segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

FIESP/SKAF E AS ELEIÇÕES DE SÃO PAULO


“Reproduzimos abaixo uma instigante análise de Paulo Nogueira, editor do blog “Diário do Centro do Mundo”, no qual ele discorre sobre o papel de Paulo Skaf, presidente da FIESP, nas eleições para governador no estado de São Paulo, no ano que vem.

"AS CHANCES DE SKAF NA CAMPANHA PELO GOVERNO DE SÃO PAULO

Por Paulo Nogueira, no “Diário do Centro do Mundo”.

Paulo Skaf é um retrato da confusão política nacional.

Veja o seguinte:

Presidente da FIESP, a outrora expressiva, mas hoje irrelevante federação de empresas paulistas, ele foi candidato a governador de São Paulo em 2010 pelo Partido Socialista Brasileiro, o PSB.

Skaf, conservador da cabeça aos pés, se vestiu de socialista, portanto, para tentar o governo de São Paulo.

Verdade que em seu verbete na “Wikipedia” – apresentado pelos editores, numa curiosa advertência, como semelhante a “peça de propaganda” – está dito que, mesmo num partido “socialista”, a plataforma de Skaf em 2010 era “neoliberal”.

Numa foto de campanha de então, ele apareceu com uma zebra. Pedia votos para a zebra, ele próprio. Poucos deram, e ele terminou em quarto lugar.

Bem, Skaf esteve nas manchetes na semana que passou graças ao IPTU de Haddad. Ele aparece no noticiário como o homem antiIPTU, depois que a FIESP recorreu à Justiça contra o imposto, sob a alegação de que é “inconstitucional”.

Joaquim Barbosa acabou promovendo também Skaf, ao recebê-lo em Brasília para que ele falasse contra o IPTU e, mais ainda, ao tomar seu lado contra o de Haddad na questão.

Skaf é, outra vez, candidato, agora pelo PMDB, o maior, o mais patético e o mais atrasado conglomerado que existe no Brasil de políticos sem causa a não ser a própria.

O típico peemedebista se perpetua no poder, em geral nas regiões mais vulneráveis a predadores políticos, e só deixa as mamatas no caixão, depois de transferi-las aos descendentes. É o espírito das capitanias hereditárias ainda em vigor, séculos depois.

O Brasil terá avançado na política quando o PMDB não mais existir, ou quando for uma fração do que é.

Paulo Skaf é a cara do PMDB.

Ele tem aparecido bem nas pesquisas. Em geral, está na segunda colocação, atrás de Alckmin. Muita gente progressista se assusta com a possibilidade de São Paulo ser governada por Skaf.

Eu diria aos paulistas assustados.

Primeiro, tomem um “Frontal” para se acalmar.

Depois, tenham certeza: as chances de Skaf, em 2014, são as mesmas de 2010. Nulas.

Com sua cruzada antiIPTU, Skaf se tornou um candidato interessante para eleitores que já têm um candidato: Alckmin.

Os dois falam para o mesmo público, uma classe média que detesta pagar impostos e que tem raiva de pobres, nordestinos, ciclistas, faixas de ônibus – tudo, enfim, que seja de interesse popular.

Esse tipo de eleitor tenderá a optar pelo próprio Alckmin.

O voto “diferente” será canalizado para Padilha, do PT. Ele chegará à campanha empurrado não pela negação ao IPTU – mas pelo “Mais Médicos”.
É uma bandeira muito mais forte quando se trata de votos: o “Mais Médicos” fala para os pobres, e estes são em quantidade muito maior que os opositores privilegiados de um IPTU que beneficiaria a periferia.

Se Padilha vai repetir a trajetória federal de Dilma e a municipal de Haddad – sair lá de baixo nas intenções de votos para afinal vencer – é, ainda, uma incógnita.

Mas que as ilusões do “socialista” Skaf de 2010 naufragarão novamente em 2014, agora no bote vale-tudo do PMDB, isso é certo.

Ou “batata”, como gostava de dizer Nelson Rodrigues.”

FONTE: escrito p
or Paulo Nogueira, no “Diário do Centro do Mundo”. e postado pelo jornalista Miguel do Rosário no blog “Tijolaço”  (http://tijolaco.com.br/blog/?p=11823).

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