Por Miguel do Rosário
“Hoje em dia, é melhor não arriscar. Então, eu aviso logo. O título é ironia.
A nova investida da mídia contra José Dirceu, que descobriu que o ex-ministro, já como advogado privado e tentando ganhar a vida longe do governo, abriu uma empresa no Panamá, é simplesmente cansativa. Depois que foi revelado que o “Saint Peter”, o hotel onde Dirceu iria trabalhar, tinha uma empresa no Panamá, descobriu-se que a “Globo” também tinha, o “grupo Abril” também tinha, e a família do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes também tinha. Todos esses, com exceção da “Globo”, que usou outra firma, operaram com a mesma empresa do hotel “Saint Peter”, a “Truston”.
A “Morgan & Morgan”, que todo mundo usa, é a maior firma do Panamá. A maioria dos brasileiros que abre uma firma nesse paraíso fiscal utiliza os serviços dela.
Ontem, eu descobri, e publiquei aqui no “Tijolaço”, que Jorge Fagali Neto, amigo de Aloysio Nunes, importante quadro do PSDB-SP, e um dos homens do “trensalão”, era representante de uma empresa no Panamá que também usou os serviços da “Truston”; mais ainda, usou o mesmo funcionário, o famigerado José Eugenio Silva Ritter, usado pelo hotel “St Peter”.
Ou seja, o problema não é ter empresa no Panamá, que não é ilegal. O problema é a imprensa brasileira se concentrar apenas no que pode atingir José Dirceu. Custava informar aos leitores que “Globo”, “Abril”, a família Paes e tucanos também têm empresas no Panamá, a maioria usando o mesmo endereço da “Truston”? E que Dirceu não é dono disso tudo?”
FONTE: escrito pelo jornalista Miguel do Rosário no blog “Tijolaço” (http://tijolaco.com.br/blog/?p=11826).
Nenhum comentário:
Postar um comentário