Por Fernando Brito
“Passamos dois terços do ano ouvindo que a "inflação estava descontrolada” e que o Brasil vivia, nas palavras de Marina Silva, o risco de “perder as conquistas do Plano Real”. Aécio Neves dizia que isso fazia “o Brasil chorar copiosamente de saudades de vovô FHC/PSDB"…
Pois bem: ontem se fechou o primeiro índice de inflação anual de 2013, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, cuja coleta de preços encerra-se sempre por volta do dia 20.
Ele subiu 5,51%. Talvez você não se recorde, mas em 2012 o índice elevou-se 7,82%.[Em 2013, houve] queda relativa de 30%.
Agora, imagine se fosse o inverso: se os 5,51% passassem a 7,82%…
Nas manchetes: “INFLAÇÃO CRESCE 50% EM UM ANO, DIZ FGV”
Tudo devidamente acompanhado das caricaturas de dragões, monstros e quejandos…
Tem aí, o amigo e a amiga, como se faz, no "jornalismo econômico", o terrorismo político que a gente vem sempre apontando aqui e que levou o ex-presidente Lula a dizer que, depois que lê o jornal, nem tem vontade de sair de casa.
Não se quer dizer, é obvio, que não exista inflação e que ela não seja algo sério. É, sobretudo, porque está concentrada em áreas extremamente sensíveis ao nosso povão, como os alimentos.
Mas nem mesmo aí há uma “explosão inflacionária”, como tanto tempo se alardeou.
O terrorismo não conseguiu trazer de volta a inflação, mas “ordenhou” fartamente essa monstruosidade, extraindo dela o “leitinho” dos juros.
É aí, não no tomate, que está o núcleo da inflação brasileira: nossa condição de reféns do rentismo.
Que não ganha eleição, mas que está sempre no poder, quando se trata de finanças públicas.”
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog “Tijolaço” (http://tijolaco.com.br/blog/?p=11962).
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