sábado, 25 de abril de 2009

G7 VÊ SINAIS DE MELHORIA ECONÔMICA, ENQUANTO G20 GANHA IMPORTÂNCIA

A agência espanhola de notícias EFE ontem publicou (li no UOL):

“Washington, 24 abr (EFE).- O Grupo dos Sete (G7, sete países mais industrializados do mundo) constatou hoje indícios de melhoria econômica no mundo, mas apontou que as perspectivas para o futuro continuam "fracas" e prometeu apoiar a recuperação com medidas de estímulo fiscal e ajudas aos grandes bancos.

"Os últimos dados sugerem que o ritmo de queda de nossas economias é mais lento. Sinais de estabilização estão surgindo", disse o G7 em comunicado ao fim de sua reunião ministerial em Washington.

"A atividade econômica deve começar a se recuperar no final deste ano", disse o grupo, destacando que ainda existem riscos "de queda".

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, declarou em entrevista coletiva após o encontro que "é apropriado estar um pouco animado, mas é cedo demais para concluir que estamos perto de sair da escuridão que caiu sobre a economia mundial".

Da mesma forma que os ministros fizeram em sua reunião no mês de fevereiro em Roma, nesta ocasião se comprometeram a aplicar medidas de estímulo econômico, mas "sem deteriorar a sustentabilidade fiscal em longo prazo".

Também decidiram "restaurar o crédito, fornecer a liquidez necessária, injetar capital nas instituições financeiras, proteger os depósitos e as economias e solucionar o assunto dos ativos de má qualidade".

Além disso, o G7 prometeu apoiar "as instituições financeiras maiores".

Apesar de ainda estar em meio à crise, Geithner já olhou para frente e pediu um padrão de crescimento "mais equilibrado" para o futuro, baseado na demanda interna "de todas as economias principais".

Nos últimos anos, a economia mundial dependeu em grande medida do consumo nos Estados Unidos, enquanto que China e Japão, por exemplo, potencializaram a exportação em detrimento de seu mercado interno.

No entanto, com a perda de riqueza das famílias nos EUA por causa da queda dos valores das bolsas de valores e imobiliários, não há como gastar tanto como antes, segundo os especialistas.

No entanto, a menção a um crescimento "equilibrado" não apareceu no comunicado do G7.

A reunião do G7 foi seguida de um encontro do Grupo dos Vinte (G20, países ricos e principais emergentes).

É algo incomum que um encontro do G7 seja acompanhado por um do G20. Isso reflete, segundo analistas, a importância que o grupo mais amplo ganhou ao incluir países como Brasil, China, Índia e Rússia.

"O G7 está sendo substituído pelo G20 como a principal instituição de coordenação econômica", disse à Agência Efe John Williamson, analista do Instituto Peterson de Economia Internacional.

Um dos assuntos principais desse encontro, após o qual não houve um comunicado conjunto, foi o reforço do Fundo Monetário Internacional (FMI) com US$ 500 bilhões.

Até agora, Governos de todo o mundo prometeram fornecer US$ 325 bilhões.

Parte dos recursos será destinada à nova Linha de Crédito Flexível, criada pelo FMI para dar um suporte adicional de reservas aos países com boas políticas econômicas.

O G7 assinalou em seu comunicado que apoia seu uso por México, Colômbia e Polônia.

Há poucos dias, o Conselho Executivo do FMI aprovou o programa para o México e cedeu ao país recursos no valor de US$ 47 bilhões.

A Colômbia, por sua vez, solicitou uma linha de crédito no valor de US$ 10,4 bilhões, enquanto que a Polônia quer ter acesso a US$ 20,5 bilhões.

Também está previsto que a reunião do G20 trate da distribuição de US$ 250 bilhões em Direitos Especiais de Giro (SDR, em inglês) aos países-membros do Fundo, como forma de aumentar as reservas dos bancos centrais.

O SDR é uma moeda virtual criada pelo FMI que pode ser trocada por uma divisa forte, como o dólar ou o euro.

"É necessário capturar essa emissão e distribuí-la aos países, porque significa liquidez", disse à imprensa em Washington o ministro da Fazenda, Guido Mantega, um dos participantes da reunião do G20. EFE do G20.”

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