domingo, 8 de maio de 2011

Michael Moore: MORTE DE OSAMA BIN LADEN FOI UMA "EXECUÇÃO"


O cineasta estadunidense denunciou na quinta-feira (5) que a morte do líder da rede terrorista al-Qaida, Osama bin Laden, em operação das forças especiais dos Estados Unidos, foi "execução", e lamentou as celebrações realizadas nos Estados Unidos.

"Não acredito que Jesus fosse ao 'Marco Zero' com garrafas de champanhe, como muita gente fez no domingo" para celebrar a morte de Bin Laden, disse Moore, conhecido por documentários críticos à política de Washington como “Tiros em Columbine” e ”Farenheit 9/11”

"Acho que é bom que Osama bin Laden não esteja mais vivo, mas celebrar a morte vai além dos princípios com os quais cresci em uma família católica irlandesa", acrescentou em uma entrevista à CNN.

Moore referiu-se às celebrações espontâneas surgidas no domingo à noite, após a morte de Bin Laden ser divulgada, em Washington, em torno da Casa Branca, e em Nova York, ao redor do 'Marco Zero', onde a al-Qaida supostamente teria sido a autora do ataque contra as torres gêmeas do World Trade Center, que matou mais de duas mil pessoas.

"Foi momento emocionalmente muito forte, mas também vi como havia afetados lá, mas não o viram como um dia positivo. As pessoas que perderam os seus entes queridos estavam afetadas", assinalou.

O cineasta afirmou que tinha sentimentos firmes sobra a morte de Bin Laden. "Creio que todo mundo está contente de que ele não vai mais provocar dano a nenhuma outra pessoa neste planeta", mas considerou que "há diferenças entre júbilo e alegria e a celebração da morte".

Para Moore, Bin Laden foi "executado", e recriminou as autoridades por não reconhecerem isso em público. "A versão mudou várias vezes em quatro dias. Se a intenção era matá-lo, por que não dizem?", questionou.

Moore apoiou a decisão do presidente americano, Barack Obama, de não publicar as fotografias da morte do líder da al-Qaida, e considerou "grotesco" que as pessoas queiram vê-las.

"Não quero ver. Acredito no presidente e é suficiente. Neste país temos pena de morte e não publicamos as fotos nem televisionamos a execução, e todos acreditam que a execução foi feita", disse.

"Há testemunhas e, nesta execução, também, há testemunhas que falaram com membros do Congresso, e isso é mais que suficiente", assinalou.

Diante da reprovação do apresentador Piers Morgan, que lhe perguntou onde deixara seu ceticismo, Moore assinalou que Obama "ganhou a confiança da maioria dos americanos com suas políticas e as decisões que tomou" e que nestes dois anos em que esteve no poder "disse a verdade".

"É diferente quando se anuncia que há armas de destruição em massa em um país quando há gente do serviço de inteligência que trata de dizer o contrário e o país é levado a uma guerra", disse Moore em referência à guerra do Iraque, autorizada pelo hoje ex-presidente republicano George W. Bush.

"Assim, vai receber meu ceticismo e o da maioria do país", assegurou o cineasta.

Quanto às promessas não cumpridas de Obama, como o fechamento do centro de detenção para suspeitos de terrorismo em Guantánamoç (Cuba), assinalou que "isso ainda não foi feito".

"Gostaríamos que já tivesse sido feito, mas não quer dizer que não será feito", encerrou.”

FONTE: site “Cubadebate”. Transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=153645&id_secao=9) [imagem do Google adicionada por este blog].

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