segunda-feira, 9 de maio de 2011

INDÚSTRIA DESINTERESSADA E CONFLITOS TRAVAM PROGRAMA ESPACIAL


“O PRESIDENTE DA AEB COLOCOU O DEDO NA FERIDA AO APONTAR O DESINTERESSE DA INDÚSTRIA PELO PROGRAMA ESPACIAL.

Enquanto nos EUA as empresas disputam a tapa contratos para desenvolver espaçonaves e foguetes para a NASA, no Brasil a indústria faz de tudo para se afastar.

São duas as razões. A primeira é a notória falta de gosto da indústria brasileira por pesquisa e desenvolvimento.

A Embraer é uma exceção. Mas a gigante aeronáutica brasileira não demonstrou interesse em expandir sua esfera de atuação para além da atmosfera quando teve chance, por exemplo, de desenvolver partes brasileiras para a Estação Espacial Internacional, há alguns anos.

O segundo problema é a instabilidade orçamentária. Que empresa se arriscaria a investir para atender a uma demanda que flutua [em níveis baixos e] de forma quase aleatória?

A AEB enfrenta, desde sua criação, dificuldade em disciplinar os órgãos responsáveis pelos projetos.

O DCTA, órgão da Força Aérea responsável pelos veículos lançadores, tem sua própria agenda.

O INPE, encarregado de conceber os satélites nacionais, nem se fala. O instituto empurra com a barriga todo projeto que não cai nas graças de sua diretoria.

Colocar ordem na casa, e o programa espacial nos trilhos, exigirá mais que conclamar a indústria.

É preciso manifestação inequívoca das prioridades e prazos para a execução dos diversos objetivos que se acumulam há décadas nas planilhas do governo.”

FONTE: reportagem de Salvador Nogueira publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0805201102.htm) [imagem do google adicionada por este blog].

2 comentários:

Fluxo disse...

Mas, essa mesma indústria se interessa pelos programas de rearmamento das FFAA brasileiras. É o Brasil seguindo os passos dos EUA.

Unknown disse...

Fluxo,
Além de agora vislumbrar maior possibilidade de grandes ganhos econômicos na área de defesa, a indústria brasileira não sofre nela (exceto em áreas tecnologicamente mais avançadas) as mesmas barreiras e retaliações que o Brasil recebe nos desenvolvimentos de lançadores e na área nuclear, por exemplo.
Maria Tereza