área de lançadores precisará de muitos e muitos anos para refazer os recursos humanos perdidos nos anos 90 (houve evasão principalmente por conta dos salários cada vez mais ridículos, das ameaças de maiores perdas na aposentadoria e por proibição de concursos públicos).
Também acho que o setor espacial necessita de liderança mais forte e de integração. Deve haver coerência entre os projetos. A necessidade do país indica o tipo e missão do satélite. Esse satélite indica qual o lançador a ser desenvolvido. Esse lançador indica as adaptações necessárias no centro de lançamento. Conceitualmente é simples.
Maria Tereza
Iurikorolev,
Complemento o comentário acima, pois não opinei sobre o projeto com a Ucrânia, que você abordou.
A Ucrânia tem forte interesse em lançamentos em Alcântara com o seu foguete Cyclone-4, dentro do projeto da empresa binacional (Brasil-Ucrânia) Alcântara Cyclone Space (ACS).
A Ucrânia é muito mais beneficiada nesse projeto que o Brasil. Inclusive, para participar dele, o Brasil estranhamente assinou com a Ucrânia acordo de salvaguardas que é, praticamente, cópia do absurdo acordo que os EUA exigem do Brasil. O acordo nos veda acesso ao foguete e a outros equipamentos. Proibe enfaticamente qualquer transferência de tecnologia. Tudo de modo até ofensivo aos brasileiros e à soberania nacional. Mesmo assim, na prática (não os 50% teóricos), o Brasil já despendeu e despenderá, via ACS, AEB e CLA, parcela muito maior de recursos do que os ucranianos. Os dispêndios da parte brasileira, já feitos ou programados, superam a R$ 1,0 bilhão. A Ucrânia não tem cumprido a sua parte de participação no capital da empresa binacional.
Maria Tereza
O que eu disse justamente tem a ver com a Alcântara Cyclone Space.
O Governo, com seus dirigentes incompetentes toma decisões lesivas ao Brasil, o que só se vê no futuro.
Iurikorolev,
Julgo que não se pode generalizar. A incompetência de dirigentes também é muito comum fora do governo.
Concordo com o seu exemplo da ACS.
Maria Tereza
Em homenagem póstuma a este "menino treloso e traquino", FHC, eu sugiro:
Vídeo do PROSUB – Programa de Desenvolvimento de Submarinos
19 de maio de 2011
Por Wiltgen
http://www.youtube.com/watch?v=inhSFQIyYlA&feature=player_embedded
http://www.naval.com.br/blog/2011/05/19/video-do-prosub-programa-de-desenvolvimento-de-submarinos/
e
Navios Patrulha Macaé e Macau em vídeo
18 de maio de 2011
Por Luiz Padilha
http://www.youtube.com/watch?v=IqnIaZtX3lA&feature=player_embedded
http://www.naval.com.br/blog/2011/05/18/navios-patrulha-macae-e-macau-em-video/
Probus
1-Gostei do video, conheço este projeto Prosub. Só espero que ele não vire um VLS ou um FX-2, essa "pixotada" do Governo.
2-Pareçe que os barcos de superficie já "dançaram".
3-Me responda a uma pergunta : Por que o pessoal da marinha é tão mais forte do que o da aeronautica em termos de projetos estratégicos ?
Iurikorolev,
1 - Respondo abaixo, e acho que você pouco sabe do que está acontecendo no FX-2;
2 - A reportagem é fresquinhas...
3 - Uns amigos fofoqueiros que eu me esqueci dos nomes e de onde são falaram que existe uma participação dos Royalties do Pré-Sal, o pleiteado era 15% mas, até 10% (dos 15) vai estar ÓTIMO para eles, dá para construir uns 100 Porta-Aviões com aquele minério de Serra Pelada...
O problema, nobre, não é a aeronáutica, mas pode ser o japa... seus amigos da COPAC... a FIESP... uns sócios da EMBRAER... e um tal de Luiz Marinho do ABC, não sei nem quem é esta peste.
Muitas das suas respostas podem estar aqui:
http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/1027/Brasil---Russia---V-Reuniao-de-Alto-Nivel-de-Cooperacao
Abração!!
Probus
1-Não se fie muito nessas "reuniões de cooperação".
Fizeram um acordo igualzinho em 2005 quando o presidente foi a Moscow e não fizeram nada de lá para cá.
Além disso esse Putin não merece a menor confiança.
2- Não creio que a culpa seja do japa...Até hoje não entendo o que o governo pretende com esse FX "chove não molha".
До свидания
Sabe Iurikorolev, você precisa sair da sua INÉRCIA. Se recicle e, se informe mais!!
Agente Vladimir Putin,
"Este é o seu grande final. A KGB governa o país"
Konstantin N Borovoi, deputado da Duma, 1999
http://www.kgb.by/
Eu prefiro MIL vezes a frieza, a violência e a rusticidade do viking, o herdeiro de "Pedro, o Grande", Vladimir Putin, que as ações PIRATAS e COVARDES de Mushtarak-Boy, Prêmio Nobel da Paz, e seus COMPARSAS.
Siga seu caminho Iurikorolev, a escola que VOCÊ estuda EU fui EXPULSO.
Caro Probus
1-Vc é ingenuo em confiar em uma pessoa como Putin. Adoro a Russia, mas infelizmente o povo russo nunca foi muito feliz na "escolha" de seus lideres.
Vc conhece pouco dos russos.
2-Vc confundiu! Não confio também nos yankees.Mas pelo menos eles não jogam contra seu próprio povo, coisa que sói acontecer nessa nação descendente de lusitanos e africanos.
3- O que existe muito no Governo do Brasil é simples e antigo : incompetencia gerencial, pior do que a corrupção.
Saia da menoridade intelectual e pare de acreditar em fofocas de corredor de subordinados !
VÁ SE INFORMAR E FAZER ALGO DE ÚTIL!!
Prezados Probus e Iurikorolev,
Gosto dos comentários de ambos, que muito têm contribuído para enriquecer temas aqui postados.
Acho desnecessário o tratamento não amistoso entre vocês. Ideias diferentes não são motivo para aborrecimentos. Ao contrário, elas são essenciais para crescer o conhecimento.
Aguardo novos comentários de vocês
Tchau (До свидания)
Maria Tereza
Concordo, peço desculpas a você, aos leitores e, principalmente, ao Iurikorolev, eu não poderia ter feito o que eu fiz.
É que eu, no raso do raso, não passo de um chato.
Iurikorolev, eu lamento o ocorrido, peço-lhe desculpas sinceras. Não guarde mágoas da minha pessoa, você não tem a mínima culpa, eu errei.
Maria Tereza, prometo me moderar e me policiar.
Ab imo pectori, do fundo do coração.
Iurikorolev, por favor, aceite meu pedido de desculpas.
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