quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A MELHOR DEFINIÇÃO DE 2013: “JOAQUIM BARBOSA É UM HOMEM MAU”

[Correção do título acima: JB não é totalmente mau. É semimau. Mau somente contra petistas e seus aliados. Para a direita (PSDB, DEM, PPS e representantes dos ricos, como Paulo Skaf) mostrou seu lado doce, cordato, generoso, tolerante, cândido]

Por Miguel do Rosário no "Tijolaço"

“Paulo Nogueira é um artista. Seu último texto para a “Carta Maior” consegue a proeza de ser, ao mesmo tempo, uma denúncia gravíssima sobre o estado da mídia brasileira, e uma peça de humor. O blogueiro é direto, conciso e impiedoso em sua análise sobre Joaquim Barbosa:

“Joaquim Barbosa é um homem mau. Poderia estar na lápide de Barbosa: “Foi um homem mau”. Seria justo”.

Para quem acompanha os últimos acontecimentos, a afirmação de Nogueira é uma verdade cristalina. É tão direta e verdadeira que chega a ser engraçada. O riso que o texto provoca, no entanto, é um riso de nervoso. Afinal, é sempre apavorante constatar que a autoridade suprema do judiciário de um país é um homem desequilibrado e… mau. Isso é o pesadelo maior de uma democracia: a usurpação do poder soberano do povo por um grupo de pedantes, juízes ou não, que não são escolhidos pelo sufrágio universal.

OLAVO DE CARVALHO OCUPOU A “VEJA”

A presença de Olavo de Carvalho é visível a 10 mil quilômetros. Basta ver as contratações feitas pela publicação nos últimos meses.

Por Paulo Nogueira, na “Carta Maior”.

Bandeira de Mello fez uma das melhores definições de 2013, pela brevidade e pela acurácia: “Joaquim Barbosa é um homem mau”.

Poderia estar na lápide de Barbosa: “Foi um homem mau”. Seria justo. 

Finalmente, Joaquim Barbosa e a justiça se encontrariam e, juntos, permaneceriam per omnia seculae seculorum.

Existem coisas na mídia para as quais a definição de Bandeira de Mello sobre Joaquim Barbosa se aplicam perfeitamente.

São muitas, aliás. Mas nenhuma marca se equipara hoje, em maldade, à revista “Veja”. Sua alma é má. Os defeitos são inumeráveis, e as virtudes simplesmente desapareceram.

Se alguém acredita no céu ou no inferno das revistas, a “Veja” vai rumar direto para os braços de Lúcifer. É uma revista canalha. Já que falamos de lápides, poderia estar escrito isso na da “Veja”: “Foi uma revista canalha”.

Nos dias de hoje, a canalhice se traduz em coisas como a caça impiedosa, assassina e abjeta a Dirceu.

No último almoço de final de ano da “Abril” em que Roberto Civita estava vivo, um grupo de editores da “Veja” ria e vibrava, com o sadismo do celerado, com a perspectiva de ver Dirceu preso.

Ninguém estava ali discutindo como esticar a vida de uma revista que vende cada vez menos e capta cada vez menos anúncios na Era Digital, por razões óbvias.

Não, os cérebros estavam concentrados em antecipar o sofrimento de Zé Dirceu, e se regozijar com isso como era comum com oficiais nazistas nos fornos dos campos de concentração: a alegria na miséria alheia.

Onde a “Veja” se perdeu?

Ela não foi sempre esse horror, essa escória. Trabalhei lá em boa parte dos anos 1980, e era uma revista admirada pelos brasileiros. Conservadora, mas digna como é, por exemplo, a “The Economist”.

Você pode fazer jornal ou revista de direita sem descer à ignomínia abissal. Você pode ser de direita sem ser um predador.

Burke, o grande liberal inglês, é uma pequena mostra disso. Num de seus grandes ensaios, Burke reprova a Revolução Francesa pela cavalheiresca razão de que homem nenhum acudiu Maria Antonieta quando o povo revoltoso a insultou em Versalhes.

Mas a “Veja” enveredou pelo direitismo predador. Não é Burke que a governa em seu conservadorismo, como acontece com a “Economist”. É Olavo de Carvalho, o mistificador que se autoproclamou “filósofo” depois de ler os astros como astrólogo.

A “Veja” é hoje uma “olavete”.

A presença de Olavo de Carvalho é visível a 10 mil quilômetros. Basta ver as contratações feitas nos últimos meses. Dois discípulos entusiasmados de Olavo de Carvalho foram incorporados aos quadros da revista: Rodrigo Constantino, o ‘reaça-econômico’, e Felipe Moura Brasil, o ‘reaça-engraçado’.

Isso para não falar em Lobão, o ‘reaça-iconoclasta’, outra aquisição recente da revista que repete bobagens de Olavo de Carvalho como se estivesse citando Platão.

Olavo de Carvalho ocupou a “Veja”. Por que não contratá-lo diretamente, em vez de povoar a revista com seguidores pedestres?

Por covardia.

A revista não quer correr o risco de colocar Olavo de Carvalho em pessoa em suas páginas, por ser um nome universalmente abominado e desprezado fora de um pequeno círculo de extrema direita – aquele para o qual a “Veja” fala hoje.

A “Veja 2013” é uma “olavete”.

Repito: é uma “olavete”. E da pior espécie: a “olavete” envergonhada e covarde.”

FONTE: blog “Tijolaço”  (http://tijolaco.com.br/blog/?p=11027). [Imagem do Google e sua legenda adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

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