Li hoje no site “Vi o Mundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha, a seguinte reportagem de Carlos Alberto Jr., publicada na revista Época, edição 205, de 22/04/2002:
DOS DOIS LADOS DO GUICHÊ
“Chefe da AGU aumenta renda com instituto que dá aulas a advogados do órgão.
O advogado-geral da União, Gilmar Mendes, tem formação acadêmica irretocável e está cotadíssimo para virar ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Descobriu-se agora que Mendes usa seus dotes jurídicos para ganhar um extra fora da repartição. O chefe da AGU é sócio-fundador do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). O renome dos cursos do IDP atrai muitos funcionários do governo federal. Em 2001, o instituto recebeu R$ 228 mil por aulas dadas a servidores de ministérios, do Congresso e do Judiciário. Dos cofres da AGU saíram R$ 32.400.
A presença de funcionários da AGU nas salas de aulas do IDP coloca Mendes na embaraçosa situação de estar ao mesmo tempo dos dois lados do guichê. Ele paga o treinamento de subordinados e recebe como prestador de serviços. “É um conflito ético”, diz o deputado Inaldo Leitão (PSDB-PB), ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. “Ganho cerca de R$ 5 mil mensais, a título de participação nos lucros”, diz Mendes. O chefe da AGU diz não ter competência para decidir onde funcionários do órgão devem seguir cursos de especialização. A grande procura pelos cursos do IDP, segundo Mendes, é conseqüência do excelente nível dos professores. “Modéstia à parte, devo ser o melhor no Brasil na área de Direito da Constitucionalidade”, afirma.”
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