segunda-feira, 20 de abril de 2009

DIPLOMACIA DE LULA DESMORALIZA FHC E CHANCELERES. SERRA LANÇA HADDAD CANDIDATO A GOVERNADOR DE SP

Li hoje no site “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim:

“O Farol de Alexandria [FHC] e seus chanceleres Lampreia e Lafer e o wanna-be Barbosa achavam que sabiam o que os Estados Unidos pensavam de Lula.

A tradução que eles faziam para o PiG era: a Casa Branca e o Departamento de Estado contavam a eles e só a eles que o Bush e a Condi achavam o Lula um esquerdóide, aliado das Farc, do Morales, do Correa, do Noriega, do Chávez e do Fidel.

Eles formavam um “aparelho” perigosíssimo.

Eles diziam que Lula não enganava os americanos, porque só eles sabiam o que os americanos pensavam de Lula e do Brasil.

Assim, os editorialistas do Estadão e os colonistas (*) do PiG (**) espinafravam a política externa “terceiro-mundista e anti-americana” do Itamaraty.

Bush os desmoralizou.

A relação amistosa de Bush e Lula refletia uma ligação política que parecia óbvia, menos aos tucanos e ao PiG (**): o Brasil poderia desempenhar o papel de broker das relações de Cuba e de Chávez com os Estados Unidos.

Elegeu-se Obama, que, pouco a pouco, se torna o Lúcifer da elite branca brasileira e seus porta-vozes no PiG (**).

John Sweeny, presidente da central sindical americana, a AFL-CIO, não entrava na Casa Branca há muito tempo.

Hoje, entra.

Metalúrgico, ele pode ser o broker das relações do Governo Obama com os trabalhadores da indústria automobilística em crise.

Sweeny é há muitos anos companheiro de Lula.

Obama tinha acabado de tomar posse.

Lula tinha uma reunião com ele na Casa Branca às 11 H.

Às 10H, Lula foi visitar Sweeny – e Obama, em seguida, soube disso.

Antes, só na Europa pegava bem um líder político ser amigo de líder sindical.

Agora, nos Estados Unidos, também …

Lula é o único líder político que tem essa carta na Casa Branca: ser amigo do Sweeny.

Na cúpula das Américas, em Trinidad-Tobago, ficou claro o papel que a diplomacia brasileira representa: reaproximar os Estados Unidos da América Latina, e Cuba e Chávez dos Estados Unidos.

Lula é o cara.

O que fazer ?

Para FHC, o Farol de Alexandria, aquele que iluminava a Antiguidade e se extinguiu num terremoto, para FHC, o jeito é cortar os pulsos de inveja (a inveja é sábia – corrói o invejoso por dentro, já dizia a sabedoria popular …).

Para o PiG e os três “chanceleres” tucanos, Lampreia, Lafer e Barbosa, o jeito é espinafrar o Obama, e fazer como o Limbaugh: chamar ele comunistinha, que não sabe o que é bom o Estados Unidos.

Os editorialistas do Estadão estão em crise …

Já, já, o Mauro Chaves vai dizer, como Celso Lafer disse do Sharon: Obama (Sharon) não representa os Estados Unidos (Israel).

Para os tucanos, a saída é denunciar a corrupção deslavada, pela voz de Paulo Renato de Souza (***), já que Serra não ousa dizer nada:

O Sivam; a pasta rosa do Banco Econômico; o “isso vai dar ‘m…’” da privatização dos telefones; a compra de votos no Congresso para a re-eleição; a compra de ambulâncias superfaturadas; o superfaturamento no Rodoanel (também conhecido como “Robanel do Tunganos”); as doações da Camargo Corrêa aos tucanos; o mensalão tucano de Minas; a contribuição de José Eduardo Vieira à campanha de Fernando Henrique; e o “abafa” na apuração da conta secreta que Sergio Motta teria aberto em Luxemburgo para os cardeais tucanos.

Isso mesmo: a corrupção campeia.

Os tucanos também podem reabrir a caixa dos arqueólogos, tirar o anti-comunismo lá de dentro e tentar provar que a Dilma ia sequestrar o Delfim.

(E a AP do Serra ? explodiu o aeroporto de Recife ? E o Aloysio Nunes Ferreira assaltava banco ?)

A situação dos tucanos ficou feia.

Nem a bandeira do “despreparado” que conduziu o Brasil ao anti-americanismo cola mais.

O “despreparado” (assim como a elite chama Obama de “inexperiente”) era para se contrapôr ao “iluminado, ao “preparado” Fernando Henrique, e, por extensão, ao Zé
Pedágio, ao “economista competente” (não é uma coisa nem outra).

Nem isso mais.

Os tucanos vão ter que cantar um tango argentino…

Em tempo: devo boa parte dessas reflexões inúteis a uma longa conversa com meu dileto amigo Luiz Felipe Alencastro.

Em tempo 2: Foi muito divertido assistir ao jornal nacional de ontem e ver a cara do Renato Machado, depois que o Fernando Silva Pinto contou que Chávez deu “As Veias Abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano, de presente a Obama. Uma careta. Depreendi que Machado preferia que o presente fosse aquele livro do Fernando Henrique sobre a escravidão no sul do Brasil. (Faoro diz que nunca houve escravidão no sul …) Na primeira edição, Fernando Henrique confessa que usou o método marxista de análise da realidade. Depois, numa entrevista a Mino Carta, se corrigiu: não, isso eu tirei na segunda edição …

Em tempo 3: Sobre a pressão que Obama recebeu para normalizar as relações com Cuba (e encerrar o embargo econômico), acabo de ler no New York Times:

“Houve pressão também dos mais amigos mais próximos dos Estados Unidos na região, Brasil, México e a OEA, que se ofereceram para servir de intermediários entre Cuba e os Estados Unidos.”

But there was also pressure from the United States’ closest friends in the region, aides to President Obama said, including offers from Brazil, Mexico and the Organization of Caribbean Nations, to serve as intermediaries between Cuba and the United States.

(O Fernando Henrique vai ter um péssimo domingo …)

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

(***) Zé Pedágio demonstrou mais uma vez que é um gênio. Escolheu para carrasco o Secretario de Educação, Paulo Renato, um ex-ministro da Educação que não fez nada (além de privatizar). Com isso, Serra acaba de lançar candidato a governador de São Paulo um dos melhores quadros do Governo Lula, Fernando Haddad, Ministro da Educação, que já fez muita coisa e vai fazer mais, como o Enem. (O colonista (*) do Globo, Antonio Palocci ainda tem umas contas a acertar com a Justiça …)”

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