[Correção do título
acima: JB não é totalmente mau. É semimau. Mau somente contra petistas e seus aliados. Para a direita (PSDB, DEM,
PPS e representantes dos ricos, como Paulo Skaf) mostrou seu lado doce, cordato,
generoso, tolerante, cândido]
Por
Miguel do Rosário no "Tijolaço"
“Paulo Nogueira é um
artista. Seu último texto para a “Carta Maior” consegue a proeza de ser, ao
mesmo tempo, uma denúncia gravíssima sobre o estado da mídia brasileira, e uma
peça de humor. O blogueiro é direto, conciso e impiedoso em sua análise sobre
Joaquim Barbosa:
“Joaquim Barbosa é um homem
mau. Poderia estar na lápide de Barbosa: “Foi um homem mau”. Seria justo”.
Para quem acompanha
os últimos acontecimentos, a afirmação de Nogueira é uma verdade cristalina. É
tão direta e verdadeira que chega a ser engraçada. O riso que o texto provoca,
no entanto, é um riso de nervoso. Afinal, é sempre apavorante constatar que a
autoridade suprema do judiciário de um país é um homem desequilibrado e… mau.
Isso é o pesadelo maior de uma democracia: a usurpação do poder soberano do
povo por um grupo de pedantes, juízes ou não, que não são escolhidos pelo
sufrágio universal.
OLAVO DE CARVALHO OCUPOU A “VEJA”
A presença de Olavo de Carvalho
é visível a 10 mil quilômetros. Basta ver as contratações feitas pela
publicação nos últimos meses.
Bandeira de Mello
fez uma das melhores definições de 2013, pela brevidade e pela acurácia: “Joaquim
Barbosa é um homem mau”.
Poderia estar na
lápide de Barbosa: “Foi um homem mau”. Seria justo.
Finalmente, Joaquim Barbosa
e a justiça se encontrariam e, juntos, permaneceriam per omnia seculae
seculorum.
Existem coisas na
mídia para as quais a definição de Bandeira de Mello sobre Joaquim Barbosa se
aplicam perfeitamente.
São muitas, aliás.
Mas nenhuma marca se equipara hoje, em maldade, à revista “Veja”. Sua alma é
má. Os defeitos são inumeráveis, e as virtudes simplesmente desapareceram.
Se alguém acredita
no céu ou no inferno das revistas, a “Veja” vai rumar direto para os braços de
Lúcifer. É uma revista canalha. Já que falamos de lápides, poderia estar
escrito isso na da “Veja”: “Foi uma revista canalha”.
Nos dias de hoje, a
canalhice se traduz em coisas como a caça impiedosa, assassina e abjeta a
Dirceu.
No último almoço de
final de ano da “Abril” em que Roberto Civita estava vivo, um grupo de editores
da “Veja” ria e vibrava, com o sadismo do celerado, com a perspectiva de ver
Dirceu preso.
Ninguém estava ali
discutindo como esticar a vida de uma revista que vende cada vez menos e capta
cada vez menos anúncios na Era Digital, por razões óbvias.
Não, os cérebros
estavam concentrados em antecipar o sofrimento de Zé Dirceu, e se regozijar com
isso como era comum com oficiais nazistas nos fornos dos campos de
concentração: a alegria na miséria alheia.
Onde a “Veja” se
perdeu?
Ela não foi sempre
esse horror, essa escória. Trabalhei lá em boa parte dos anos 1980, e era uma
revista admirada pelos brasileiros. Conservadora, mas digna como é, por
exemplo, a “The Economist”.
Você pode fazer
jornal ou revista de direita sem descer à ignomínia abissal. Você pode ser de
direita sem ser um predador.
Burke, o grande
liberal inglês, é uma pequena mostra disso. Num de seus grandes ensaios, Burke
reprova a Revolução Francesa pela cavalheiresca razão de que homem nenhum
acudiu Maria Antonieta quando o povo revoltoso a insultou em Versalhes.
Mas a “Veja”
enveredou pelo direitismo predador. Não é Burke que a governa em seu
conservadorismo, como acontece com a “Economist”. É Olavo de Carvalho, o
mistificador que se autoproclamou “filósofo” depois de ler os astros como
astrólogo.
A “Veja” é hoje uma “olavete”.
A presença de Olavo
de Carvalho é visível a 10 mil quilômetros. Basta ver as contratações feitas
nos últimos meses. Dois discípulos entusiasmados de Olavo de Carvalho foram
incorporados aos quadros da revista: Rodrigo Constantino, o ‘reaça-econômico’,
e Felipe Moura Brasil, o ‘reaça-engraçado’.
Isso para não falar
em Lobão, o ‘reaça-iconoclasta’, outra aquisição recente da revista que repete
bobagens de Olavo de Carvalho como se estivesse citando Platão.
Olavo de Carvalho
ocupou a “Veja”. Por que não contratá-lo diretamente, em vez de povoar a
revista com seguidores pedestres?
Por covardia.
A revista não quer
correr o risco de colocar Olavo de Carvalho em pessoa em suas páginas, por ser
um nome universalmente abominado e desprezado fora de um pequeno círculo de
extrema direita – aquele para o qual a “Veja” fala hoje.
A “Veja 2013” é uma “olavete”.
Repito: é uma “olavete”.
E da pior espécie: a “olavete” envergonhada e covarde.”
FONTE: blog “Tijolaço” (http://tijolaco.com.br/blog/?p=11027).
[Imagem do Google e sua legenda adicionadas por este blog
‘democracia&política’].
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