quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

MÉDICO CUBANO VAIADO É O “HOMEM DO ANO 2013”


Médico JUAN DELGADO É O “HOMEM DO ANO DE 2013”

Do jornal online “Brasil 247”

“Nenhuma ideia foi tão poderosa no Brasil em 2013 como o” Mais Médicos”, e seu símbolo é o cubano Juan Delgado. A direita gostou de vaiá-lo e execrá-lo como "escravo". Contudo, ele provou ser homem de novo tipo, que anulou e sublinhou com galhardia o preconceito ideológico-racial-profissional. O médico passou a noite de Natal numa aldeia de índios no Maranhão, a mais de 300 km de São Luís. Foi o personagem mais emblemático do polarizado ano 2013.

Juan Delgado, médico, cubano e negro, foi escolhido, pelas circunstâncias, como o “homem do ano no Brasil em 2013”. Não houve eleição, pesquisa ou enquete, assim como a escolha, pela revista “Time”, do Papa Francisco como “Homem do Ano no mundo” foi exclusiva de editores - e reconhecida consensualmente como acertada.

Para destacar o Dr. Delgado, o que valeu para “247” foi a reflexão do que ele simbolizou como resumo sem açúcar do que foi batido no liquidificador político, social e econômico do País nos últimos doze meses.

Entre todas as polêmicas levantadas contra o governo no debate nacional, o “Mais Médicos” foi a verdadeira mãe de todas as batalhas. Apostou-se, na virada de 2012 para 2013, no "apagão de energia". Mas, rapidamente, esse espirro de “desinformação editorializada” se dissipou frente à realidade de abastecimento normal. Os fantasmas da "inflação e do estouro das contas públicas" assombraram apenas as páginas da mídia familiar, não tendo se materializado até agora, passado o Natal. No ano que vem, a propaganda a favor dos fantasmas irá continuar.

Quanto ao “Mais Médicos”, foi atacado por um setor da sociedade de bastante peso e grande capacidade de articulação. Estudantes de Medicina, médicos e suas entidades uniram-se como nunca se vira, para atacar, com todos os argumentos, a iniciativa do governo federal, igualmente inédita no País - a de povoar os rincões com baterias de médicos nacionais e estrangeiros encarregados do primeiro combate aos sinais de doença entre a população.

Como o "fantasma" que juntaria o apagão, a inflação e o desemprego não se materializou, não se pode elegê-lo "homem do ano". Até porque, para tanto, teria ele [fantasma] de ser mesmo homem – ou mulher.

DILMA?




Neste caso, a escolha poderia muito bem recair sobre a presidente Dilma Rousseff, o que não seria nenhuma escolha pelo critério chapa branca.

Afinal, quem estava com a face na vidraça quando as manifestações de massa de junho tomaram as capitais? Quem estava em Brasília como alvo certo no momento em que houve, até mesmo, incentivo midiático para um quebra-quebra às instituições? Quem mais pelejou em eventos e entrevistas, dia após dia, para garantir a política econômica, evitar crises institucionais, ora assopradas pelo Supremo ora pelo Congresso, ou pular as cascas de banana jogadas às pencas aos seus pés? Dilma.

Por muitos motivos, e sobretudo pelos resultados de gestão alcançados num ano tão longo e de difícil travessia – com o saldo espetacular das concessões em infraestrutura, a inflação na meta e o saldo recorde de empregos -, a presidente pode ser vista, no Brasil, como “a Mulher do Ano”.

Mas, para apontar um primeiro de “ranking”, vamos de Juan Delgado.

As circunstâncias, repita-se, escolheram o médico cubano para ser a face mais representativa de 2013 no Brasil.

Entre os mais de quatro mil médicos estrangeiros que já desembarcaram no Brasil para tomar lugar no programa “Mais Médicos”, perto da metade é formada por cubanos. Desse contingente, principal alvo dos médicos e estudantes descontentes com o programa em razão de sua origem cubana – e cor da pele negra -, Juan Delgado virou destaque. Em Fortaleza, a exemplo de todos os seus colegas que chegavam para a primeira ambientação no País, ele foi recebido por um corredor polonês.



"Escravo!", gritava a horda de médicos e estudantes de Medicina do Ceará, numa tentativa de humilhação que ganhou adeptos entre colunistas que se consideram civilizados. Inacreditável. Num primeiro momento, Juan Delgado, cuja foto percorreu o País num recorde de publicações, ouviu o coro contra si ganhar a simpatia de muita gente.


O PSDB conseguiu (fácil) filiar ao partido todos os xingadores

REVIRAVOLTA

Logo depois, porém, mais gente ainda armou a solidariedade a ele, aos profissionais e ao programa “Mais Médicos”. Uma a uma, todas as provocações e impasses levantados pelas entidades médicas com a colaboração da mídia familiar caíram em instâncias judiciais. O preconceito das críticas tornou-se claro até mesmo quando escondido pela ideologização do debate. A manifestação de racismo de um punhado de cidadãos do Ceará vestidos de branco foi reproduzida por inúmeros setores, mas suplantada pela reação coletiva de uma sociedade que, goste ou não a elite, acabou com a escravidão em 1888.

Além das circunstâncias, o Dr. Delgado agiu efetivamente como um homem referencial em 2013. Posicionou que jamais se sentiu escravo por viver no regime socialista de Cuba. Ele deixou claro considerar-se um construtor de um mundo mais fraterno e apoiador de um regime que também tem como marca a solidariedade internacionalista. Relevou as críticas, não devolveu nas mesmas moedas as ofensas que recebeu, mas transformou-as em riqueza para a sua causa. Com uma postura que marcou a diferença, ele confirmou a crença de muitos na evolução da sociedade e deu uma lição de comportamento e correção.

A noite de Natal Juan Delgado passou ao lado de seis outros médicos e dos índios da aldeia para a qual ele foi enviado, a 316 quilômetros de São Luís, no Maranhão.”

FONTE:
jornal online “Brasil 247”   (http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/124991/Por-que-Juan-Delgado-%C3%A9-o-homem-do-ano-de-2013.htm). [Imagens do Google (exceto a 1ª),suas legendas e simplificação no texto da introdução incorporadas por este blog ‘democracia&política’].

Um comentário:

Unknown disse...

Devíamos ter vergonha de agir com preconceito e acima de tudo, precisamos acolher iniciativas que favorecem a vida independente de questões partidárias. Nosso povo precisa de saúde!